quarta-feira, maio 13, 2009

Preconceitos




Estão por todo o lado.
E são graves.
Conheço um jovem que ficou com medo de fazer uma festa a uma criança. Há uns tempos (quando se falava imenso de pedofilia) ao atravessar o Jardim da Estrela, um miúdo veio a correr e, a brincar, agarrou-se-lhe a uma perna. Ele sorriu e ia fazer-lhe uma festinha na cabeça, quando apareceu a avó em grande velocidade, agarrou no neto e fugiu aterrorizada.

Ele passou a olhar as crianças quase com medo.

[só uma nota - neste vídeo vê-se o preconceito mais difundido e conhecido - a descriminação racial; contudo propunha que fizéssemos o esforço de imaginar outras 'diferenças', também não aceites e que magoam do mesmo modo]




20 comentários:

miguel disse...

Bom dia Emiele!

Não consigo ver o vídeo porque não tenho largura de banda suficiente. De todo o modo, eles estão por aí, em número cada vez maior nalguns domínios e completamente novos. Pegando no exemplo que deste, é como se se tivesse perdido a inocência. Felizmente, noutros têm tendência para diminuir substancialmente.

cereja disse...

Oh que pena.
A história que mostra é simples: a menina chorava porque o seu balão tinha fugido para o alto de um post altíssimo, um homem negro comove-se e sobe com algum esforço para lhe recuperar o balão e ao descer no momento em que estende o balão à menina, aparece a mãe dela que a agarra e (não se ouve mas imagina-se) e o insulta. Ele vai para casa onde solta esse balão que se vai juntar no tecto a outros de outras cores.

O exemplo que dei, chocou-me muito na altura porque era um rapaz dos seus 20 anos, que me disse que a senhora que agarrou no miúdo e o "defendeu" da festinha que ele lhe ia fazer, o olhou como se ele fosse um monstro. De facto existem monstros, mas é terrível vê-los em cada esquina.
Claro que, como dizes, há preconceitos que vão diminuindo sensivelmente.
Uff...

Joaninha disse...

Muito bom o videozinho.
A tal coisa de que (às vezes) uma imagem vale mais que mil palavras.
E neste caso são várias imagens...

josé palmeiro disse...

Joaninha, vais-me desculpar pois vou servir-me das tuas palavras, uma vez que não consigo articular ideias, depois de ver o vídeo. Desculpem, mas é demasiado, para mim.
Tristeza de vida!!!

fj disse...

a MIM ACONTECE-ME O MESMO, JÀ NEM ACARICIO CRIANÇAS ( EM PÚBLICO...). POR MAIS TENTADORAS QUE SEJAM.

sem-nick disse...

O FJ está a gozar mas olha que é mesmo assim. Quando dá a paranóia, vê-se tudo corrompido, só monstros abusadores, o mundo inteiro é uma imensa Casa Pia.
Aliás neste vídeo é também isso que está latente.

cereja disse...

Olá, Joaninha, Zé palmeiro, FJ e sem-nick!
Certo, eu recebi este vídeo e quis ampliar o seu sentido, por isso contei a história verdadeira e o filho de uma amiga minha. Porque quando entram preconceitos, fica tudo turvo e embaciado, e afinal todos perdem. porque para mim, até os preconceituosos perdem. Afinal ficam muito mais limitados na sua vida.
E podemos encontrar montes de exemplo: em relação ao género (já se sabe, muito vulgar), em relação à etnia (também muito comum) em relação à orientação sexual, em relação à idade, etc.
E todos saímos a perder.

cereja disse...

Ah, esqueci-me de dizer que o FJ é muito engraçadinho, veja lá não lhe caia um dentinho...

saltapocinhas disse...

Tenho um colega professoe (homem) que tem medo de se chegar às crianças!
Deve ser terrível pois eles, enquanto são pequenos têm tedência de se agarrar a nós, de nos abraçar e beijar, e nós lá vamos tentando "descolá-los".
Felizmente para mim, esse preconceito é menor em relação às mulheres!

Maria disse...

Há preconceitos tão intríssicos na sociedade e o vídeo ilustra de maneira sublime, a idéia preconcebida dessa senhora que, (ela pareceu-me asiática o que torna o assunto, ainda mais complexo) não alterou a sua atitude, perante a generosidade do homem. Até quando irá ele aguentar a descriminação a que tem sido sujeito?
E há pessoas que se admiram do ódio e da revolta que, por vezes, esses comportamentos fazem gerar.
No caso do jovem, a atitude da avó
poderá ter sido extemporanea, ou talvez não.
Alguns preconceitos com o conhecimento/ esclarecimento tendem a desaparecer, há outros que se vâo surgindo, nesta sociedade altamente competitiva que se vive da imagem, do efemero, do sucesso rápido... Isto para contar que a filha duma amiga minha não entrou para uma empresa apesar de ter tirado um curso com boas notas ter feito vários estágios e ter a partida os requisidos exigidos por ter um pequeno defeito (ciosa) e como tinha que contactar clientes, foi excluida. Claro não lhe foi dado directamente esse motivo,mas ela, que é muito perspicaz, deduziu e mais tarde confirmou. Até aí ela lidava bem com a sua diferença, até é uma rapariga gira inteligente.Mas vejo-a mais apreensiva e a procurar corrigir esse problema com aulas de dicção.
Não comparando,aliás, até estive de acordo, lembram-se da petição da mãe que levou a não se usar como insulto no Parlamento o termo "autista"?

Maria disse...

Eu escrevi, de um fôlego, sem pontuação mas, sem o talento do Saramago e com erros ortográficos, nesta caixa o corrector é inglês.
Fiquem bem!
Boa Noite!

Maria disse...

Esqueci-me de uma "ligeiríssima" provocação (onde eu me incluo).
Por acaso a avaliação do "charme" do "Messieur President" bem lá no fundo não estaria maculada de algum preconceito?Lol

fj disse...

Bem visto, nem é engraçadinho e caiu-me um molarzinho ( tão bem feitinho que parecia de criança ).

fj disse...

Bem visto, nem é engraçadinho e caiu-me um molarzinho ( tão bem feitinho que parecia de criança ).

cereja disse...

Maria, eu pelo vídeo o que me pareceu (e por isso falei no caso do filho da minha amiga) é que a mãe não tinha assistido à escalada dele para ir buscar o balão. O que me pareceu é que ela tinha chegado ao pé da filha nesse momento e «viu» um homem negro a «oferecer-lhe» um balão donde a atitude, porque interpretou como sendo uma prenda para cativar a menina. Mas concluiu logo isso por ser um homem daquela cor. Foi assim que vi a cena.
Saltapocinhas, é tal e qual. Nessas idades são umas lapas, grudam-se a nós, agarram-se às pernas, chega a ser demais. Mas quem lida com eles sabe bem! Ou seja a atitude da avó só faz sentido pelo histerismo que a certa altura tomou conta da nossa sociedade.

cereja disse...

FJ - bem feito! Foi mesmo castigo (mas caem-te dentes, criatura? e não são de leite, de certeza...)

kika disse...

Estou a estrear o meu novo brinquedo, com o Pópulo.Ah! mas que honra!!A história que contas e mostras é deveras comovente com certeza.
Mas gostava de conhecer alguém que não tivesse preconceitos, é que há tantos para enumerar e por vezes os que mais magoam até nem serão os mais visiveis , isto é a minha experiência... Felizmente que vamos evoluindo socialmente e nessa caminhada perdemos alguns.
Já no que respeita ás festinhas nas crianças, muitos pais já educam para não aceitarem festinhas de ninguém, é o que mais vejo!!!Terão as suas razões

cereja disse...

Já tinha notado a tua ausência... :)
Claro, Kika, descriminações há muitas e variadas. Algumas nem estão 'na lista' oficial. Vê os putos na escola quando praticam bulling muitas vezes é contra alguém que é gordo, ou estrábico, ou que acham esquisito por alguma coisa. Descriminar quem sai fora dos padrões normais é vulgar.
Quanto a não aceitar uma festinha, até está certo, não digo que não mas então têm de começar por ensinar a não se agarrarem a ninguém, não é? E, de qualquer forma, é um tanto triste.

fj disse...

Tentei "brincar" mas sairam coisas completamente idiotas, de que vos peço desculpa.E sem-nique tem alguma razão.

cereja disse...

Também é exagerada a autocrítica, FJ. :)
Como aqui todos falaram a sério, e o tema era desagradável, notou-se mais o facto de estares a brincar. Mas, cá por mim, não levei nada a mal.
Era só o que faltava.
Seria também um preconceito.