segunda-feira, abril 20, 2009

Que confusão

Não tenho informações que me levem a tomar posição mas anda a fazer-me muita confusão esta «guerra» médicos/farmacêuticos (ou farmácias, melhor dizendo)
Em relação aos ‘genéricos’, para ser franca, desde sempre me fez confusão haver genéricos ‘de marca’ e ainda por cima, tantos!
A primeira vez, há muitos anos, quando entendi o conceito do ‘genérico’ supus que seria um medicamento reduzido ao essencial - a sua substância activa - e, por isso, menos caro; e se havia variadíssimos medicamentos para cada enfermidade, de cada produto só devia haver um genérico, pensava eu. É certo que muito rapidamente entendi que devia estar enganada. Se havia muitos laboratórios, cada um deles punha no mercado «o seu genérico». Portanto, se calhar, o genérico do laboratório A seria pior do que o do laboratório B...
Depois, medicamento de marca ou genérico, quem assina a receita é o médico, donde é sua a decisão. E as coisas estavam assim. As receitas tinham um quadradinho onde o médico aceitava ou não que se substituísse aquilo que receitara pelo seu genérico.
Entretanto há um golpe de teatro e as farmácias declaram unilateralmente que passam a fornecer os doentes que lá vão de receita na mão, com o genérico do produto receitado porque havia doentes que nem aviavam as receitas por não terem dinheiro para isso.
Fica-se um pouco abananado, porque parece um tanto exagerada essa decisão. Parecia, assim à primeira vista, que as farmácias se estavam a sobrepor ao acto médico de receitar.
Mas, eis senão quando, outro contra-golpe de teatro: agora é o bastonário que propõe que sejam os médicos a fornecer os doentes dos medicamentos, se forem genéricos. Passariam agora os médicos a funcionar como mini-farmácias.
Com sinceridade, não estou nada a imaginar a situação... Os depósitos necessários para isso nos Centros de Saúde ou consultórios, o tempo super-cronometrado que cada médico têm, ainda aumentado com o ir procurar ao armário o medicamento necessário.
Huuummm...
Ficamos à espera do próximo episódio.
Desta confusão quem é que lucra? O doente?... Acreditam?

Se fosse na Índia talvez fosse assim:








11 comentários:

fj disse...

A ideia do bastonário, embora não estejamos na india, não terá sido bem explicada, ou parece absurda,e até perece prejudicar farmacias hospitalares.
Talvez seja esquematico em demasia mas da anf so podem provir sugestões de aumento de lucro, agora então com a integração vertical do eaquema. Ponhamos os olhos no joão cordeiro, um dos bons agitadores deste país (lembrem-se da premonitoria campanha contra o pai da filha do Ferro Rodrigues ). Entretanto miliona, na certa.

fj disse...

Miguel, seja quem fores e onde vivas, não vês que a gente precisa urgentemente dum asssor económico?!
Reaparece lá que penis!

Anónimo disse...

Pois.
Duvido que o doente lucre seja com o que for.
É uma luta de galos a ver quem domina na capoeira...

E, já agora, nunca mais se falou na «unidose»? Para que é que se gasta tanto medicamento que não se utiliza? Quase sempre uma caixa é pouco e duas é bastante demais!!! Porque não receitar e comprar a dose de que se precisa?...

josé palmeiro disse...

No teu escrito, tocas ao de leve na ferida.
Parece-me incrível ver esta "guerra" entre médicos e comerciantes de medicamentos, sem a interferência dos "farmaceuticos", não os que acomulam com a propriedade da farmácia, não, gostaria de ver aqui, nesta guerra, os que são mesmo e só farmaceuticos, para nos explicar e deslindar o intrincado da feitura de medicamentos. Já todos sabemos que o "princípio activo", é o mesmo, mas os excipientes esses serão necessáriamente diferentes e uns, mais baratos que outros e que podem ou não prejudicar o paciente.
E os doentes, onde está a chave de tudo isto, qual o seu papel? Assistir impávidos e serenos ao desenrolar desta guerra? Não me parece. É altura das "Defesas dos Consumidores", tomarem parte activa e dizerem-nos o que fazer, senão o melhor será escolher o lado a que se vão aliar.

sem-nick disse...

Pois, é guerra é guerra e parece que todas as munições são boas...
Livra!
Deixa-me esconder debaixo da mesa.
..........
O Zé Palmeiro tem razão. A 'Defesa do Consumidor' não diz nada?
E também apoio o King - há para aí desperdícios completamente inúteis. Falo por mim! As segundas caixas ficam com mais de dois terços por gastar.

Joaninha disse...

Mas isto ainda não acabou...

(por mim imagino que os farmacêuticos ou estão a trabalhar em laboratórios ou em farmácias... Ou então não exercem a profissão!)

AB disse...

FJ o que é que tu queres que o miguel faça reaparecer?AB

kika disse...

Isto é um imbróglio, donde com certeza não advirá nada de bom para os doentes, penso eu.

josé palmeiro disse...

Oh Kika, para nós, e aqui falo como uma pessoa que necessita de medicação diária, é só pagar, o que nos resta. Quando o dinheiro acabar, acabam-se as "modernices"!

cereja disse...

É que quer as Farmácias, quer a Ordem, dizem que estão a «defender» o doente.
É defesa a mais!
As Farmácias dizem que como os medicamentos estão caros, há doentes que não levantam as receitas e por isso eles propõem que levem antes 'genéricos' - depois vêm os médicos a querer «oferecer» os medicamentos.
Tudo para nosso bem!
:)
Estamos cheios de amigos!!!!!

cereja disse...

Ah, King, tocas num ponto muito importante. A verdade é que todos sabemos que há «desperdício» de medicamentos, mas a verdade é que por aí a coisa não ata nem desata...