Casamentos a prestações
Eu ainda sou do tempo...
Enfim, o que quero dizer, é que aqui há umas dezenas de anos o casamento era uma festa relativamente familiar.
Fosse pela igreja ou pelo civil, depois da cerimónia juntavam-se parte da família e uns amigos mais íntimos e fazia-se uma festa ou numa casa de alguém da família que tivesse jardim e umas salas maiores ou um jantar num restaurante.
Mas as coisas foram mudando.
Pouco a pouco, as festas foram subindo de espavento, o número de convidados disparou por aí acima, o copo de água 'caseiro' passou a um cathering muito elegante e caro, o local da festa passou a ser em quintas alugadas para o efeito, etc... ou seja, hoje o preço de um casamento é cerca de 20 mil euros.
20.000 € !!!
E, curiosamente, os extremos tocam-se.
Também há muitíssimos casais que vivem juntos sem legalizar a situação. Socialmente isso também é normal. Tenho falado com algumas pessoas que consideram que casar «é assim», com o tal fausto dos 20.000 euros. Nem lhes passa pela cabeça a hipótese de passar por um Registo Civil assinarem um papel e, se lhes apetecer, irem tomar uns copos com os seus amigos a um local qualquer. Ná. Casar é aquela faustosa cerimónia, outra coisa não conta.
Portanto... casa-se menos e mais tarde, muitas vezes depois de já ter nascido o primeiro filho. Ou, por aquilo que fico agora a saber – até se paga o casamento a prestações!
Não quero ser má língua, mas o esquema é arriscado.
Como se sabe, os casamentos hoje também duram menos, e assim pode acontecer que quando o casamento estiver pago, o casal esteja já zangado.
Enfim, o que quero dizer, é que aqui há umas dezenas de anos o casamento era uma festa relativamente familiar.
Fosse pela igreja ou pelo civil, depois da cerimónia juntavam-se parte da família e uns amigos mais íntimos e fazia-se uma festa ou numa casa de alguém da família que tivesse jardim e umas salas maiores ou um jantar num restaurante.
Mas as coisas foram mudando.
Pouco a pouco, as festas foram subindo de espavento, o número de convidados disparou por aí acima, o copo de água 'caseiro' passou a um cathering muito elegante e caro, o local da festa passou a ser em quintas alugadas para o efeito, etc... ou seja, hoje o preço de um casamento é cerca de 20 mil euros.
20.000 € !!!
E, curiosamente, os extremos tocam-se.
Também há muitíssimos casais que vivem juntos sem legalizar a situação. Socialmente isso também é normal. Tenho falado com algumas pessoas que consideram que casar «é assim», com o tal fausto dos 20.000 euros. Nem lhes passa pela cabeça a hipótese de passar por um Registo Civil assinarem um papel e, se lhes apetecer, irem tomar uns copos com os seus amigos a um local qualquer. Ná. Casar é aquela faustosa cerimónia, outra coisa não conta.
Portanto... casa-se menos e mais tarde, muitas vezes depois de já ter nascido o primeiro filho. Ou, por aquilo que fico agora a saber – até se paga o casamento a prestações!
Não quero ser má língua, mas o esquema é arriscado.
Como se sabe, os casamentos hoje também duram menos, e assim pode acontecer que quando o casamento estiver pago, o casal esteja já zangado.
Bem, ESTE também não é «do meu tempo»...
10 comentários:
:)
Assim se vê a nossa idade...
lol!
Realmente Emiéle, 5.000 contos por um casamento, a festa de um dia, é coisa que para a minha/nossa geração custa a aceitar. Mas a escolha é «deles», os jovens de hoje.
Tem a sua piada clicar e ver a foto maiorzinha. De facto, Emiéle, aquelas toilletes também não são
bem do «nosso tempo»... Eheheheh!
Eu estou como tu. Já nem pio, mas as vezes onde tentei ter uma conversa com quem dizia que não casava por não ter dinheiro, não resultou. Para eles casar é a festa. Não tem a ver com a legalização de uma situação. Outros tempos. :)
Bom nos tais outros tempos também se gastavam fortunas em casamentos e não eram só os familiares,não.Fui a vários casamentos que se diziam "de estadão"com convidados para cima dos 300-o que na altura era uma multidão-com vestidos de noiva a custar fortunas(e as respectivas camisas de noite a que os brasileiros chamam "camisola do dia"com preços absurdos ?)mais os chamados segundos fatos ou fatos de saída e o aluguer e banquete de salas ou hoteis"A Cozinha Velha" era um "must"o Mònaco outro e então o hotel do Buçaco,nem queiras saber...ah! e as lagostas não eram daquelas que vão a muitos casamentos,as cascas eram mesmo para deitar fora.A moda da coisa discreta assim a modos de filme dos anos 40 em casa e familia era para uma determinada classe média e depressa foi destronada pelos filhos da dita que resolveram que o casamento era pelo "civil"e muitas vezes só com as testemunhas.Isso representava muitas vezes uma espécie de rebeldia contra a instituição,que depois muitos acharam que nem sequer era necessária.Hoje as rebeldias não se põem neste campo e oconsumismo ou a imitação da ostentação suportada por uma frase que me deixa louca de fúria e que è-"como vem nas revistas"-como se de biblias se tratasse- essa coisa do social.Há programas com estilistas e arquitectos de interiores a arranjar castelos em Itália para as bodas de um e de outro e tudo isso entra no imaginário de muitos dos jovens deslumbrados que andam por aí.E não forçosamente os de maior poder de compra...AB
Pronto o Pc regeitou o nome.è sempre assim se o comentário é mais longo.AB
Vir depois da AB tem as suas vantagens (ou não?....) porque dá para dialogar.
A minha experiência - e cada um vai falando do que sabe, né? - é que os Grandes Casamentos, esses de estadão, de que fala aqui a AB e eu também fui aí a um e ouvi contar de outros, existiam realmente nessa época, mas passavam-se em classe social diferente daquela a que este artigo e o post se referem. Proporcionalmente, 20 mil euros ou 4 mil contos, é aquilo que muitos desses jovens noivos vão ganhar num ano de trabalho.
A filha da minha mulher a dias, fez um casamento desses, e a mãe disse que tinha custado ainda mais do que isso - com a quinta, o vídeo e as fotos, lembranças aos convidados, tudo como se vê nos filmes que passam na TV.
é essa a diferença: hoje qualquer casamento tem de ser assim. Ou então não é nada.
É um facto.
e muitos escolhem o «não é nada».
Já aqui o disse, mas repito-o. Corria, célere, o final da década de "sessenta", quando juntei os trapinhos. A tropa, a incerteza quanto ao futuro e a convicção, a isso me levaram. Os nossos pais, foram os nossos padrinhos e a "festa", foi um jantar no "S. Carlos", esse mesmo, ali na Rua da Benificência.
O que a AB conta, também o testemunho, pois lembro-me bem de ter ido a uns quantos, mas mais na década de cinquenta. Um deles, no "monte" da "herdade" dos pais da noiva, que foi uma coisa do outro mundo.
Hoje, a "industria casamenteira" e a necessidade de mostrar aos outros e à sociedade, em geral, uma saúde financeira, digamos razoável, leva as famílias, mais do que os noivos, a entrar nesses negócios, que os deixam endividados para uns bons anos, senão para a vida. É o faz de conta, a encenação, a mentira. Mas cada um, escolhe o que quer, estamos em democracia...
Nem duvido que já há casamentos a prestações que já deram em divorcio antes de pagarem divida.Normalmente "sobra" para os pais..Mas tambem concordo com a Mary, ou fazem á grande ou juntam os trapinhos.Tornamo-nos num País estranho,pois os casamentos que a AB relata eram só de uma minoria e de repente tudo mudou mas parece que só para beneficio das empresas que promovem esses eventos...
[antes de mais queria agradecer ao Zorro a dica que me deu quanto ao modo de me 'adicionar' aos amigos aqui do Pópulo; foi fácil e já lá está o meu boneco - tinha de ser o 'reizinho' :D ]
Bem, eu casei. Como a Emiéle aqui sugeriu foi a tal cena, passagem pelo registo, os nossos nomes e os das testemunhas/padrinhos e uma bela jantarada com uma dúzia de amigos. Um dia agradável, bem disposto, mas como uma festa de aniversário, digamos assim.
Hoje as coisas têm de seer como disse a AB tal como nas Revistas (Caras, Ola, etc e tal) ou mesmo nos filmes. Estamos fartinhos de consumir o que Hollywood nos envia: do 'casamento do meu melhor amigo', '4 casamentos e um funeral', 'a casamenteira' ou lá como se chamava o filme, etc, etc, é um ver se te avias em imagens lindas de casamentos de contos de fadas.
E a malta engole aquilo.
Pronto.
Hoje é mesmo a classe média ou média baixa (isso ainda existe?) que se empenha até à raiz dos cabelos para o tal casamento XPTL. De revista!
É um pouco a imagem dos tempos que correm, por isso não me surpreende mesmo nada, visto passar-se o mesmo em contextos totalmente diferentes, por exemplo no desporto de competição (ou de média competição, por onde andei/ando), em que o imbecil é aquele que não faz batota (leia-se, dopar-se).
Hoje, ou é tudo ou é nada, ter mais, gastar mais, ganhar mais, custe o que custar. O espírito arcaico de correr por gosto, tornou-se isso mesmo, arcaizante, ancilosado. E digo-o com uma mágoa enorme, cimentada pelo facto de ter só 34 anos!
Este post não pretendia fazer juízos de valor se era melhor ou pior, foi uma brincadeira e a constatação de um facto. Casar hoje corresponde a uma festa enorme e caríssima. Desapareceu o «casamento normal» do meu tempo. Tal como o Zé Palmeiro ou o King (e já agora os meus amigos da altura e eu, fizemos)
A AB tem razão sem dúvida. Havia e sempre houve possivelmente, casamentos de pompa e circunstância. Mas eram alguns. Hoje aparentemente não se sabe fazer de modo simples. Alguns de vocês aqui até citaram os casamentos das vossas mulheres a dias ou filhos delas, e eu digo o mesmo. Fui convidada ao da filha da minha (fiquei numa mesa dos patrões!!!) e teve os requisitos todos da quinta alugada, o cattering chiquíssimo, etc, etc...
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