sábado, setembro 20, 2008

Cenas da vida do trânsito lisboeta

Há cenas que se passam na minha cidade que só vistas!
Estive agora uns momentos à janela. Moro num andar de «meia-altura», nem tão baixo que consiga ver as pessoas muito bem, nem tão alto que pareçam brinquedos. É uma distância que dá perspectiva mas sem exagero. Fui espreitar para ver se percebia o que era o barulho que ouvia no largo próximo e reparei que na rua por debaixo de mim se cruzavam dois carros. É uma rua de largura razoável, onde passam à vontade dois carros, mas só tem duas faixas, não pode passar um terceiro carro.
Estes abrandaram ao passar um pelo outro e os condutores disseram qualquer coisa. Pareceu-me amigável, creio que seriam conhecidos.

Bem, o que um deles terá dito não sei nem imagino, mas o certo é que o outro lhe deve ter querido dar resposta a tempo e, nem hesita, mete uma marcha-atrás e recua de modo às janelas ficarem a par (como iam em sentido oposto as janelas dos condutores podiam ficar juntas)

Aquilo visto de cima parecia que alguém estava a brincar com carros telecomandados de meio tamanho. Ou, noutro registo, que os dois iam a cavalo e que um deles tinha ensinado o cavalo a fazer uma cortesia…

Tudo isto já era disparatado se não se passasse numa rua com algum trânsito e, logo atrás do que se lembrou de recuar para acabar a conversa, não viesse um terceiro que, naturalmente, carregou assustado na buzina porque estava a ver que levava com o outro que vinha às arrecuas, sem lhe ter feito mal nenhum!


De facto há gente que se esquece de que as ruas não foram construídas só para si!

10 comentários:

josé palmeiro disse...

Passando por cima da publicidade explicita às pilhas, dir-te-ei, que cenas dessas, infelizmente, acontecem com mais frequência do que julgas. Juntamente com o desrespeito pelo sentido das vias, a velocidade excessiva, as passadeiras de peões, etc., etc..
O pensar dessa gente é mesmo esse que apontas, "isto é tudo meu, o resto que espere e que se lixe".
Vou ficando sem forças para lutar contra esse estado de coisas, que grassa, muito para lá dos conflitos de trânsito.

cereja disse...

Eheheh!! Realmente há mesmo publicidade à tal duracell, mas foi a foto que encontrei para carrinho telecomandado...

Na estrada vemos a toda a hora gente que tem a ideia de que a estrada é deles, e os outros são uns intrusos. Na cidade é um pouco mais raro, desta forma. O que vemos é outro tipo de egocentrismo como estacionamentos em fila dupla e coisas do tipo. mas um sujeito que faz uma marcha atrás, para acabar uma conversa, e sem ver se alguém está atrás dele, é o máximo!!!!

Anónimo disse...

E repara, nessa história, se não houvesse testemunhas e o gajo batesse no que vinha atrás, ainda ia ser este a pagar porque ...LHE TINHA BATIDO POR TRÁS!

Não é?

Anónimo disse...

Já tenho visto manobras de «marcha atrás» completamente delirantes, mas a que descreves é mesmo cómica. Afinal para não ter de gritar pela janela...

Anónimo disse...

Isso aqui é o pão nosso de cada dia...

cereja disse...

Também acredito, Miguel. Contudo, sem ofensa, :D aí sempre é o que se chama 3º mundo, ou como dizia a tua mulher a dias sobre a lavandaria, é “natural porque isto aqui é Angola”
Nós temos a mania, que mesmo estando aqui na pontinha, ainda é Europa...
(beeem, é Europa, mas somos latinos, é certo; lá na Itália também o trânsito é o que se sabe...)

Anónimo disse...

E depois esses chico-espertos acham que os outros são uns «atados», uns empatas e eles é que sabem conduzir.
O detrás apitou, mas imagino que ele era capaz de lhe berrar «O que ééééé???!!!» como se estivesse no seu direito.

Anónimo disse...

Fui ao «Com Destino» ver essa história da lavandaria. Também me ri. Cá para mim, o Miguel tem de começar a passar ele as suas camisas e pronto!

(Não passou por aqui uma comentadora que achava que era uma perda de tempo essa mariquice de se passar a ferro? Era isso - lava-se a roupa na máquina, seca-se muito direitinha e veste-se. Já tá!)

Anónimo disse...

Numa rua com algum trânsito em lisboa, penso que nunca vi tal, mas olha que já vi, e muitas vezes, cenas dessas em ruas de província.
Olha que se fossem de burro devia ser mais difícil, que para um burro recuar não é coisa fácil :)))))

E então os de duas patas!?

cereja disse...

Sim, sim, Joaninha em certas estradas pouco frequentadas de provincíaaté acredito que façam uma espécie de polca sobre rodas, mas esta ligeireza de uma marcha atrás para acabar a conversa foi num bairro de Lisboa.
Oooooh....