segunda-feira, fevereiro 09, 2009

«Conta-me como foi...»

É uma série de que já aqui tenho falado várias vezes, porque quando se pode ver na nossa TV um “trabalho asseado” (coisa que não é frequente) é de louvar.
Vai na segunda série de episódios e é feita com bastante rigor, pormenores cuidados desde os anúncios da TV, às toalhas da mesa ou individuais, aos fechos das portas vê-se que a pesquisa foi feita com cuidado, para além dos actores principais serem muito bons.
É curioso, contudo, que existem aspectos que foram decerto levados em conta, e por isso a vida decorre num Bairro popular e um pouco periférico.
Eu interpreto que foi assim escolhido para a mentalidade que é descrita como sendo a dos personagens da série poder ser representativa de uma fatia maior da população portuguesa.
Ora, em conversas que tenho tido com uma amiga, sentimos que naquela altura, finais de 60 e início dos anos 70, entre nós tínhamos um modo de pensar mais liberto, mais solto. Relembrámos situações, e consideramos que algumas das atitudes e modos de pensar que vimos estavam um tanto ‘atrasadas’ no tempo, recordávamos como mais típicas de meados da década de 60.
Contudo, este fim-de-semana, falando com outra amiga que viveu essa época na província, garantia-me que sim senhora, era exactamente assim!
Donde, a conclusão que tenho de tirar, é que afinal o rigor existe mesmo para além dos pormenores que se notam, materiais, mas também quanto aos usos – depende é do local onde se vivia e da classe cultural.

8 comentários:

Anónimo disse...

Às vezes esquece-me de ver, mas depois tenho pena.
Eu penso que devem publicar em DVD, nem sei se não o fizeram já.
Merece!

Anónimo disse...

Vale muito pena ver-se.
E os actores são muito bem escolhidos. Mesmo os secundários são bons.

Anónimo disse...

Sabes que senti um pouco isso que disseste. Houve um episódio ou outro que achei que o 'tempo' não estava certo!

Anónimo disse...

(cliquei para entrar mas queria concluir)

Se calhar também pertencia a uma burguesia urbana que estava um pouco adiantada. Na minha casa eram bastante «estrangeirados» em muita coisa e na forma de pensar...

fj disse...

Ontem não vi, mas considero realmente que desta vez anda a fazer-se um serviço público!
Devia ser obrigatório passar nas escolas, aos meninos que nem sabem o que foi o 25 de Abril!!!

josé palmeiro disse...

Do "Muito Bom" que se tem feito em televisão, no nosso país. Não perco!
O promenor que referes é tal e qual. A tua amiga que vivia na província, e esses bairros periféricos de Lisboa, eram prolongamentos da "terrinha", as coisas pasavam-se exactamente assim.
Tal como o King, direi que é uma série que merece ser editada em DVD.

cereja disse...

estou plenamente convencida que acaba em DVD, porque até vai ter saída.
Eu também só não vejo quando tenho algum impedimento, e tenho a esperança desse DVD para apanhar os que me faltam ver.

saltapocinhas disse...

é, era mesmo assim!
com a agravante de, na provincia, não termos acesso a muitas coisas a que o Carlitos tem (e falo no Carlitos porque é - ou era - exactamente da minha idade naquela altura!!)