sexta-feira, junho 20, 2008

Gastar com a saúde

Dizem que as despesas dos portugueses com a saúde representam a percentagem mais elevada entre os 27 países da União Europeia.
Eu sei que a expressão é essa, «gastar com a saúde», mas a verdade é que a gente gasta é com a doença.
Falar em ‘gastar com a saúde’ é simpático, e creio que a expressão existe por existir um Ministério da Saúde, ou Centros de Saúde. Mas nos casos do Ministério, ou dos Centros, a referência a Saúde está correcta, porque o que se pretende é deixar as pessoas de boa saúde e até, se possível, nem as deixar adoecer! Se tudo fosse como deve ser, uma pessoa deveria frequentar um Centro de Saúde regularmente para confirmar que tudo estava em ordem e não deixar que se adoecesse… Como se faz (quem o faz!) com o dentista. Prevenir.
E, paralelamente, numa família as despesas com a saúde deveriam referir-se àquilo que se gastasse com um melhor estilo de vida: melhor alimentação, bom exercício físico, prevenir situações de stress, viver num local sem poluição. Não era?
Isso é que deviam ser as «despesas com a saúde».

Porque o que nós temos são despesas com a doença.
E aí o nosso recorde é triste: Os portugueses são os que reservam a percentagem mais elevada do seu orçamento para as despesas com saúde
Seremos mais doentes do que os outros todos?
Não, o que temos é uma pior resposta e portanto mesmo que nos empenhemos, temos de encontrar a resposta nas nossas carteiras.


saúde

10 comentários:

Anónimo disse...

Sejamos moderados:temos realmente mais e simultâneamente melhores doentes,com patologias variadas, cruzadas,doenças raras, doenças de ricos , doenças de pobres,de mulheres, de homens, de crianças, bébés, e ainda querem mais?
A Propósito:
-já perceberam a "soma" de 1/2 3/4?
-joaninha já percebeu que não pode ter os blogues á hora das suas refeições?


propósito:

cereja disse...

Tá explicado, sim. Já ali em baixo o disse. Mas continuo a dizer que do modo como escreveste não estava nada claro a diferença entre o «nós» e o «eles»!!!!
Eu cá não sei se se queria "mais", a gente parece que vamos tendo as doenças possíveis para o conteúdo da nossa carteira, é o que é...
(Hoje parece que só abordei este tema; deve ser por estar mais sensível, a minha conta bancária teve uma queda vertiginosa com o conserto do menisco mais a correspondente recuperação...

Anónimo disse...

Percebe-se que nesta altura do campeonato, recém saída de uma operação e a fazer fisioterapia, essa coisa dos custos te esteja a ralar muito.
Evidentemente que existem as boias de salvação dos seguros de saúde, mas é tapar de um lado para destapar de outro...Para os nossos salários também não é uma parcela que se pague com ligeireza; acredito que mesmo levando os seguros em consideração sejamos quem paga mais em proporção, nos tais 27 países da UE.

Anónimo disse...

Eu não sei se serão 6,1% do rendimento dos outros. Eu gasto mais. O que pago do Seguro é quase, quase, 10% daquilo que recebo líquido. Mas depois para além da comparticipação do seguro, tenho de pagar «o resto» aquilo que ele não cobre! E de vez em quando tenho a «agradável surpresa» de tomar conhecimento que ele deixou de cobrir determinados exames!!!!
Grrrr!
Mas quais 6%?!

Anónimo disse...

Olha Mary somos duas.Caso recentissimo de que ainda não me refiz.AB

Anónimo disse...

AB, o que me deixa lixada é quando a gente mais precisa é que damos conta dessas merdas, e por outro lado passamos a vida a descontar para os seguros e quando já não se é tão novo e se precisa mais é que damos conta de que algumas coisas foram 'desaparecendo'.

josé palmeiro disse...

Estás carregadinha de razão. Quando o azar nos bate à porta é que temos consciência do que vai acontecer e continua a acontecer.
Quanto aos seguros, tanto a Mary como a AB, já tudo disseram, são otimos quando deles não necessitamos e se necessitamos, logo nos dizem que, aquela cláusula, não está contemplada.Na carteira, está a resposta.

Anónimo disse...

E não adianta falar com a entidade reguladora ou seja o Instituto de Seguros de Portugal.Eles parecem regular o lucro das seguradoras.Há um tempo fiz uma reclamação e o que me foi dito por uma dama insuportável de arrogancia é que as seguradoras tem o direito de unilateralmente fazer alterações ou "resoluções"de contrato.A pessoa pode ou não aceitar saindo ou anulando o seguro.Ora como a partir de uma determinada idade ninguém aceita,está-se exposto às mais diversas chantagens.AB

cereja disse...

Como disse, se calhar estou mais sensível a estas questões neste momento. Contudo, ainda me posso dar ao luxo de fazer a operação sem esperar pelas listas do SNS, e a fisioterapia paga por mim. Claro que abdico de alguns planos de outros melhoramentos em casa ou uma viagenzinha que me iria saber bem.
Mas conheço pessoas que até fazem empréstimos para conseguir pagar as suas doenças.
É justo?!....

Anónimo disse...

Claro que o que se contabiliza são «despesas com a doença», quando muito podia dizer-se «despesas para ficar com saúde quem a não tem»!
A tua foto é sugestiva. Parece uma bela casa, adivinha-se que com bom ar (pela janela vê-se um jardim) e ela está a comer fruta.
Deve ser cá um despesão!!!!