Abafado
O tempo anda mau.
Os tempos.
O nosso tempo e o clima. Desta vez decidiram coincidir.
Dia sim dia não, apesar de fazer calor, o céu está escuro, o ar pesado, sentimos a humidade, custa-nos a respirar. Está abafado! Um clima tropical sem os benefícios de se estar os trópicos. Sei que nos Açores, de um modo geral, se vive com um clima semelhante, quente mas com nebulosidade. Em Macau, os anos que lá passei, idem aspas. E em África temos muitos dias destes. Isto, pela minha experiência.
Mas não me lembro de aqui, no Continente, no mês de Julho, já a beirar o Verão, tivéssemos chuvas que forçam os bombeiros a andar num virote e, alternadamente, dias cinzentos e com uma humidade que nos faz o suor a escorrer costas abaixo, e outros dias de céu azul a desafiar para a praia e para passeios na frescura do campo.
O clima, aquele que os meteorologistas prevêem, anda assim, com mau feitio.
E o outro também.
Parece termos caído todos dentro de uma gigantesca metáfora.
Andamos abafados. Sem vislumbrar saída.
Temos eleições dentro de pouco tempo, mas poucos acreditam que daí venha a solução. Nos últimos anos habituamo-nos a esperar pelos fundos comunitários mas, segunda a velha parábola, se esperamos que nos dêem o peixe em vez de aprendermos a pescar ficamos eternamente dependente dos outros. E, se no mundo de hoje não se pode viver em perfeita independência, todos dependemos de todos, isso tem de ser um movimento com dois sentidos.
Não é isso que se verifica.
Um sufoco, sim.
Andamos completamente abafados.
Que falta de ar!
Os tempos.
O nosso tempo e o clima. Desta vez decidiram coincidir.
Dia sim dia não, apesar de fazer calor, o céu está escuro, o ar pesado, sentimos a humidade, custa-nos a respirar. Está abafado! Um clima tropical sem os benefícios de se estar os trópicos. Sei que nos Açores, de um modo geral, se vive com um clima semelhante, quente mas com nebulosidade. Em Macau, os anos que lá passei, idem aspas. E em África temos muitos dias destes. Isto, pela minha experiência.
Mas não me lembro de aqui, no Continente, no mês de Julho, já a beirar o Verão, tivéssemos chuvas que forçam os bombeiros a andar num virote e, alternadamente, dias cinzentos e com uma humidade que nos faz o suor a escorrer costas abaixo, e outros dias de céu azul a desafiar para a praia e para passeios na frescura do campo.
O clima, aquele que os meteorologistas prevêem, anda assim, com mau feitio.
E o outro também.
Parece termos caído todos dentro de uma gigantesca metáfora.
Andamos abafados. Sem vislumbrar saída.
Temos eleições dentro de pouco tempo, mas poucos acreditam que daí venha a solução. Nos últimos anos habituamo-nos a esperar pelos fundos comunitários mas, segunda a velha parábola, se esperamos que nos dêem o peixe em vez de aprendermos a pescar ficamos eternamente dependente dos outros. E, se no mundo de hoje não se pode viver em perfeita independência, todos dependemos de todos, isso tem de ser um movimento com dois sentidos.
Não é isso que se verifica.
Um sufoco, sim.
Andamos completamente abafados.
Que falta de ar!
15 comentários:
Aparentemente saída há, mas não vai dar ao outono e ao inverno.
faltou o ?
Faltou onde?
No teu comentário ou no meu post?
Ainda posso corrigir.
No final do meu.
Curiosamente a fotografia dá-nos uma paisagem de inverno, ora o mais estranho é. lá como cá,as nuvens surgirem em tempo de muito calor.
Um clima tropical e a ter que ir bulir que nem gente grande como eu nesta altura do ano... é perfeito. Perfeito!
Realmente a paisagem é mais de inverno por causa da árvore, mas a metáfora é excelente.
Estamos a sufocar, sim.
E, como diz aqui a Castanha, a ter de ir trabalhar como se não fosse nada connosco (também se estivéssemos de férias ainda era pior, que bramávamos que não eram férias nem nada!!!)
Quanto ao «outro clima» o político, dá ideia é que estamos prestes a chegar ao Carnaval. Já há touradas no Parlamento, mas com toureiros a fingir.
Nem sei se é de rir, se de chorar!!!
Tinha lido isto primeiro de cima para baixo e depois comecei a comentar como deve ser de baixo para cima.
Ficou este para o fim, e ainda bem.
Gosto bastante das tuas 'metáforas' de uma forma geral, e esta é muito bem conseguida com um vago trocadilho.
De facto o tempo, ou o clima, anda mau!
Por acaso há quem se dê bem com isto. quem gosta de pescar em águas turvas, está regalado. Pode fazer os seus jogos na maior.
O resto do maralhal, sente-se como aqui dizes - sufocado.
FJ, estás a apontar para a Primavera ou Verão? De que ano?..
:)
A foto é muito linda e sugestiva. (realmente pode ser de Inverno, mas para dar a ideia da neblina é muito boa)
Realmente estive afastado uns tempos, como notaste (boa! nota-se a falta o que é lisonjeiro) mas estou de volta - pelo menos até às férias.
Tem sido um sufoco, sim senhor. E ainda não querem que andemos deprimidos...
Realmente hoje em Lisboa está cinzento (cinzento clarinho...)
Em pleno Julho é impressionante.
A vantagem é que sempre pudemos usar uns vestidos levezinhos de Verão. Sempre anima, não é? Cores alegres, vestidos leves, faz de conta que estamos em Julho.
King hoje, nestes climas, nunca apontei ( nem pensei em,) para qualquer primavera, pá só vejo outono, na melhor das hipóteses.
Tenho fé que a ferrugem ( cancro, enfarte,avc, tudo serve)arrume rapidamente a dama de ferro a quem ofereceram a maioria de mão beijada.
Joaninha o que disseste é verdade, mas viste como apareceu logo uma senhora para me arrumar o escrito de gajo alfa?
FJ, eu gosto de ti e costumas ter muita graça, mas os teus comentários precisam quase sempre de explicação!!!
Quando dizes que veio «uma senhora para me arrumar o escrito de gajo alfa» estás a falar do post com esse nome?
tenho de ir lá ver que comentários é que ficaram
:)
Bem, daquilo que te conhecemos por «aqui» também não me parecia que estivesses à espera das «Primaveras que cantam» ou coisa assim.
Não sei se 'ofereceram a maioria' à MFL assim como dizes. Ainda vai dar luta. E, neste momento, já estou por tudo, também gramámos com o Cavaco e a dita senhora e sobrevivemos. Talvez o PS da próxima atine.
Do "abafado", só gosto do da "Quinta do Carmo"!
Quanto ao tempo, é como dizes. Ontem aqui em Ponta Delgada, nem se podia respirar. Hoje amanheceu a chover,aquela chuva miudínha, tipo "molha parvos", quando eu estou em casa, mas agora, parece que da minha janela, coberta de lindos girassóis, o Sol, tenta romper.
Gostei muito da tua penúltima frase:
- "ANDAMOS COMPLETAMENTE ABAFADOS."
Estou como o Zé Palmeiro, "abafado" gosto de "Angelica" das adegas da ilha do Pico bebida em tigelas de barro e, realmente, a paisagem e a meteorologia, aponta-me mais para aí!
Como acabo de ouvir Pablo Neruda dizendo dois belíssimos poemas (não leves a mal Emiéle mas, visitei hoje primeiro "Estou Na Sesta"e foi lá que o ouvi) e o meu "clima" é outro.
Venho para vos desejar um bom fim-de-semana e oxalá que o tempo atmosférico mude, já que o "outro" só por milagre...
Um abraço!
(a poesia em mim surte este efeito... é, e não só, mas também, um certo cansaço, desilusão e frustração, que me faz, por vezes, ter necessidade de me alienar um pouco, para manter a minha sanidade mental. O momento do país e do mundo é de nos por loucos ou deprimidos, só me faz lembrar um túnel imenso sem se vislumbrar, nem de perto nem de longe, o mais pálido raio de luz)
Venho cheinha de Sol e duma luminosidade que mesmo com bons óculos, me incomodava.Em termos de clima não parece o mesmo país,e apenas digo isto por sermos tão pequenitos. Habituada a este cinzentismo do Porto aquilo lá em baixo faz bem!! Quanto ao resto "a leste do paraíso" apenas vi lá aquele gesto do ministrinho,sim aqui estou como LFV é uma garotada....
Oláááá´Kika!!!
(Sabes que já houve quem perguntasse por ti, lá para baixo!)
Bem, eu só hoje respondo porque na sexta feira zarpei sem voltar a casa! Quando se aproximam as férias só me apetece a começar a fazer o 'ensaio geral' e ir para a minha casinha no campo o mais cedo que posso!!!
Pronto, caríssimos, todos apanharam bem a minha «metáfora», uma espécie de desabafo.
A foto dá realmente a ideia de uma paisagem de Inverno, mas não encontrei nenhuma para transmitir a sensação que queria, e esta ainda era a mais aproximada...
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