terça-feira, junho 10, 2008

A diversidade

Como já contei ‘imigrei’ por uns dias.

Tudo em Lisboa, é claro, mas mudei de um bairro para outro e para mim parece quase que mudei de cidade!
Nada podia ser mais diferente.

Primeiro a casa. Tendo praticamente o mesmo número de divisões, é completamente diferente da minha em tudo! Todo um mundo de pequenos pormenores que marcam a diferença. A disposição dos quartos, a decoração, as soluções de arrumação… é interessante como com o mesmo espaço as soluções podem ser tão diversas. E note-se que era impossível sentir-me mais à vontade porque fiquei com a casa por minha conta – a minha amiga foi de férias e mesmo o filho tem passado os dias e noites fora, com o seu grupo de amigos.
Mas, sobretudo, é o bairro.
Tudo diferente. A zona muito mais silenciosa do que a minha. Creio que o trânsito é o responsável por isso, que aqui não passam autocarros (o melhor transporte para cá vir é o metro) e também não oiço camionetas de transportes. O silêncio é tal que, apesar de ser um andar bem mais alto do que o meu, oiço lindamente sons à distância, e sobretudo o chilrear dos pássaros que deve haver imensos para se ouvirem tão bem!
Por outro lado (milagre!) não há pombos.
No meu bairro é uma praga. Chego a fechar janelas, quando eles insistem em poisar nos peitoris, para evitar que me venham esvoaçar para a sala. Aqui nem um!
Uff!
Depois, é a descoberta do dia-a-dia. Faltam-me as minhas lojas familiares, mas encontro outras. Os vizinhos do prédio já me cumprimentam com ar de conhecimento e, simpáticos, seguram a porta do elevador e esperam para eu sair com a canadiana. No cafezinho onde vou tomar a bica já me perguntaram se estou melhor, enfim instalo-me num outro mundo.

E tudo na mesma cidade!

15 comentários:

Anónimo disse...

Mas tem piada que quem vive em Lisboa há muito sente isso que tu dizes - há muitas Lisboas dentro da mesma - contudo quem só cá vem, acha que isto é tudo mais ou memos igual.
Grande mentira, é claro.
Isto é uma manta de retalhos, cada Bairro é mesmo diferente.

Anónimo disse...

MORTE AOS POMBOS!!!
PUM!

Anónimo disse...

Pois,transforma isso numa espécie de turismo ...às vrzes ,é excelente fazer de turista na cidade onde se vive e curiosamente fica-se a conhecer melhor porque a disposição e espirito é outra(afinal é um sitio novo)e pode-se até jogar um pouco "em personagem"."Eu sou um outro".AB

méri disse...

Olha por aqui são mais gaivotas. Grrrr!

cereja disse...

Méri, gaivotas é para quem mora na linha. Já me aconteceu estacionar junto de casa de uma amiga e quando voltei ao carro tinha uma bem instalada no tejadilho!!! Na minha casa são pombos! Às vezes penso em canja de pombo...
Tens razão AB, dá para 'fazer turismo' e mudar de personagem. Tenho-me divertido um bocado com isso. Já com as diferenças da casa nem por isso. Há minutos dei uma cabeçada no armário da cozinha que vi estrelas!!! Na minha casa são mais altos...
RS - também?... somos dois!

Anónimo disse...

EU disse "mudar de personagem"!!!!!Cabeçadas e outros truques é com o personagem anterior(ou então muda outra vez,que parece que já estás a ficar adaptada).AB

josé palmeiro disse...

Sempre tive essa ideia de Lisboa ser uma cidade de cidades, ou regiões, talvez.
Quando das minhas estadias por Lisboa, morei em Campolide, depois em Campo de Ourique, aqui então a definição geográfica, era extraordinária, e no Conde Redondo e a perspectiva era exactamente a que dizes. Os pombos, bem, os pombos, são uma praga, com o problema que, alimentados com os desperdícios da cidade, nem para comer servem. Quanto às gaivotas, tenho delas experiência, no Porto. Quando lá vou a casa do meu filho, aquilo é um caso sério, tal como dizes ser na linha de Cascais.

Anónimo disse...

Também moraste em Campolide Zé Palmeiro?AB

Anónimo disse...

É isso mesmo. Uma manta de retalhos (ou patchwork, sempre é mais chic dizer assim e a coisa parece mais artística) é esta nossa cidade.
Mas tal como os patchworks, pode ser bem bonita na sua diversidade..

josé palmeiro disse...

Isso mesmo, AB.

Anónimo disse...

O Zé Palmeiro é uma espécie de meu fantasma geografico!O"rasto" dele é mais ou menos o meu...ele há coisas!AB

cereja disse...

Pois é. Vocês só não se encontraram por acaso...

Quanto aos pombos da cidade nem para comer servirem, é isso mesmo. Multiplicam-se que é um disparate, como disse e não exagerei quase me entram pela janela dentro, e não servem mesmo para nada!!!!
E depois são grandes. Os pardais ao menos são pequeninos. E aqui onde estou ouvem-se imensos chilreios de passarinhos.

N.Phillips disse...

Emiéle, tu pensas em canja de pombo? Bem...
(Deixa lá, já sonhei mais de uma vez, que entrava em casa do vizinho e lhe metralhava a aparelhagem de som)
Ainda bem que podes gozar umas férias na tua cidade e parar para deixar passar os patinhos.
E esse prepotente que te dá umas tareias a coberto da pálida razão de ser para teu bem, avisa-o de que és mulher capaz de pensar em canja de pombo, verás que se acalma.
Rápida recuperação coroada de merecidos passeios.
PS - Perguntaste-me, uns posts atrás, se eu tinha um blog. Não tinha; tento conservar o meu pouco tempo livre assim, livre.
Tendo sido irresistivelmente pressionado com argumentos plenos de lisonja por parte da nossa Alex (a quem "exigirei" umas participações de quando em vez) , aliado a dois dias fechado em casa enquanto uns matulões me partiam a cozinha, atirei-me à
tarefa.
Se quiseres dar-me o prazer da tua visita creio que lá chegarás clickando o meu nick (estou na fase do "eu estou aqui!").
Até qualquer dia.

cereja disse...

Olá, N.Phillips!
Bem me tinha parecido que a nossa ponte era a velha Alex. E saúdo a tua entrada na blogosfera, isto é um bichinho que ataca uns com mais força do que outros (eu sou das piores, mas tem a ver com feitio e, se calhar, com muitos anos a escrever diários em papel; assim é muito mais fácil e viciei-me...)
O teu post inicial é muito interesante, tenho de o ir ler como deve ser, porque só passei em super-diagonal!
E, escuso de o dizer, gosto muito que passes por cá!

Alex disse...

VELHA ? VELHA Alex?
Já me acontece não saber por que me levantei da cadeira pará ir á cozinha... Mas não é preciso publicar, né?

É, o post de abertura do N. reflete bem quem ele é. Boa malha!