sexta-feira, dezembro 19, 2008

"A verdadeira caridade começa em casa"

Ou então :"A caridade bem entendida deve começar por nós."
Já se sabia, não era? Nada de novo.
As IPSS
(instituições particulares de solidariedade social) , são apoiadas pelo Governo, ou seja pela Segurança Social, ou seja com os nossos descontos e impostos, portanto por nós.
E têm algumas regalias, é natural. Respondem a necessidades sociais que os competentes Serviços da Segurança Social não estão para dar resposta, e consideram que assim as coisas ficam excelentes, as mãos pelo menos ficam limpinhas. O Pilatos também assim pensava.
Já se sabe que a fiscalização na nossa terra é uma actividade que sai cara e portanto está orientada para acções rentáveis tais como as relacionadas com finanças. Assegurar que as Instituições que recebem benefícios para prestar serviços às populações o façam como deve ser, é coisa que raramente se pratica, ou seja a rédea nesses casos anda muito solta.
Lemos agora que os «centros de actividades ocupacionais», locais onde indivíduos com deficiência passam parte do dia, estão nas mãos de IPSS que decretaram que os seus utentes vão pagar mensalidade
Mais nada.
Utilizador/pagador, não é?
Ah, dizem que essa mensalidade não deverá ultrapassar os 140 euros.
Coisita pouca, afinal.


9 comentários:

Anónimo disse...

Tenho um familiar que entende dessas coisas e é da tua opinião tal e qual. Há serviços que foram «privatizados» ou seja entregues a essas IPSS e ficaram bem pior.

Anónimo disse...

"Decretaram"?! Como é isso? O acordo que julgo existir com o "resto" do estado não regula esse aspeto?
Como especialista explica mais um bocadinho, sim?
Ps: o Migueel das economias desapareceu? Apelo a que regresse, precisamos dele dele.

Anónimo disse...

Ps: em matéria de fiscalização, é preciosa a noticia de que a sln pensa processar o estado por deficiente fiscalização...olhem se esta fosse boa?

Anónimo disse...

Mais uma a acrescentar ao desaforo da caça ao niquel.
O Estado Social no seu melhor como sempre...

Anónimo disse...

diria mesmo, o estado social a demitir-se dos seus deveres e a entregá-los na mão de umas ipss que gostam de brincar à caridadezinha.

josé palmeiro disse...

Com IPSS(s), já tenho a dose que chegue. Até me parece que já o referi por aqui, mas volto a fazê-lo para que saibam que as bem feitorias dessas instituições já vem de longe.
Ainda no outro tempo, na primavera marcelista, a minha mulher, Educadora de Infância, estava numa dessas "casas" e saíu uma lei em que os ordenados seriam iguais aos da função pública, tal como os horários de trabalho. Pois bem, no papel era tudo rosas, mas havia uma alínea, no que respeita aos rectroactivos a receber que as IPSS, só as pagariam se tivessem fundos para o fazer, escusado será dizer, que não tinham e por isso não pagaram. e só á conta cá de casa eram mais de trezentos contos, da altura. Significativo, não?

cereja disse...

FJ, de facto tenho uma experiência nada agradável sobre a passagem de alguns serviços públicos de cariz social a IPSS. Ainda volto a falar nisso. A 'fiscalização' é coisa delicada, realmente. Mas é a pedra de toque e só com uma firmeza grande se pode responsabilizar certas instituições por aquilo que praticam, ou então é o descalabro e a impunidade completa.

O depoimento do Zé palmeiro serve para ilustrar muitos e muitos casos. Cinicamente concorda-se com aquilo que já se sabe não se ir fazer.
Este caso brada aos céus por se tratar de pessoas com deficiência que mais do que outras precisariam de apoio e ajuda. Como é que pensam fazer? Com veneno para ratos?!

cereja disse...

Olhem meus caros ainda não é hoje que pego neste assunto, porque se não estou cansada como ontem, tenho alguma pressa para não ocupar o pc, que não é o da minha casa. mas hei-de voltar (credo, pareço o «exterminador» ou o Santana Lopes!)

Anónimo disse...

Não por mim mas por familiares próximos, tenho alguma ideia do que se vai passando a este nível.
Realmente que sejam IP são decerto - Instituições Privadas- mas de Solidariedade é que o não são! Quer pelo modo como sabem explorar quem lá trabalha (com a faca e o queijo na mão de «quem não está bem muda-se que o que mais há é quem queira trabalhar») quer como o modo como seleccionam os 'clientes'. Quer crianças, quer idosos, quer deficientes como agora se vê, são eles que mandam e mais nada.
Posso estar enganado mas a pergunta que faz o FJ é que o estado não regula quase nada e sobretudo não consegue vigiar.