domingo, dezembro 21, 2008

Poesia

Natal

Natal... Na província neva.

Nos lares aconchegados,
Um sentimento conserva

Os sentimentos passados.


Coração oposto ao mundo,

Como a família é verdade!

Meu pensamento é profundo,
Stou só e sonho saudade.

E como é branca de graça

A paisagem que não sei,

Vista de trás da vidraça

Do lar que nunca terei!


Fernando Pessoa

(é quase inevitável, nesta altura do ano evocar esta poesia...)

10 comentários:

Anónimo disse...

Fernando Pessoa é o meu poeta preferido , mas agora vou tratar da minha saude e bem estar fazendo uma aulinha de Pilates e está na hora de me por a andar

Anónimo disse...

Como dizes é um dos poemas que mos ocorrem de imediato.
E Pessoa é sempre Pessoa...Neste caso um doce/amargo.

Anónimo disse...

«Natal... Na província neva.»
Quem não sabe de cor?!

André disse...

Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!

Como é actual porra!

Anónimo disse...

O poema é ... Pessoa.
Não dá para nos pormos com classificações. Mas é triste, Emiéle. É mesmo triste!!!
Claro que não será «anti-Natal» mas fala de facto do «outro natal» como aqui disse o André, que actual que é!"!!!

Anónimo disse...

Fui 'atrás' do André e fiquei a conhecer algumas coisa dele (excepto o blog, se é que o tem) e para além disso uma dúvida: Palmeiro não é um nome corriqueiro.
É da família aqui do nosso colega de tertúlia?...

André disse...

sem nick, amigo, se fores a factor_infra.blogs.sapo.pt encontras lá umas coisitas de minha lavra. Quanto ao Palmeiro, sim, não é apenas coincidência...

cereja disse...

Claro que é triste, sem-nick. Desencantada, talvez.
Mas é um certo contraponto a outros Natais muito festivos (talvez exageradamente...

Pois André Palmeiro, eu linha feito a ligação. Senti-me muito solidária pelo roubo do teu portátil (roubo e destruição!) Obrigada pelas visitas que tens feito, vou passar a visitar mais o factor_infra. :)

josé palmeiro disse...

Eu ontem não estive cá e, ao dar estes passos hoje, fico com o coração apertado e ao mesmo tempo feliz.
Apertado, pelo poema e pela situação em que o André se encontra. Ele é, neste momento, o elemento ausente, desta família! Todos os outros es encontram em S. Miguel e ele não. Razões imperiosas o justificam mas, a similitude com o poema, é demais. A juntar a tudo isso, passam hoje 39 anos de uma vida conjunta que nos deu os filhos que hoje temos, o que torna as coisas com duas vertentes uma alegre e outra triste, pois não foi possível reuni-los a todos, mas, sabemo-lo connosco.Esta é a parte que nos deixa contentes...

josé palmeiro disse...

A visita inesperada da minha neta, fez-me perder o fio à meada, mas, retomo-o aqui, dizia eu que a parte que me deixa contente tem a ver com voçês, meus amigos, pela força que estão a dar ao "factor_infra", essencialmente, porque a sei, sincera!