terça-feira, junho 30, 2009

Sinceridade fatal (?!)

Na sexta-feira passada fui a uma festa.
Como acontece nestas ocasiões, quem organiza os jantares agrupa as pessoas em mesas de acordo com as relações anteriores que sabe que elas têm de forma que assim me encontrei com algumas velhas amigas. Já se sabe que nestas ocasiões é muito vulgar os elogios simpáticos do tipo «estás na mesma!» ou «olhem para ela, está óptima!», etc. Aliás, por acaso naquela mesa esses comentários até eram merecidos porque realmente estas «velhas amigas» estavam aquilo que se costuma dizer ‘bem conservadas’.
Na minha opinião.
O engraçado é que, por conveniência da arrumação das pessoas, estava na mesma mesa o filho de uma de nós (não, não era o meu!). E a mãe dele, em ocasiões anteriores tinha constatado que a respeito de uma nossa amiga comum ele tinha mostrado uma grande e agradável admiração com o seu aspecto, declarando que ela parecia muuuuito mais nova. Eu assisti, sou testemunha!
Portanto, segura de que era essa a opinião dele, e no desejo de ser simpática para a nossa amiga, insiste
- «Oh Miguel, mas tu não achas que a T*** parece mais nova do que a sua idade?»
- «Sim», admite ele, com alguma dúvida.
- «Alguém lhe dá os 50?!» continua a mãe, sem reparar que o gelo era fino «Quantos é que achas que ela parece?»
- «Huumm… Uns 48, 49…»
Pois é. Há as 'mentiras sociais', e depois há a sinceridade - menos social sempre e, no caso, profundamente cómica.
Acabou tudo à gargalhada!

22 comentários:

josé palmeiro disse...

A história é linda e o "filho", lá colocou o ponto final em vez da vírgula.
Há, na realidade esse hábito de colocar as pessoas nas mesas, como dizes, mas eu perfiro a diversidade. Há tanto para confrontar e aprender...

Anónimo disse...

Olha, o amigo Zé palmeiro chegou hoje antes de mim!!!! Lá nos Açores é madrugada...

Também me ri. Imagino a cara comprometida que a mãe do rapaz deve ter feito. Esse 'desconto' de um amo ou dois é de morte!
Eheheheh!!!!

Anónimo disse...

Voltando ao que disse o Z.P. e à tua história, também é por isso que não gosto muito destes almoços e jantares «sentados». É bem melhor quando a gente vai cirandando e sentando-nos ao pé ora de um ora de outro, para poder conviver a sério. Claro que as mesas muito compridas ainda é pior porque nessa caso só se fala com os do lado e em frente!

(e já agora o filho da tua amiga era mocinho de que idade?...)

cereja disse...

Pois foi, Zé Palmeiro!
King, o rapaz já era crescido (mais de 20) embora não muito atinado socialmente como se vê!

Joaninha disse...

Esta a preparar-me para fazer a mesma pergunta do King. Pensei que fosse aí um pré-adolescente, apesar de explicares que a mãe estava a jogar pelo seguro que noutra ocasião ele tinha tido um comentário ultra simpático!!!

Estou de acordo em que essas mesas de uma dúzia de pessoas, é mais simpático do que as compridas, mas não resolve. Afinal a conversa fica fechada nesse círculo, e quase sempre o homenageado/a da festa nem nos vê...

Mary disse...

Foi a festa do borbulha, tá visto!!!
Essa estava condenada, desde o início.
LOL!!!

sem-nick disse...

É tudo muito relativo!
Olha que se a idade é como tu disseste, + ou - os 50, um ou dois anos não é nada. Quanto mais velho se é menos essa treta funciona, às vezes até menos ou mais 5 não é importante.
Mas olha quando se é muito pequenino: Dizer a uma criança de dois anos que parece um é tirar-me metade da idade!!! Um menino de 5 parecer ter 3, é grave.

Joaninha disse...

Olha que bem visto, sem-nick!!!
Eu gozo um tanto com isso, quando uma amiga me diz - «somos da mesma idade! tenho menos 10 anos mas isso não é nada» e realmente hoje, até parece que não é assim uma diferença do caraças.
mas eu costumo responder (de acordo com o que dizes, sem-nick) «Hoje não parece, mas olha que eu estava a entrar na Faculdade quando estavas na primeira classe...»
É cá uma coisa!!!
:)

tess disse...

Mas sabem que para um puto de 20 anos, a diferença entre 40, 50, 60, talvez 70, não é coisa de ficar a pensar...
Quero dizer, o espaço entre essas décadas, é claro. É assim um tanto maia idade. Eu lembro-me de ter a convicção de que quando lá chegasse, ali à idade dos meus pais, estaria velhíssima!

josé palmeiro disse...

Volto por uma razão simples, o comentário do King. Está demais, então, diz ele: "Esse desconto de um "amo" ou dois...".
Já repararam que leva o discurso para outras paragens?
Eu sei que foi gralha, mas, "foi porreiro, pá!"

josé palmeiro disse...

Relativamente à Joaninha, só dizer que adoro a expressão: "Os rapazes e raparigas da minha/nossa, idade". Na verdade essa diferença de uma decada, se bem que importante passa desapercebida.

Anónimo disse...

UI!
Olha Zé, vou ser franco, já cá tinha voltado, depois e nessa segunda leitura vi a gralha (é o raio de um azar no teclado o M e o N estarem encostados!!!) mas encolhi os ombros porque já alguém tinha escrito depois de mim, e achei que se entendia.
Mas tal como tu, pensei que era uma gralha que quase seria um acto(?) pensamento falhado!!!
:)))

Anónimo disse...

Só uma coisa: recordo muito bem o meu avô falar de «um rapaz da minha idade» e de eu o olhar de olhos arregalados.
Muitos anos mais tarde, digo exactamente o mesmo para gozo dos meus filhos...

Joaninha disse...

Olé Zé Palmeiro!! Além de madrugador ainda voltas a ler os nossos comentários! :) Palmas!!
Claro que também falo de «uma rapariga do meu tempo» e afinal quer dizer «da minha geração». Estou a falar de cor, mas creio que a 'geração' oscila aí entre uns tipos uns 5 ou 6 anos mais novos do que nós e uns 5 ou 6 mais velhos... não será?
Mas isto leva-nos longe.:)

fj disse...

Sou extremamente sensivel à idade, particularmente à minha. Assim se me tirarem um mês já me sinto melhor.
Mas o melhor do post, para mim, é a expressão sem reparar que o gelo era fino!Extremamente aplicavel a esse tipo de situações.Vantagens da insolaridade?

Anónimo disse...

Pior seria se a Sra. tivesse menos de 48 anos - ainda pensei que assim fosse - imagino o constrangimento do rapaz!
Cinco ou seis anos de diferença de idade, aparentemente, pode não se notar mas, em termos das vivências e referências poderá ser relevante. Reflicto sobre a minha geração (colheita de 56) com 18 anos no 25 de Abril, os que nessa altura tinham 12 cresceram e desenvolveram-se num contexto histórico totalmente diferente do meu e isso fez alguma diferença.

André disse...

Gargalhadas finas e ferinas ou o odor(humor!?) cortante da sinceridade...

cereja disse...

Maria, esse perigo não havia (o de ela ter ainda menos) porque a mãe disse à cabeça «Não parece ter X, pois não?»
E aqui para nós ele foi mesmo exigente, porque é uma verdade que lhe costumam dar menos uns 10!!!!
Olha André, é evidente que ele foi sincero e que afinal não sabe avaliar as aparências de quem é muito mais velha do que ele, mas a verdade é que toda a gente largou a rir, começando pela que estava na berlinda...

FJ, eu sei isso. E ainda dizem que as senhoras é que são susceptíveis nessa área! :)

fj disse...

Oh! Hoje vim cá bem tarde (costuma ser de manhã, mas nem sempre dá, não é?) e ainda bem porque já dei uma boa gargalhada!
Com a tua explicação de que a mãe do mancebo tinha dito logo que «não parecia 50» ou lá que idade fosse, é já mesmo falta de jeito. Ou, se calhar para ele aquilo já era bastante Afinal entre os 18 e os 20 há diferença, não é?!
lol!!!!

Castanha Pilada disse...

Simpático!!! :)))

saltapocinhas disse...

Esta coisa das idades é muito interessante!
Eu nunca me lembro da minha idade a não ser que tenha de a dizer...
E à medida que vou envelhecendo, o meu limite de velhice vai aumentando. Portanto e sendo assim nunca mais lá chego!!

Mas os mais novos acham sempre que quem tem mais 1 ou 2 anos que eles já é velho, excepto o pai e a mãe!
A tua amiga teve sorte de ele não ter dito 60...

cereja disse...

Saltapocinhas, sabes que eu (e acho que não sou só eu) sinto como limite a idade dos meus pais. Portanto é 'volante'...
Quando era criança achava que uns trinta e tal já era qualquer coisa. Quando cheguei a essa «qualquer coisa», como entretanto eles estavam dos cinquenta para os sessenta, a minha meta mudou. e por aí fóra... Acho que quando chegar aos 80 acho que velhos só depois dos 100.
:)