segunda-feira, janeiro 26, 2009

«Um país, dois sistemas»

Era a China que tinha inventado esta ideia «Um país, dois sistemas» pretendendo com isso sugerir a unificação da China, porque Taiwan era também China ( o mesmo país) guardando o seu ‘sistema’ político.
Muitas vezes quando sei de coisas que se passam na nossa terra imagino é que vivemos em dois países, com sistemas tão diferentes que custa a aceitar que respiremos o mesmo ar, e estejamos debaixo do mesmo céu.
Semana sim, semana não sim, vamos conhecendo mais histórias ‘interessantes’.
Desta vez trata-se de uma coisa chamada «Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos» que existe para... fazer cumprir as disposições legislativas para o sector energético. Já isto é estranho, na minha forma de pensar. Para fazer cumprir as leis existem polícias várias, tribunais, e até há livros de reclamações e amarelos que têm a função de receberem queixas. Mas não. Decidiu-se que para a energia era preciso algo de especial, com uns senhores que tinham um estatuto também especial: por um lado são gestores públicos (?!) mas o regime aplicado aos membros do conselho de administração da ERSE foi aprovado pela própria ERSE.
Estão já a ver?
Portanto, o senhor que era presidente daquela coisa, recebendo o pequeno ordenado de 18 mil euros mensais, mais subsídio de férias, subsídio de Natal e ajudas de custo, aborreceu-se e despediu-se. Despediu-se ele próprio.
Se um de nós enlouquecesse e fizesse tal coisa, a nossa empresa ficaria toda contente porque lavava as mãos – o problema passava a ser nosso, não nos devia nadinha. Mas naquela caso não, como os estatutos foram eles que os escreverem, esse senhor vai receber 12 mil euros por mês ( 2.400 contos) durante dois anos, até encontrar um novo emprego.
Mas que bom!
São mesmo dois sistemas, ou serão dois países?

8 comentários:

Anónimo disse...

Olha, recebi um email, tipo FW com esses dados (se calhar foi aí, se também o recebeste que também te foste inspirar...)
Como dizes, quando temos amigos que «por motivos de redução de pessoal» foram despedidos aos 50 anos, novos para a reforma e velhos para encontrar outro trabalho, quando esses nossos amigos vão ter 3 anos de subsídio de desemprego mas sabem à partida que não vão encontrar nada depois disso... é de dar saltos no ar!!!

Anónimo disse...

São coisas destas que nos fazem logo sentir 3º mundo!
É por aí que se vêm os tais ricos mais ricos e os pobres mais pobres.

Anónimo disse...

Pois há mesmo dois ou mais mundos dentro de um país como o nosso.O exemplo de que falas deve ser muito semelhante ao dos detentores de alguns cargos politicos que quand deixam a dunção(independentemente de regressarem aos anteriores postos de trabalho)recebem o chamado "subsidio de transição" uma quantia para se irem habituando (coitados)ou a continuar a não fazer nada ou aos novos arduos trabalhos de administração de empresas publicas....Mas tenho de fazer uma correcção ao teu post.Nas privadas mesmo que seja o contratado a despedir-se tem sempre direito às seguintes remunerações:o mês em curso,na totaidade desde que tenha cumprido pelo menos dez dias de trabalho,o mês de Férias inteiro porque as férias se referem sempre ao ano transacto e o percentual dos subsidios de férias e Natal do ano em que ocorre a demissão.AB

Anónimo disse...

Sairam alguns erros mas acho que o texto está legivel ...AB

Anónimo disse...

Para mim tudo isto me faz tanta azia , que vou entrar em jejum. Só quebrarei com muito poucas coisitas. É demasiado profundo para a minha pobre cabecinha... nao entendo e já nem quero explicações

Anónimo disse...

Dois mil e quatrocentos contos por mês enquanto não arranja uma coisita para fazer...
Tadinho dele.
E não vai ter carro, nem motorista, nem almoços pagos para representação, nem «cartão doirado» de crédito, nem telemóvel topo de gama com as chamadas pagas, nem...
Como raio se vai governar com uma verba que nem chega sequer a dois mil e quinhentos contos???? Terá de cortar em coisas essenciais, decerto.

josé palmeiro disse...

É tudo tão vergonhoso, e anda sempre tudo tão à tona de água quando as possibilidades de alteração dos "sistemas", estão para acontecer, que eu não entendo, como ainda não houve coragem de MUDAR, mas mudar mesmo e não só as moscas.
"ELES", ocupam as funções, estabelecem as regras, dão as cartas e fazem "bluf", e nós pagamos e continuamos a pagar, até ao minuto final...

cereja disse...

Eu nem sei porque falo nisto que já se torna tão rotineiro, que é quase todos os dias. Talvez por me indignar por conhecer o outro lado do espelho: quem quer trabalhar e não pode, ou como me contaram ontem jornalistas que vão para a rua dez anos antes de poderem pedir uma reforma... Vão trabalhar onde?...