quarta-feira, novembro 19, 2008

Todos 'precários'

Ainda continua a ser ingénua em muitas coisas.
Quando oiço falar em precariedade e sei que muitas e muitas profissões se queixam desse flagelo, até mesmo profissionais com bons cursos superiores, o tal «canudo» que dantes era a chave de acesso a um emprego razoável, imagino para mim que apesar de tudo há ainda profissões que escapam a essa sina.
Uma delas - porque noto que há falta, porque quando passo por um Serviço de Saúde reparo que o ratio doente/técnico parece elevadíssimo, e porque vejo que se contratam muitos profissionais estrangeiros - é Enfermagem.
Nessa tal minha ingenuidade, pensava que um diploma de enfermagem daria alguma segurança a quem se decidia tirar esse curso.

Engano!
Dezenas de enfermeiros à procura de primeiro emprego protestaram em frente ao Hospital São João, no Porto, contra a precariedade dos contratos de trabalhos dos profissionais de saúde
Desejavam um primeiro emprego mas nem isso conseguiam. Trabalho precário como qualquer outra profissão, pois claro!
«É inadmissível que se opte por pagar horas de trabalho extraordinário em vez de fazerem contratos» dizia uma enfermeira, e acrescentava citando números: «9800 horas pagas em trabalho extraordinário permitiriam a contratação de 70 enfermeiros».
Deve haver uma explicação. Seria interessante conhecê-la.


12 comentários:

Anónimo disse...

Explicação não tenho.Mas tenho o exemplo estranhissimo de alguém que tendo tirado enfermegem e não arranjando emprego foi tirar arquitectura...Agora faz um tempo na Camara e um tempo num Centro de Saúde. Felizmente é sobrinha de psiquiatra o que (dizem)contrabalança esta forma um tanto esquisoide de "profissionar".AB

cereja disse...

Esse caso é quase inacreditável, tanto mais que pelo que tenho ouvido arquitectura é onde há muito poucas saídas profissionais.
Só que actualmente essa ideia das tais 'saídas profissionais' desapareceu completamente. Mesmo os tais cursos que ainda hoje se diz que são «bons», como informática, mesmo aí não há contractos e, podem não ganhar mal, (relativamente) mas o horário de trabalho é alucinante. Tudo são grandes urgências, e quase não há tempo para dormir.

Anónimo disse...

Pois ab isso está explicado, mas a precariedade é assustadora, eu não me imagino a viver nestes tempos, e essa das horas extra tambem é um desgoverno, há má gestão dos dinheiros publicos nos hospitais,porque há maus gestores, maus é mesmo fraquinhos...

Anónimo disse...

Estou como tu. Imaginei que enfermagem e medicina (assim como certos terapeutas) tivessem realmente uma boa saída profissional e conseguissem alguma relativa segurança de trabalho.
Bolas!!!

josé palmeiro disse...

Este caso, relatado pela AB é tal qual o mesmo de fazer comentários ao meu blog, no teu. Mas que havemos nós de fazer, ela é assim!!!
Quando há uns anos, fui ssíduo dos hospitais, apanhei médicos estrangeiros, mas esses já nós sabíamos pois as notas eram de tal maneira inflacionadas, que entrar em medicina, estás quieto. Já no que diz respeito aos enfermeiros, bom esses eram um número assustador, principalmente espanhóis e da América Latina.
Quanto às horas extraordinárias e aos recibos verdes, só os eminentes economistas e fiscalistas, deste país, te poderão responder, mas lá que o benefício é só para eles, isso não me oferece qualquer dúvida.

Anónimo disse...

Faz espécie, sim.
Se precisam de recorrer a profissionais de outras terras (e não tenho nada contra!) é porque por cá não são suficientes.
Mas mesmo assim, preferem não os contratar para os ter «na mão». E que um contrato é uma obrigação para o patrão, estão a ver?... e esses estrangeiros é óbvio que também estão como precários, mas vão aceitando as migalhas que lhes atiram.
Dinheiro, dinheiro, dinheiro.
Poupar nestas coisas para poderem gastar naquilo que gostam mais.

cereja disse...

Como a Kika chamou a atenção, nestas coisas dos serviços públicos, o que se nota de um modo evidente é a presença de muito maus gestores.
(ou «bons» depende de para quem...)

Anónimo disse...

Palmeiro,eu sou assim?Nem eu contratei a enfermeira nem a arquitecta.E tb. só falei aqui da açorda porque tinha a porta aberta e...cheirava-me a coentros.AB

Anónimo disse...

Mas já agora outra achega à Emilele.Há muitas espécies de arquitectos...os que estão na Camara não sei bem que espécie são,mas dizem os outros que são pouco criativos(....)Ou seja se quiseres "filet mignon" vais ter que comer hamburguer...de soja.AB

cereja disse...

Bem, eu 'arquitecto de Câmara' só conheci um, mas não era da de Lisboa (apesar de ele ter tentado passar para cá. Em jovem creio que foi criativo, lá na Câmara creio que nem por isso, embora como sempre acontece nestes casos «a culpa» não era dele, é claro, por aquilo que dizia.
A nosso Zé Palmeiro fez uma analogia, mulher!!!!! Ficou um tanto triste de tu não deixares o comentário à açorda lá, e achou que tu és um tanto enviesada nos comentários (!!) isso sou eu a interpretar :D

Mas da cozinha alentejana não tenho a vossa experiência claro está; nunca tinha ouvido isso das migas-gatas, havia migas de bacalhau mas não sei se levava vinagre. E a açorda dizia-se «açorda de alho» lá em casa.

Anónimo disse...

O Palmeiro fez uma analogia e eu uma ironia.Posso?AB

cereja disse...

Pooooodes!
Mas quem chegasse aqui sem saber nada dessas açordas (nem todos - infelizmente - passam por aqui com a frequência que a minha vaidade gostaria...) podia não entender nada da conversa.