quarta-feira, junho 18, 2008

O trânsito em Lisboa

Parece que António Costa está indignado, e bem, por não existirem passadeiras junto de todas as escolas o que motivou há pouco mais um atropelamento mortal junto a uma escola no Lumiar.
Todos sabemos que esta autarquia tem grandes problemas económicos e que não se lhe pode pedir investimentos que sejam muito caros. Como lisboeta aceito isso, sem protestos. Mas há pequenos investimentos que decerto não vão arruinar ainda mais as finanças da Câmara, como essa coisa das passadeiras.
As pessoas responsáveis por isso deviam arregaçar as mangas e inspeccionar como deve ser o estado em que se encontram e os locais escolhidos para as colocar. Era importante que durante um tempo andassem a pé por Lisboa. Ou talvez, pedissem a colaboração das Juntas de Freguesia, que muitas vezes estão por dentro desses «pormenores».
Primeiro, nas que já existem, uma grande parte está muito apagada, e as riscas nem se notam ou apenas se repara quando estamos em cima delas. Há também muitos e muitos casos onde não existe nenhum candeeiro perto ou, se lá está, tem a lâmpada fundida! E uma passadeira mal iluminada, de noite, é quase como pior do que se não existisse…
Segundo, a disposição das passadeiras não parece ser estudada por quem ande a pé. Tanto encontramos uma e logo a seguir outra, poucos metros depois, como noutros casos elas estão de tal forma distantes que é um convite a arriscar e passar fora das passadeiras, porque teremos de percorrer uma distância incrível se quisermos obedecer ao código.
Por outro lado, apesar de saber que os semáforos são caros, há locais onde fazem muitíssima falta. De repente, sem pensar muito lembro-me de uma meia dúzia de pontos perigosos que o seriam muito menos com um semáforo.
E ainda falando do trânsito, lembro-me que uma das promessas deste executivo camarário foi a luta contra a segunda fila de estacionamento. Reparei que aí no primeiro mês se notou diferença. Mas esse primeiro mês já lá vai, e essas filas estão iguaizinhas ao que eram. E é dos pontos onde sinto maior o egoísmo de quem se senta ao volante de um carro – prejudica quem está estacionado e quer sair e prejudica o fluxo do trânsito. E eles ralados!
Muito havia a fazer, e não é através da EMEL, até porque muitas coisas implicam só um pincel e um balde de tinta.
E boa vontade.

9 comentários:

Anónimo disse...

Não queres meter um pedido à Skoda?
Ou meter um pincel na mão de cidadãos em movimento de arregaçar as mangas?AB

Anónimo disse...

É realmente uma pescadinha de rabo na boca, conserta-se de um lado mas nota-se os erros do outro.
(A Skoda está só para os jardins; passadeiras tem de ter outro patrocinador, Renault? Wolkswagen? pode abrir-se concurso, mas se calhar conseguia-se que resultasse bem melhor do que agora)

Anónimo disse...

Pegando na história das filas duplas, não são apenas os carros super-egoístas, repara nas camionetas de descarga, que até têm espaços pintados a amarelo para elas, mas para não perder tempo a encostar ao passeio, entopem uma rua com o maior descaramento, e os outros que se lixem!

Anónimo disse...

Peço desculpa,King.Jardins é que é outro patrocinador.Skoda é pracimhas ajardinadas.AB

Anónimo disse...

O que é giro é que estas coisas mudam completamente de orientação se quem está a falar é um peão ou um automobilista!!!!
Neste caso das passadeiras, falas com um peão e acham que os carros não ligam nenhuma, que passam nas passadeiras sem abrandar, que são uns assassinos. Falas com um condutor e diz-te que os peões até abrandam a marcha e passam as passadeiras a passo de caracol, e mesmo que não haja passadeiras abrem caminho na mesma, considerando que os carros têm mais é que parar!!!
E a verdade é que se vê os dois casos.

Anónimo disse...

É certo que os semáforos podem ser caros, mas é um investimento importante. Também conheço muitos sítios onde eles faziam falta. (para compensar há outros que têm semáforos mas não se entende para quê!)

Quanto às passadeiras deviam era fazê-las como fazem nalguns sítios, com pedras pretas e brancas. Não precisavam de estar sempre a pintar!

josé palmeiro disse...

Quer parecer-me que já dei para este peditório, mas, contudo, volto a falar dele, na minha perspectiva.
Assim, vou falar enquanto peão e condutor.
1º- A maior parte das passadeiras, sem ser necessáriamente, em Lisboa, estão mal colocadas, não servindo, nem uns, nem outros.
2ª- A maioria está deficientemente sinalizada, o que prejudica uns e outros.
3º- Nem uns, nem outros, na sua maioria, as respeitam e utilizam convenientemente.
Daqui resulta, a maior parte dos acidentes que por lá ocorrem, com consequências dramáticas, para os peões.
Num transito, como o nosso, em que nada se cumpre e onde os poucos que tudo fazem para o cumprir, são denominados de anjinhos e de outros nomes, que eu aqui não refiro, tudo pode acontecer.
E já agora, que estamos em maré de vacas magras, porque não fazer com que as concessionárias automóveis se obriguem a subsidiar toda essa operação de estudo, sinalização e fiscalização do cumprimento, desta mesma situação?

Alex disse...

Aceitas sem protestos a ausência de investimentos da CML porque são uns tesos...
Acaso já viste os novos automóveis electricos, tipo smart, com que a policia se passeia nas principais artérias da baixa? E aquelas coisas que têm uma plataforma para um tipo se pôr em pé agarrado a um T e que anda pelas artérias pedonais? É para poupar as solas dos PSP´s? Ah. sim PSP não é CML...Pois. E as dezenas de carros aspiradores de dejectos que estão parados nos parques da CML em vez de estarem a uso e que EU paguei (além do mais com a bruta Cont. Autárquica que me cobram) mais tu e os outros todos? E mais os milhentos negócios que acabam na fila das inutilidades, por um lado e num qualquer saco azul pessoal, por outro? Oh pá... Se houver um bom negócio proposto por um vendedor de tintas é certinho que as passagens de peões aparecem todas lindas e multiplicadas.

cereja disse...

Alex - Boa ideia essa da empresa de tintas... Não me tinha lembrado.
Eu ainda não vi esses carrinhos, mas olha que realmente a PSP é doutro filme, apesar de também se queixar de falta de verbas.
Quanto a limpezas, na minha zona nunca vejo nada, mas agora que estive imigrada na periferia de Lisboa, aquilo anda muito mais limpo (aquela zona, atenção!!!) e vi coisinhas muito sofisticadas para essa função. Até tenho ali alinhavado um post sobre o tema...

Raphael - realmente as passadeiras feitas com pedras brancas e pretas era definitivo. Nalguns locais fazem assim, e é uma boa ideia.