quinta-feira, setembro 25, 2008

Os famosos «Magalhães»


Não é que eu esteja por sistema «do contra» e veja perversidade nas acções mais inocentes do governo.
Mas esta conversa dos computadores pessoais, mesmo ‘pessoais’, sempre me pareceu um tanto estranho.

(Nem falo do nome, que Magalhães para um produto que se pretende de exportação, não podia ser pior escolhido. Já imaginaram alguém que não fale português pronunciar semelhante palavra?!)
É verdade que o computador hoje em dia é um instrumento de estudo e trabalho muito importante. E que será conveniente que os jovens o dominem desde cedo.
Mas…
Ontem, a Saltapocinhas escreveu:
«No dia em que começaram a distribuir computadores aos putos, quero dizer aqui, para que todos fiquem a saber, que na minha escola não há um computador! Os computadores que havia (três), instalados pela Câmara no âmbito do Prodep, foram roubados em Dezembro de 2007 e nunca mais foram repostos. Eu nem digo mais nada.
Não percebo estas prioridades, não percebo nada disto!! Devo estar a ficar burra, é o que é!!»
Ora este post/desabafo não podia vir mais ao encontro das minhas dúvidas.

Será que as nossas escolas estão elas todas apetrechadas com computadores e Internet?!
Eu não estava a acreditar nisso e, como se vê, a da Saltapocinhas não está e decerto muitas e muitas outras também não.

Então oferecem-se portáteis aos alunos quando a própria Escola não tem computadores?! Ninguém vê o absurdo disso?
Que as crianças, até bastante jovens, aprendessem a lidar com estas técnicas, só posso aplaudir. Mas porque não na sua escola? Não seria ali o local mais correcto para essa aprendizagem?

Eu bem sei que se chama «personal computer», mas neste caso seria bem mais sensato ser um «school computer»…
Se depois, com tempo e calma, fosse possível os alunos possuírem um para si mesmo, lá se passaria a essa fase, mas antes de tudo o mais é a Escola que os deve ter!

Acho eu.

23 comentários:

Anónimo disse...

Começas por dar uma alfinetada numa coisa que também me admirou: quem foi a alma que teve a brilhante ideia de baptizar este pc com semelhante nome?! Com toda a consideração pelo dito nevegador, o ser um polissílabo já é uma fraca ideia, mas palavra que meta o som LH, e ainda o ditongo ÃE, é a ideia mais peregrina que se pode imaginar. Os nossos ditongos nasais só nós os dizemos como deve ser. Olhem o José Barroso que deixou cair o Durão quando foi para a estranja!

De resto, este tem sido o show-off mais completo dos últimos tempos. E duvido muito que feitas as contas tenha valido a pena o investimento...

Farpas disse...

Ainda dentro deste tema há várias coisas que me deixam um pouco confuso... por exemplo as Bibliotecas, houve aqui há uns tempos um grande investimento por parte do governo nas bibliotecas escolares no entanto os alunos deixaram de ter tempo para ir às bibliotecas, todos os tempos que têm são ocupados com as famosas aulas de substituição e coisas parecidas, a hora de almoço é para almoçar e por isso agora há mesmo escolas que se propõem a abrir ao Sábado para que os alunos possam usar a biblioteca!...

Passam-se coisas estranhas no planeamento da educação no nosso país... se calhar eles é que têm razão mas sinceramente não estou a ver como... quando eu andava na escola "trabalhar" ao sábado só em caso de necessidade extrema!:D Nas escolas primárias há cada vez mais maneiras de manter os alunos ocupados o maior nº de horas possíveis para passarem menos tempo em casa... será isto que se quer?

Farpas disse...

Desculpem lá outra vez esta história de os miúdos passarem cada vez menos tempo com os pais mas é que nestas férias fiquei mesmo desiludido com o que vi por aí...

cereja disse...

É isso que se quer, Farpas.
E acaba por ser uma pescadinha de rabo na boca - a criança está cada vez menos tempo em casa e os pais trabalham cada vez mais tempo para manter um estilo de vida onde conta mais o TER do que o SER (estou um tanto metafísica, mas enfim...)
A verdade é que os horarios de trabalho são desumanizados e incompatíveis com educar um filho. Nem que eles ficassem na Escola 12 horas a coisa chegava, para uma mãe que trabalhe por exemplo numa loja de Centro Comercial que encerra às 22 horas...
E cada vez abrem mais Centros Comerciais!!!

Enfim, esta conversa dava aqui 'pano para mangas'.
Mas o que quis frisar foi o absurdo de se querer fornecer as crianças com portáteis, ANTES de ter as próprias escolas informatizadas!

Anónimo disse...

Já que o Farpas e a Emiele agarraram o tema, também me apetece meter a colher:
E certo que cada país tem o seu way-of-life, e um país meridional como o nosso pode não ter as regras de um país nórdico. Mas depois não se queixem de que baixa a natalidade...
Tenho amigos que vivem nesses países nórdicos, onde a licença de maternidade é a sério e, se começam a trabalhar de manhã cedo - mais cedo do que nós - também saem do trabalho a tempo de estar com a família e até lhe dá para uma passagem pelo pub! Mas o comércio fecha cedíssimo (para os nossos hábitos)
É inconcebível para eles (excepto uma ou outra loja de conveniência) haver lojas abertas até às 10 da noite... como os nossos Centros Comerciais.

Anónimo disse...

Pois eu sou completamente a favor. Nunca aprendeste informática, Emiele? Eu sim. Numa escola (universidade) onde havia 6 computadores para 40 ou 50 alunos...claro que ninguém aprendeu coisa alguma. Como sabes, para realmente aprender a mexer e a usar, tem que ser o próprio.

Depois, não percebo isso da escola estar informatizada. Não é preciso ter net para se utilizar um computador. Na altura em que "aprendi" e aprendi (com e sem aspas, na universidade e em casa, no meu) não havia net e fartei-me de usar aquilo.

Acho muito bem que os miúdos possam ter essa oportunidade e, se não chega para todos e não chegou à escola da Salta Pocinhas (tb li esse post dela), por algum lado tem que se começar.

Quanto ao nome, como uso Magalhães (Magellan traduzido) no Second Life, sei bem que ainda vai sendo das poucas palavras que toda a gente reconhece como sendo, senão portugesa, pelo menos ibérica. Chamar-lhe Eusébio era capaz de ser mais feioso.

Finalmente, Emiele, sabes bem que as pessoas não trabalham até às quinhentas e deixam os filhos na escola porque querem e para TER e não SER, porque a vida está cada vez mais complicada e é preciso ganhá-la mesmo que custe muito. Tenho uma amiga, sem estudos, que trabalha num Centro Comercial, lá está: os horários são horríveis e ela deixa as filhas em casa e custa-lhe mesmo muito, mas aqueles 500 euros que ganha fazem muita falta ao orçamento familiar.

Desculpa o tom meio irritado, mas aborrece-me que quando finalmente há uma boa medida do Governo, toda a gente caia em cima porque sim, a tentar encontrar defeitos. Realmente, era melhor sermos todos miseráveis e nenhuns miúdos terem oportunidades, como os alunos da escola da Salta Pocinhas...

Anónimo disse...

Grande Saltapocinhas! Se tem um blog é mesmo para isto!
(vou lá dizer de minha justiça)

Anónimo disse...

Mary, há coisas boas e más nos países nórdicos: felizmente entre nós ainda não existem aqueles doidos varridos que entram na escola e matam os colegas todos...

Farpas disse...

Catarina por mim falo, não acho mal que as crianças tenham direito ao computador, o que acho mal é que as escolas não os tenham, aqui é que está a diferença, chama-se "meter a carroça à frente dos bois"! Quanto à internet... eu no meu tempo aprendi a programar com Pascal, linguagem que hoje nem sequer é usada, julgo que não faz sentido ensinar informática sem ensinar a utilizar a internet, isto para além de que nem todas as famílias tem possibilidade de ter internet em casa e por isso é bastante importante que se permita que os alunos possam consultar a internet na escola, ou será que esses alunos em que os pais trabalham até às tantas para poderem ganhar um pouco mais para sustentar a casa têm que ter menos qualidade de ensino do que os outros? Faço-me entender? Tens razão no comentário que fazes, é uma boa iniciativa, mas também é preciso ver que se deve começar pela base e não pelo topo...

E já agora deixa-me dizer-te que durante muito tempo a minha mãe (professora) esteve colocada longe de casa e ia e vinha todos os dias, nunca, mas nunca, deixou de ter tempo para estar um bocadinho comigo, se calhar o que falta agora a algumas pessoas não é tempo... é vontade! Mas isto, claro, são opiniões!

Anónimo disse...

No essencial a critica parece-me justa, mas não resiste ao problema da gestão do tempo pais-filhos.Farpas te de mudar um pouco a pontaria nas bibliotecas existem mais computadores, e já não é um sítio só para ler, é de pesqisa , e essa agora implica uotros meios.Mas Catarina tambem tem razão, pelo meno no sentido de deviamos aprender ou ter aprendido, muito mais cedo.

Anónimo disse...

O tom do comentário da Catarina não foi «meio» foi completamente irritado, e terá as suas razões. Felizmente que há desacordo nas caixas de comentários, que é um tempero que falta um pouco aqui no Pópulo.

Se a medida foi boa ou má, em si mesma, não me parece que esteja em causa. O que eu penso, na linha do que disse o Farpas, é que se meteu «a carroça à frente dos bois». Se calhar são verbas que vêm de sítios diferentes, eu sei lá. Mas continuo a achar que só quando a própria escola tiver os seus computadores é que faz sentido os alunos também os terem. Olhem que o que contou a Saltapocinhas (e a escola dela nem fica lá atrás do sol-posto, é na zona de Aveiro, bem desenvolvida como se sabe) sei eu que se passa numa percentagem bem grande de escolas - lá não há NENHUM pc, e os que havia e foram roubados foram no âmbito do Prodep, ou seja com apoio comunitário.
Ainda na mesma linha, nos anos passados, a Saltapocinhas no tempo em que os seus alunos não tinham Magalhães (e agora se calhar também não) com esses tais computadores agora desaparecidos, ensinou o suficiente aos seus meninos para eles terem montado um blog - OS GOLFINHOS.
Ou seja, prova-se que um professor com um pc pode ensinar alguma informática.
E se não tiver nenhum?...

Anónimo disse...

Ah, e quanto ao nome...
Bem.
Claro que Eusébio era uma ideia, e Amália outro :D

Nada me move contra um nome que se reconheça como português, mas repara que como dizes para o dizerem adaptam a Magellan...O que quer dizer que não se diz!
Donde a escolha não foi das melhores.
A propósito lembrei-me de um post que li já há tempos. Acho que está AQUI

josé palmeiro disse...

Isto de andar por cá, há muito tempo, tem-me convencido que é muito bom. Vamos aprendendo, comparando e escolhendo e é isso que eu agora vou fazer.
A Emiéle, com os "Magalhães", atiçou o vulcão.
A história da "Raposinha", já era de mim conhecida, eu até que, quando autarca, tive experiências, similares.
O que aqui está em causa, não é dizer mal do governo, é colocar as coisas, no seu lugar.
O governo, este concretamente, parece aquele homem que só "faz filhos, nas mulheres dos outros", ou como as "pêgas", pássaro que coloca os ovos nos ninhos dos outros pássaros, para que eles os choquem e os filhotes saiam, sem qualquer trabalho, para os pais biológicos.
Quando autarca, lembro-me que foi a câmara que adquiriu e montou computadores na escola, só mais tarde é que apareceram esses computadores do prodep, que por sinal, deve ter sido um negócio à Valentim, mas isso é para outras conversas. Agora aparecem os navegadores ibéricos, ninguém está contra, só que a mentira veio à frente, que era um computador português, bla, bla bla, sabendo-se agora que não já os havia em Itália , na Tailândia e por esse mundo fora. Isto numa primeira análise porque no que concerne á informatização, estou completamente de acordo com o Farpas, começar, é pela base, porque senão, a casa cai.
A Catarina, ainda bem, teve a sorte de ter em casa um computador, coisa que, na altura, não seria muito comum, bom para ela, depois, andou numa universidade onde aprendeu, também, a utilizá-los, sorte a dela.
Faço votos para que essa benesse, chegue a todos, sem demagogias, sem espectáculo, mas com verdade e que quando o computador avariar, que os arrangem para que não suceda o mesmo que à "Raposinha".
Falou-se nas bibliotecas escolares e no seu papel na educação. Com tão pouca utilização não sei como serão avaliadas, nem quem as irá avaliar.
Os filhos, os pais, os avós, esses serão aquilo que quiserem e puderem ser. Haverá sempre filhos e netos amados e outros atirados para o seu destino próprio, pelo abandono e pela exclusão. Façamos o impossível, para diminuir estes últimos, será tarefa mais útil, que dar-lhe um "Magalhães" a seco.

cereja disse...

Ai, ai…
Estou mal habituada.
Ter a Catarina na minha caixa de comentários é raro. Tê-la a discordar tão frontalmente, nunca aconteceu. OK, vamos por partes:
A minha sensação é que ela está a discordar não tanto daquilo que eu escrevi mas de outras coisas que tem ouvido ou lido por aí. E pode ter ouvido uns tantos exageros.
Eu até comecei por dizer que não gosto de ser ‘do contra’ e até tem havido algumas medidas que me mereceram aplauso. Esta é que me levantou reticências.
No essencial, já os outros disseram o que eu também penso.
Quando se facilitou o acesso aos pc a jovens do ensino superior ou secundário, pareceu-me muito bem. Era menos um encargo para as famílias, porque se não fosse o Estado, seriam os pais a fornecer esse instrumento de trabalho. Certo.
Que se vá descendo na idade, até aos mais pequeninos, também não virá mal ao mundo, pois quanto mais cedo se familiarizarem com os ‘words’ e códigos HTML, melhor. Mas insisto (e quando mostrei as minhas dúvidas foi nesse sentido) que antes disso, devem estar as próprias escolas equipadas e tal não me parece que aconteça, mesmo quando se fala nos tais quadros fantásticos, que fazem tudo o que um professor sonha. Eu própria conheço algumas que o que têm é o que professores trazem das suas casas, à sua custa.

O meu exemplo não dá Catarina, porque não aprendi informática. Nunca. Nada. Se me desenvencilho é por observar como os outros fazem e por os chatear com perguntas… E é certo que tenho aprendido com tentativa e erro aqui no meu de casa, mas se tivesse 8 ou 9 anos e os meus pais não soubessem nada destas coisas teria gostado que um professor simpático me ensinasse. Se ele tivesse computador…

Anónimo disse...

Cá por mim as opiniões também se dividem um tanto entre quem tem filhos na idade certa, e quem vê a coisa de longe.
Tenho ouvido algumas criticas um tanto tipo «bota-abaixo» mas parecem-se muito 'partidarizadas', do tipo faça-o-governo-o-que-fizer-é-sempre-mal.
Com sinceridade não achei que fosse essa a ideia da Emiéle. Tanto assim que disse logo ali no 3º parágrafo ou lá onde é, que acha conveniente que os jovens dominem o uso do pc. e mais à frente diz «Que as crianças, até bastante jovens, aprendessem a lidar com estas técnicas, só posso aplaudir».
Ou seja, o que eu entendi é que ela pensa (e aqui eu concordo) que o ME deveria ter tido mais cautela e não se lançar neste epopeia do lançamento dos computadores individuais antes de ter apetrechado as suas próprias escolas.
«Por algum lado se havia de começar» disse a Catarina Campos, e é certo. Não sou daqueles que vê montes de perigos para as crianças em usarem os computadores; contudo não sei se se começou pelo lado certo.

Anónimo disse...

(Quando já há muitos comentários e compridos, fico um tanto sem jeito...)

Mas não resisto a dar a minha opinião: a gente vive realmente na terra «do velho, o rapaz e o burro» ou seja faça-se o que se fizer tem de haver quem não goste.
Por mim também me parece que se tem de começar por algum lado. Já que a fábrica estava a fabricar os ditos pc, é bom que se distribuam. E até são baratíssimos!!! Inclusivamente percebi que para os mais pobres podem ser de graça... E sempre se consome o produto das fábricas.
por outro lado, eu cá imagino, que nas escolas onde se distribuiram os tais pc aos alunos tiveram o cuidado de dar uns também à própria escola. Aquelas onde não os há (como a da Saltapocinhas e outras que eu conheço) também os putos não os têm.
Isso é o que eu sei.

saltapocinhas disse...

cheguei agora a casa, por isso só agora li o post da emiele, e mais a publicidade que me fez, que provoca sempre umas visitas simpáticas ao meu blog (são uns safados estes comentadores, que só aparecem quando a emiele manda, mas isso é outra conversa)

em relação ao assunto, já tudo foi dito: a emiele percebeu-me lindamente e a maior parte dos comentadores também.
eu não sou completamente contra a distribuição de computadores (mas acho que nestas idades não havia grande necessidade, até porque as crianças passam quase 9 horas na escola).
o que me revolta (e que quase todos entenderam) foi o facto de se distribuirem computadores aos alunos antes de as escolas estarem apetrechadas com eles!
tanto quanto sei, esses computadores irão arangr todas as crianças, portanto os meus também os irão ter.
conhecendo como conheço o meio onde trabalho, não auguro nada de bom a uma grande parte deles!!!
de certeza que alguns deles não irão durar muito.
e até aposto que uns dias depois da distribuição vai haver por aí muitos computadores à venda!!

cereja disse...

Eu não mando, eu não mando!!! :)))

Pronto, deu para ver que há pontos de vista diferentes, e imagino que estaremos de acordo em que com os bois à frente ou o carro à frente, o importante era a carroça ter lá tudo.
Quanto ao resto, ainda tenho de pensar um tanto, mas receio que muito em breve o computador substitua a televisão nos interesses monodirigidos dos nossos putos. E esse monopólio de interesse é que não me agrada. Nem só desporto, nem só televisor, nem só leitura, nem só música, nem só computador, nem só... nada! Uma criança devia ter um bocadinho de isso tudo.

Quanto às bibliotecas, Zé Palmeiro, o FJ tem razão, actualmente todas têm uma secção com computadores, e as crianças que o desejarem tanto podem ter um livro na mão como um monitor em frente dos olhos.

josé palmeiro disse...

Não digo que não, Emiéle, pois sei que têm. O que não vão tendo é tempo para frequentarem as bibliotecas, é isso que diz o Farpas e que eu, confirmo.

Anónimo disse...

Mary, a Mary nunca me deve ter lido completamente irritada :D Até o blog da Emiele explodia. Cada um tem o seus "níveis de irritação" e eu nem sequer estava lá muito, mas nestas coisas sou muito seca e fria, é um facto, coisa a que as pessoas podem não estar tão habituadas.

Quanto ao resto: nem sequer coloco em causa que, a existirem miúdos com Magalhães (btw, não vejo qualquer problema em utilizar a palavra Magellan nos que forem para exportação; outras empresas multinacionais trocam os nomes aos seus produtos consoante os mercados, como comprova aquele exemplo célebre do sabonete Rexina, que nos outros países todos se chamava Roxona...)os professores também disponham deles, como é evidente, para poderem ensinar. Ou então usarão os quadros interactivos com os mesmos conteúdos, não faço ideia.

Creio que o programa é ao abrigo de alguns apoios, está tudo no site do Magalhães, para quem quiser dar-se ao trabalho de ir ver.

Quando ao blog Os Golfinhos, a Salta Pocinhas sabe que não só eu era leitora, como o referenciei no meu blog como exemplo a seguir e que os computadores da escola foram roubados o ano passado, o que foi mesmo péssimo para o trabalho dos professores. E também sei que a escola onde ela está, que não sendo atrás do sol poente, é uma escola onde alguns pais que podem beneficiar dos apoios da autarquia para o material escolar grátis se dão ao trabalho de preencher os papéis. Se isto não é "para trás do sol poente" em termos de interesse pela educação dos filhos, não sei o que será.

É verdade, José Palmeiro, tive a sorte de ir para a universidade e aprender computadores e ter um em casa. Não me parece coisa de que me tenha que envergonhar :D Se calhar tive essa sorte porque os meus pais tinham as prioridades de vida bem definidas e, em vez de irem jantar fora e ao cinema e fazer viagens, preferiram que as filhas pudessem estudar e serem independentes em adultas, mas isto é conversa demagógica.

Finalmente, sugiro que consultem os sites da e.escolinha e e.escola, onde se pode ver que nem só os alunos do ensino básico têm acesso aos computadores.

E é verdade, Emiele, nunca discordamos! mas olha que também gosto muito de discordar contigo. Que rica conversa que aqui se conseguiu, rica no sentido de se ler e entender uma série de pontos de vista, o que acaba por ser enriquecedor. Beijos, minha querida. Pudesse eu ter tempo para participar mais, sabes bem, mas lá está: agora vou aqui usar o pc para um certo jogo da forca de palavras para meninos do primeiro ciclo ;)

Anónimo disse...

* errata: onde se lê que os pais se dão ao trabalho de preencher os papéis, leia-se NEM SEQUER se dão ao trabalho :)

saltapocinhas disse...

a catarina tem razão no que diz respeito aos susídios.
mas os subsídios também têm muito que se lhes diga!

muitos pais realmente nem se dão ao trabalho de os preencher, mas fazê-lo é uma tarefa bastante complicada (exige tempo!) e nem sempre o esforço é recompensado...

os alunos qu etiverem escalão A terão o computador de borla, os de escalão B pagarão 20€ e os restantes 50€.

só que isto dos subsídios tem muito que se lhe diga!
por exemplo: alunos cujos pais recebem rendimento minimo têm direito a subsídio.
mesmo que tenham reprovado sucessivamente por faltas (e não é chumbar por estarem apenas no limite, refiro-me a alunos que têm no ano lectivo meia duzia de presenças!!!

cereja disse...

Por acaso alguém aqui disse uma vez que o defeito das minhas «caixas de comentários» era serem excessivamente consensuais.
E até é certo porque quando aparece uma opinião discordante esta coisa anima um tanto :)
Eu também nunca vi a Catarina irritada a sério, não sei muito bem como será. Conheço o meu próprio estilo, que é um tanto falso porque quanto mais zangada estou mais calma pareço. Vulgarmente falo depressa, mas nessas alturas falo devagar e pronunciando bem as palavras... talvez para não bloquear de raiva. Mas contam-se pelos dedos as vezes onde tal aconteceu, de um modo geral sou muito secundária e de irritações levezinhas.

De qualquer modo, sem querer fazer consensos à força, que é coisa idiota, mas parece-me que no essencial a diferença de pontos de vista não foi muito grande.