Os bastidores
Aqui há uns tempos, deixei por aqui a minha opinião a respeito do facto de a FNAC ter optado por modificar a sua imagem de marca que era os clientes terem ali 10% de desconto.
(Já agora, 'há males que vêm por bem,' e nessa onda de irritação passei a frequentar muito mais a Byblos o que foi uma boa opção).
Mas, no post que o Zé Mário escreveu no Bibliotecário de Babel sobre o assunto encontrei um comentário esclarecedor. A respeito de vários comentadores se irritarem com a insistência com que os ‘caixas’ inquirem se «temos cartão fnac» quando vamos pagar, li lá o seguinte:
«Como ex-funcionária da FNAC tenho gosto em explicar-vos o porquê dos olhares desejosos de vingança dos funcionários perante clientes sem cartão Fnac que insistem, obviamente no seu devido direito, em não aderir ao mesmo.
É que para além dos funcionários Fnac serem MUITO MAL pagos (e acreditem que dinheiro ali não falta a não ser quando se trata de pagar a quem realmente trabalha e dá a cara em condições e horários deploráveis), parte dos seus ordenados depende da quantidade de cartões Fnac que conseguem levar os clientes a fazer.
Trata-se de um trabalho de equipa, se a loja conseguir fazer determinado número de cartões num mês, todos levam os bolsos mais cheios para casa nesse mês. Claro que esse número a atingir roça o impossível na maioria das vezes. Volta-se para casa com menos ainda do que aquilo que já era tão pouco.
Ainda assim, ocasionalmente, para os 3 funcionários que mais cartões conseguiram fazer são oferecidos prémios (restos de máquinas desactualizadas que os fornecedores oferecem aos directores já cheios pelos seus LCD´s topo de gama e as suas máquinas de filmar, telemóveis, máquinas fotográficas, etc).
Daí os olhares vingativos. O cliente tem o seu direito de não querer aderir ao cartão Fnac. O funcionário sabe-o. Mas no final do mês a fome aperta, as contas estão por pagar. Não é uma luta pessoal. É uma luta pela sobrevivência.»
Está explicado.
Passar-se-à o mesmo com o cartão Continente, Ikea, etc...? Acredito que sim.
(Já agora, 'há males que vêm por bem,' e nessa onda de irritação passei a frequentar muito mais a Byblos o que foi uma boa opção).
Mas, no post que o Zé Mário escreveu no Bibliotecário de Babel sobre o assunto encontrei um comentário esclarecedor. A respeito de vários comentadores se irritarem com a insistência com que os ‘caixas’ inquirem se «temos cartão fnac» quando vamos pagar, li lá o seguinte:
«Como ex-funcionária da FNAC tenho gosto em explicar-vos o porquê dos olhares desejosos de vingança dos funcionários perante clientes sem cartão Fnac que insistem, obviamente no seu devido direito, em não aderir ao mesmo.
É que para além dos funcionários Fnac serem MUITO MAL pagos (e acreditem que dinheiro ali não falta a não ser quando se trata de pagar a quem realmente trabalha e dá a cara em condições e horários deploráveis), parte dos seus ordenados depende da quantidade de cartões Fnac que conseguem levar os clientes a fazer.
Trata-se de um trabalho de equipa, se a loja conseguir fazer determinado número de cartões num mês, todos levam os bolsos mais cheios para casa nesse mês. Claro que esse número a atingir roça o impossível na maioria das vezes. Volta-se para casa com menos ainda do que aquilo que já era tão pouco.
Ainda assim, ocasionalmente, para os 3 funcionários que mais cartões conseguiram fazer são oferecidos prémios (restos de máquinas desactualizadas que os fornecedores oferecem aos directores já cheios pelos seus LCD´s topo de gama e as suas máquinas de filmar, telemóveis, máquinas fotográficas, etc).
Daí os olhares vingativos. O cliente tem o seu direito de não querer aderir ao cartão Fnac. O funcionário sabe-o. Mas no final do mês a fome aperta, as contas estão por pagar. Não é uma luta pessoal. É uma luta pela sobrevivência.»
Está explicado.
Passar-se-à o mesmo com o cartão Continente, Ikea, etc...? Acredito que sim.
5 comentários:
Perante este desassombrado, "grito de Ipiranga", só nos resta, a nós consumidores finais, entregar/rasgar TODOS, os cartões de pseudo-fidelidade, ao sistema capitalista, que nos oprime, na miragem de uns descontos que sequer o são.
Ora cá está!
Sempre considerei que a pergunta tradicional «tem o cartão XZY?» com que nos bombardeia ao chegar ao momento de pagamento nalgumas lojas era excessivo. Por um lado podia ser apenas uma atenção do vendedor, porque com alguns desses cartões temos desconto, e eles para tirarem a factura desejavam saber se tínhamos esse desconto, mas...
Excelente, esta explicação.
E não tenhas dúvidas que nos outros sítios deve ser muito parecido.
E pensar que foram 2 trotsKistas os "inventores" da FNAC.!!!Mas olha que a escolha da BYblos não te vai revelar menos surpresas(ou arrependimentos) que é coisa que anda por aí muito quando se"cai na real" depois do grande embandeiramento em arco.Cá por mim como não sou aderente de cartões a não ser os do meu Banco a escolha só se põe ao nivel do livro ou do disco ou do DVD...AB
Voltei a reler o teu primeiro post, e de facto o que se regrediu deste os «ideais» da FNAC dos finais dos anos 50 até agora, é impressionante. Como lembra a AB, de uma esquerda nítida a este também nítido capitalismo com exploração do trabalhador vai alguma distância...
Eu vou pouco à Byblos porque o acesso não é tão fácil. Quero dizer, não é nada fácil!!! As Fnacs têm metro que é o melhor que há e a outra autocarros e não são muitos.
Mas também gosto mais. A zona discos e DVD é pobre, isso não tem a menor comparação, mas os livros estão muito bem apresentados, há muitíssimas zonas de descanso, o 'bar' dá para comer refeições completas, e até temos net (que na FNAC é absurdamente caro!) de graça por meia hora...
Para além disso temos as Bertrands que continuam muito boas, a velha Barata, as Bulhosas, eu sei lá! Livrarias é o que não falta!!!!
Eu estou como a Mary.
Frequento várias, mas agora tenho ido muitíssimo mais à Byblos, até porque por motivos pessoais não me fica assim tão fóra de mão. E tem essas coisasinhas extra de que a Mary falou, como a net de graça - e na FNAC é preciso ter um cartão que custa 10 €!!!!
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