segunda-feira, abril 06, 2009

Não é um brinquedo

As diversas funcionalidades do Google (Google Earth e os seus derivados )podem ser muito engraçadas. Creio que quase todos nós já experimentámos ver de cima a nossa terra, a nossa rua, o nosso prédio, e achamos muita graça ver tudo, os carros estacionados, as árvores, até os passeios e as passadeiras de peões...
Mas...
A verdade é que há um tanto de bisbilhotice nestes olhares.
E, sobretudo agora, que o olhar do Google «desceu à terra» ao nível da rua e tiram fotos a 360 graus, a coisa é um tanto indiscreta e pode ser invasiva das nossas vidas.
Foi o que pensaram uns habitantes de uma povoação na Inglaterra que decidiram bloquear um carro do Google que tirava fotos, a nível do chão, a 360º.
A coisa deu polémica, porque a Google considerava que tinha respeitado as leis, mas eles queriam ter sido ouvidos primeiro... O argumento, que faz sentido é que uma área vista ao nível da rua é aceitável, mas já não quando pode espiar jardins e as janelas das casas.
Tem de haver limites.
Há brinquedos que podem ser engraçados quando são manipulados por nós mas perdem a graça quando somos o objecto da brincadeira


11 comentários:

Anónimo disse...

Ehhehe!
Cliquei para aumentar a 'fatia' que escolheste, por curiosidade de ver o que tinhas querido deixar no blog. É Lisboa, é claro. Talvez a tua zona, mas não acredito que seja a TUA CASA.
:)

É certo. Pode ser um brinquedo e eu já o tenho usado quando quero mandar uma morada (a minha casa, por exemplo) a alguém e quero explicar como se chega lá. é prático. Mas ser filmado ao nível do chão implica, para mim, uma devassa. Nunca concordaria!!!!

Joaninha disse...

Estes mapas do Google são super-práticos. Também tenho impresso de vez em quando se quero ir a um local que conheço mal. (não tenho GPS, mas com isto já me avenho)

Claro que tem de haver limites.
mas não sou assim tão fundamentalista. Bolas, aquilo que se pode de ver numa rua é público, não? Só passa as marcas se 'entrarem' dentro de casa mas isso creio que não se pode fazer. Mesmo os jardins, se quem passa na rua pode ver o que se passa no jardim, porque é que o google não pode?!

josé palmeiro disse...

Tudo bem!!!
"O POVO É QUEM MAIS ORDENA!"
Uma forma de controlar os apetites inconfessáveis do Big Brother.

kika disse...

Gosto do google e tem muitas potencialidades . O seu uso para fins que não gostariamos ,é que é a grande questão. Os jardins são visiveis das mais variadas formas e não foi por acaso ( foi mais por segurança) que o nosso PR mandou proibir o uso do espaço aereo por cima da sua casa , quando estava de férias No generico considero que a nossas privacidade está totalmente perdida. O que gastamos , como, onde quantas vezes vamos ao cabeleireiro ou á farmacia, porque estradas andamos uma infindavel lista..É o Big Brother

sem-nick disse...

Tem piada que neste post encontramos duas posições diferentes o que é raro nos comentadores do Pópulo...

Por princípio sou contra a tal invasão da privacidade, o excesso de Câmaras de vigilância, essa coisa toda. mas como tudo tem duas faces, uma boa e outra má. As câmaras que podem invadir a privacidade, também podem evitar crimes ou provar inocências. E neste caso, até uso os mapas do google também. A verdade é que o ser humano e o ser humano social vai aprendendo a «defender-se» e a resguardar para o privado aquilo que é privado. Por isso em Portugal temos cortinas nas janelas...

fj disse...

Bem mas daqui á devassa vai um passito, talvez já dado.Mas este progresso já me parece inevitavel.

André disse...

Claro que tem de haver limites, senão... O problema é a sedução do "voyeurismo", é demasiado tentador e quando as leis se esticam... mas se esticarmos demais também rompe, portanto... arreiem lá os cavalos enquanto é tempo!

cereja disse...

Claro que não é a minha casa, King.
Eu bem sei que entre o voyeurismo e o exibicionismo se calhar a moeda é a mesma com duas faces, mas para mim nem uma coisa nem outra...

Achei graça o sem-nick chamar a atenção para o facto de a gente usar cortinas, porque realmente lá para os países do norte não é costume, e muitas vezes as casas à noite parecem montras. e, nisso tens alguma razão. O progresso faz com que existam meios cada vez mais sofisticados para se «ver» tudo, mas exactamente por isso, também se inventam meios de bloquear a intromissão.
E estas técnicas até são boas, também já tenho usado quando quero ver onde fica determinada rua e como se vai para lá...

fj disse...

Pois eu também gramo brincar com essa coisa.
Lá se entra nas janelas, não sei, e já não me interessa, mas ver as ruas, acho um piadão!!!!

Miguel disse...

Tem a sua piada, mas eles também têm razão...

Alguns exemplos. Os ataques a Mumbai (e não só!). Pessoalmente, como gosto de determinados assuntos, utilizei o Google Earth para visitar a base da USAF em Diego Garcia (Oceano Índico), em Bagram (Afeganistão) ou Bagdad (Iraque). Permitiu-me identificar todos os aviões que lá estavam estacionados, ocidentais e "soviéticos", ou que lá tenham estado pelas manchas na pista permitindo assim dimensionar os equipamentos colocados no terreno. Fui a Guantanamo e vi que tipo de equipamento militar os americanos têm por lá. Etc, etc etc etc. É uma ferramenta verdadeiramente "interessante" ;) Claro que terás sempre uma imagem do passado. Mesmo assim...

cereja disse...

Identifico-me bastante com o que deixou aqui dito o Miguel e quando usou o termo mais rigoroso de «ferramenta». É que isto é como tudo. Afinal uma ferramenta de que se pode fazer um uso melhor ou pior.
Eu não me lembrei de fazer as "visitas" que ele fez mas é muito boa ideia.
Tenho usado não só para localizar coisas por cá, como quando quero indicar aos meus amigos como ir à minha casita de campo, onde é que ela fica, exactamente. Aquelas azinhagas vistas de cima, não deixam enganar.