segunda-feira, janeiro 12, 2009

O sono e o silêncio


Este fim-de-semana esteve um frio indiscutível. De uma ponta a outra de Portugal, com valores à volta dos zero graus – negativos até ,lá mais para o norte e interior, positivos mais para o sul e litoral, mas esteve mesmo muito frio.
Contudo, eu saí da minha confortável e razoavelmente aquecida casa de Lisboa, e passei esses dias noutra casa que está desabitada durante a semana, para além de ser numa zona que costuma ser mais fria. Hesitei mas foi uma opção necessária, porque precisava de resolver alguns problemas que tinham surgido e fazer uns pagamentos, portanto a noite de sexta para sábado não era ‘negociável’.
Contudo tinha pensado voltar para Lisboa logo no sábado. Teria mais conforto, tenho mais electrodomésticos, a casa estava mais aquecida - pelo menos com um aquecimento mais prático e rápido do que a lareira que uso no outro local.
Mas sábado de manhã mudei de ideias.
A verdade é que dormi melhor e muito mais profundamente, e no sábado acordei muitíssimo mais bem disposta do que é meu costume. Existe uma qualidade de silêncio nas aldeias que transmite ao nosso organismo uma paz especial.
Já me disseram que se colocar nos ouvidos aquelas bolinhas que se vendem na farmácia, também não oiço os sons da cidade.
Ná.
Posso não «ouvir com os ouvidos» mas dá-me a sensação de que todo o organismo vai «ouvindo» os sons com que a cidade nos bombardeia quer de dia quer de noite.
Para um sono a sério, é bom um silêncio também a sério!


10 comentários:

Anónimo disse...

Tá muito bem visto.
Também penso que a gente «ouve» com o corpo todo!...

E não há como o silêncio profundo para dar calma.

Anónimo disse...

Pois é!:)

Anónimo disse...

Ooooh!
Queria um smile com o bonequinho.
:(
Não sai sempre. Isto tem dias...

Anónimo disse...

Se vivesses em NY estavas feita...mas tens razão,acho que se ouve com o corpo todo .(a minha mãe nunca falhava uma entrada tardia minha pensando eu que era inaudivel,coitada dela como só percebi isso mais tarde quando me começou a acontecer o mesmo com a adolescencia dos meus filhos).AB

Anónimo disse...

Ai Emiéle, só o desenho já dá vontade de voltar para a caminha...
Tu és sádica, ou quê?!
Logo hoje que é segunda-feira!!!!!!:(

Anónimo disse...

Tambem por essas razões e não só por outras, se diz que " O silêncio é de ouro".Tenho essa experiencia como tu do silencio na casa da aldeia e na verdade não há nada de mais retemperador que uma noitinha dormida lá.Mas porque sou muito urbana e adoro o mar e (não é so para ver as gaivotas..)usufruo muito poucas vezes desse silencio que não tem nada a ver com a noite da cidade , mesmo com janelas duplas É muito bom!

josé palmeiro disse...

Com a idade, durmo cada vez menos, mas durmo, as horas que o faço, bem.
O pior é se acordo, pois não consigo estar na cama, sem ser a dormir, ouço os barulhos todos e com todo o corpo.
Achei piada e revi-me no depoimento da AB. Ainda àcerca das entradas tardias ou madrugadoras, lembra-me o meu saudoso amigo "Super", que nessas condições e logo que sentia o pai sair de casa, invertia a marcha e fazia como se fosse a sair, para o pai não desconfiar, pensava ele...

André disse...

O silêncio do sepulcro, como diziam os antigos. A falta que nos faz, é verdade, se bem que, por vezes, o estertor das cidades também nos embale. Bem pior, são os ruídos internos de certos prédios, motores de ar condicionado, vizinhos pária, etc...

Castanha Pilada disse...

O silêncio da aldeia é bom... por uma noite. Duas, vá!

cereja disse...

Bem.... a diversidade é agradável ou então, se todos pensassem ou sentissem como eu as aldeias passavam a ser 'dormitórios' e estragava-se tudo!
Mas Palmeiro, «silêncio do sepulcro» é forte! O silêncio do sepulcro é o da não-vida, enquanto o campo fervilha de vida! É claro que mesmo à noite há ruídos, não existe é o permanente ruído de fundo que sentimos quando há muita gente em nosso redor.
Percebo a tua graça, Castanha, mas tenho outras experiências se calhar. Eu não sei como é em NY, só posso calcular. Mas, por exemplo, zonas densamente povoadas (Hong-Kong ou Macau, por exemplo) há barulho 24 horas sem parar, sem parar, sem parar... Quando voltei para Lisboa isto pareceu-me bem sossegado! Portanto por mim, já pensei nisso e não creio que me habituasse a 'viver no campo' mas a lá dormir, isso decerto. E todas as noites!