quarta-feira, junho 25, 2008

As crianças e a TV - I

Chamei ontem aqui a atenção para um estudo importante: dizia-se que 60% das Crianças e Jovens em Portugal, entre os 8 e os 18 anos, tem televisão no seu quarto, e como não estava contabilizado o número antes dos 8 anos, decerto que o valor total é bem maior. E naquela notícia citava-se o caso de um bebé que desde que nasceu que foi «embalado» pelas imagens e sons do tal pequeno ecrã.
Ora bem, a tv é um instrumento, afinal um electrodoméstico! Em si mesma, ela é neutra, nem boa nem má, não faz sentido hostilizar-se dramaticamente esse aparelho. Disse ontem que um pai sensato não deixa uma faca no cesto dos brinquedos do filho, mas não queria dizer que ele não lhe devia ensinar o modo correcto de a usar. Ensinar o seu uso é bom, deixá-lo usar como brinquedo é mau.

Há uns anos, tinha estado a falar com alguns pais sobre o comportamento dos filhos e dei alguns conselhos; na semana seguinte voltei ao mesmo local e encontrei uma das mães no corredor, que mal me cumprimentou se pôs a andar. Estranhei, perguntei-lhe se não ficava e respondeu logo «Não, porque hoje vai falar sobre a tv; a semana passada deu-me a volta à cabeça, e hoje não a quero ouvir. Vai dizer que não ponha a minha filha à frente da tv eu assim não consigo passar a roupa a ferro!» Claro que me ri, disse-lhe que então fosse andando mas, já agora, pensasse se a mãe dela e a avó não passavam a roupa a ferro?…

Quero deixar claro que não sou ‘anti-tv’. Nem podia, não é?
A pedra de toque quanto ao bom-senso que é bom existir sempre, está em exactamente não usar a tv como babysitter. Voltamos à analogia da faca. Mesmo uma criança pequena pode aprender a segurar uma faca pelo cabo, virar a lâmina como deve ser, afastar os dedos da zona de corte, e cortar uma fatia de pão. O adulto ao seu lado ajuda, aconselha, ensina. Ela não deve cortar nada antes de dominar a técnica, portanto é bom que o adulto esteja perto.
O que passa na tv também. Estar sentado ao lado de uma criança, assistir àquilo que ela está a ver, partilhar essa experiência, falarem sobre o assunto, ouvir a opinião dela, explicar o que for necessário, ver se tudo foi bem entendido, pode ser excelente. Através da tv, e o caso da Rua Sésamo foi um bom exemplo disto, uma criança pode aprender muito. Histórias sobre a vida animal que de outro modo não se podia saber, a graça de uma história de fadas em desenho animado, ou uma história da vida real, uma peça musical, viagens a sítios bonitos ou estranhos, tudo se pode ver na tv. E é bom, é enriquecedor.
Só que, para que seja de facto educativo e pedagógico, teve de ter existido anteriormente esse trabalho de acompanhar o visionamento dos programas, ou seja, exactamente o oposto da tv-babysitter! Nesta proposta, muito pelo contrário, vai obrigar-se o adulto a gastar muito do seu tempo a acompanhar o filho e a ensiná-lo a interpretar o que vê.
Se não tem tempo para isso, então santa paciência, será melhor esconder o comando! Qualquer criança tem de ser capaz de brincar e se entreter com a sua imaginação e os seus brinquedos. Muito vazia será a sua fantasia se assim não o for - e aliás hoje até se constroem brinquedos onde nem é preciso «fazer de conta», está lá tudo em miniatura, em cores lindas e não tóxicas, sem ângulos que possam magoar.
Ora a questão da tv no quarto, se bem que não veja nada contra em si mesmo, contraria esta primeira e importante regra. Ou o adulto vai para o quarto dela verem juntos os programas (mas não se adianta muito) ou então ela fica entregue a si mesma absorvendo tudo o que sai daquele ecrã sem o menor sentido crítico. Evidentemente que é importante algum bom-senso. O menino de 8, 9, 10 anos já sabe cortar o pão sem a mãe ao lado. Também terá capacidade para ver a tv desde que de vez em quando um dos pais dê uma olhadela para aquilo que se está a desenrolar. São normas. Pode dar algum trabalho aos pais, mas quem é que disse que educar um filho não dá trabalho?

o grande absurdo
(a imagem ficou pequena, têm de clicar para ver a graça)

29 comentários:

Anónimo disse...

Olha Emiele, como avisas em cima, isto é muita conversa e só fiz uma leitura em diagonal. O resto fica para a hora do almoço, tá bem?
Mas deixa dizer já que me parece um excelente post. (e se dizes I, quer dizer que tens um II sobre a mesma questão?)

cereja disse...

Pois é, King, avisei que este tinha de ser extenso. E mesmo assim esforcei-me por concentrar o que queria dizer...
Resposta - sim, tenho um «As crianças e a TV II», porque naturalmente que há muitos outros pontos que não consegui focar.

Anónimo disse...

Bom,no principio este blog destinava-se mesmo a falar sobre a Educação.Depois embora sempre de uma maneira leve foi raro o dia em que a relação "criança-adulto "e seus respectivos papeis não fosse abordada,embora não com ar de tese de mestrado mas de uma forma(para mim às vezes excessivamemte)pedagógica.Percebo que agora voltes ao propósito inicial e espero que se não torne um dialogo de "iniciados"contra aquilo que o "senso comum"(às vezes não há pior)dita.AB

cereja disse...

Espero bem que não AB. Detestaria que pensassem que estava a adoptar um tom 'pedagógico' no sentido 'superior'!!!!
Mas este blog não era destinada a falar de educação. Foi herdado de uma professora, sim, mas eu apetecia-me falar de TUDO. Se calhar pelo meu feitio, de vez em quando, tomo um ar de quem se propõe ensinar, mas foi sem querer. Na maioria dos campos, ou em todos eles, quem me dera aprender!
Claro, por percurso profissional, há muitos anos que lido com putos e sobretudo gosto muito deles. daí o meu interesse também.

Anónimo disse...

A minha afirmação tem a ver com uma coisa que vi escrita logo no inicio.Mas se o blog era de uma professora, então deves ter herdado.Qualquer coisa do genero"as crianças são fáceis de educar" e que aparecia como 1º post ou assim.AB

Anónimo disse...

Parece-me que o blog continua bem assim, "globalizado", embora, naturalmente, se fale mais do que nos interessa. Não sabia da herança. Uns textos um pouco maiores, de vez em quando, não vejo nisso nenhum problema. Venha o próximo.

Anónimo disse...

E ninguém fala do carrossel????
(também li em diagonal, mas já cá volto!)

Alex disse...

1º- Pessoalmente gosto de posts extensos, quando o conteúdo não fica a nadar nas roupagens, risco que por aqui não se corre. Seria uma pena "telegrafares" uma conversa interessante ao estilo "diga num máximo de X palavras o que pensa de...". Pela parte que me toca fico logo com dificuldade em "pensar".
Há mais, venham eles.
2º- No que concerne às crianças o "baby-sitting" é provavelmente a função primordial da TV. Deixam o povo em paz e estão controladas, ou seja: não estão na cozinha a brincar com a faca nem na rua sabe-se lá com quem... (ainda que possam estar a ver espetar facas tendo por herois os chefes de gang dos dealer-knights, ou coisa parecida). É angustiante e de dificilima solução. Uma grande maioria das pessoas "delega" bébés com 3 ou 4 mêses - é um treino duro mas eficaz... Outras simplesmente têm mais o que fazer, "não há pachorra"
Solução? Talvez, muito para lá da curva do tunel
3º- Obrigada por seres uma "boa dona de casa". Registo e sinto a amabilidade

Anónimo disse...

Como disse logo de manhã já cá voltei para ler com mais atenção.
Temos aqui um caso muito típico da diferença entre a teoria e a prática. Tu falas (e tanto quando eu acho, cheia de razão) da teoria. Realmente, o ideal é haver disponibilidade para se «ensinar» como tu dizes, a ver tv. Mas, acrescentas logo que isso dá um trabalhão e olha que acho que todos os que te leiam vão dizer o mesmo!...
Por outro lado há a enorme, mas mesmo enorme pressão social. Até no infantário os meninos falam uns com os outros da Floribela etc e tal. Como é que se vai fazer?...
Como disse aqui a Alex, a verdade é que se calhar não vais encontrar um casal com crianças que não use a tv exactamente como baby-sitter!
O que penso que é complicado é regulamentar o tempo. Isso começa por 15 minutos, depois meia hora, depois uma hora, depois hora e meia, e .... depois ficam vidrados naquela coisa!

Anónimo disse...

Mas deixa-me acrescentar uma coisa: é que os pais também!!!
E com esse modelo, o que é que os putos fazem? Fazem igual, não será?

cereja disse...

Maryzinha, tens bastante razão. Evidentemente que o que eu disse é «teoria» e como toda a teoria pode e deve ter excepções quando se chega à prática. Mas é afinal como a questão da alimentação. Tu sabes que deves comer mais fibras , muitos legumes, e fruta, e não deves comer açúcar e sal, nem deves comer todas as gorduras que te apetece. Teoricamente. Depois no dia a dia, vais compondo as refeições conforme podes e conforme o preço das coisas, não é?
Vou dar o meu exemplo - acho que o meu filho quando era pequeno nunca viu nada que eu não tivesse 'vistoriado' antes. Pelo menos é a ideia que tenho. E nunca, esteve horas pespegado àquilo. Nunca. Contudo, depois de eu ter uma opinião sobre o programa em causa, também não me sentava por sistema ao lado dele para lhe tirar dúvidas!...
E tentei ser uma boa mãe, mas com certeza que não fui exemplar!

Anónimo disse...

Este tema é aliciante!
E ainda por cima é quase cada cabeça cada sentença....
A verdade é que 'lutar contra a tv' é impossível. Quer adultos, quer crianças, todos andamos ao mesmo. Se para a criança é a chupeta, para nós é também a pastilha elástica, o soporífero muitas vezes. e discutimos muito mas a verdade é que usamos todos o argumento de que «vimos na tv» como argumento definitivo.
Não temos portanto autoridade para dizer às nossas crianças que não as deixamos ver. Tu falas no exemplo e é aí que a porca torce o rabo.
Mas há muita coisa para reflectir. Já li não sei onde que as nossas crianças vêem 4 horas de tv, não sei se por dia se no fim-de-semana, o que de qualquer modo é muito tempo. Teria de haver outras alternativas. O que dizes sobre isto?

Anónimo disse...

Não sei, não.
Tenho imensas dúvidas.
Até já li num artigo que me parecia bem informado, que as crianças até aos dois anos, não deviam ver tv de todo! De todo! Que fazia mesmo mal, os raios ali no ecrã e a velocidade a que passavam as imagens, eram perniciosos.
Eu cá não sei, mas até acredito.

Anónimo disse...

Tens razão, MN.
Vinha no Pediatrics e noutras revistas da especialidade.
O conselho é que até aos dois anos não convém submeter os bebés aos raios da tv.
Dai a enormidade da história daqueles pais do famoso plasma do tecto!!!!!

Anónimo disse...

Deixa-me citar:
«O estudo, publicado na revista Pediatrics, afirma que cada hora por dia passada em frente à TV aumenta, em média, em 10% as chances de que a criança desenvolva a síndrome do déficit de atenção.
Ou seja, três horas diárias de televisão significam um aumento de 30% na probabilidade de que ela apresente o problema.»

Depois, ai,ai, menino no psicólogo porque é muito instável e não presta atenção a nada a pesar de ser muito inteligente...
Pois é.

Ana disse...

tenho dois filhos. um de seis anos e uma de dois anos. Sou professora ha 13 anos e em tres paises diferentes.
Na nossa casa nao temos cabo.
Na escola os meninos tem consola e coisas do genero. Os meus filhos nao.
Sim, ha pressao, ate do pai dos meninos que adoraria ter uma playstation.
Mas, por enquanto ainda cozinhamos juntos, corremos a chuva e na lama e brincamos com blocos, legos, bebes e lemos muitos muitos livros.

Ao fim-de-semana gostamos de ir ao parque ou a um museu.

Se os meninos na escola falam de morangos com acucar, quando e que falam das coisas que realmente vale a pena falar?

Ana disse...

e outra coisa
porque e que as mulheres em Portugal ainda passam a ferro?

josé palmeiro disse...

Chegou a minha vez, depois de um interregno mais prolongado.
TVs/Crianças.
No meu tempo de pai, quando do 1º, era tudo a preto e branco, pouco apelativa e depois, a mãe, educadora de infância, sempre soube gerir a crise com toda a panóplia de jogos educativos, leituras e demais actividades. Desse primeiro, eu era um pai que estava na tropa, logo com o /um tempo, suficiente para o acompanhar. Tinha ele dois anos e meio, rumámos a Moçambique aí, o tempo corria devagar, apesar das persões que já se ian sentindo, mas televisão, nada. Depois, nasceu o segundo, ainda sem televisão. De volta ao "rectângulo", com passagem pelas Ilhas da Atlantida, assentámos arraiais no Alentejo, e naquela época, os interesses eram tantos, que da televisão, só as notícias e a belíssima série para a infância "Era uma vez o Homem", que os meus filhos viram, de fio a pavio, com a nossa intervenção, sempre que necessário. De tal forma foi que comprámos os livrinhos que eram avidamente lidos e vistos. A última vez que fui ao Porto, levei a colecção, deles para o pai ler e dar a ler aos filhos. Nasce, em pleno Alentejo a minha filha e o processo continuou, sempre com peso e medida, com a nossa intervenção, sempre que necessário e, já com o controle do mais velho. Enfim, sempre o bom senso a imperar e nada de ortodoxismos, que são o mal de todas as coisas.
Quanto à modernices que por aí se invocam, quem as quiser praticar, certamente lhes há-de sofer, as consequências. Um ensinamento retirei, todas estas coisas são para usar, mas com parcimónia e contenção, em doses bem definidas, pois de outra forma, tornam-se perniciosas.

josé palmeiro disse...

Não falei, propositadamente da herança, dado que nada sei.

cereja disse...

Beeem....
Calculei que o tema talvez interessasse mas não esperava tantos comentários!
Nem sei porque ponta vou responder! Bom, a Gui facilitou porque deu logo uma informação/resposta. É também aquilo que tenho lido por essas bandas.
Zé Palmeiro, a tua experiência é interessante, contudo creio que na actualidade e numa grande cidade a coisa é mais complicada. Se calhar o teu filho já tem dificuldade em aplicar a fórmula aos teus netos, por isso é que abordei o tema. Contudo, é claro que mesmo quando os teus filhos eram pequeninos já havia o costume da tv-babysitter, ainda bem que na tua casa o não foi.
Mas já o caso da Ana (e uma visitante nova é muito bom!) sendo actual é de registar. Mas tens a consciência de que és uma excepção, não é? Como eu disse no post, esse comportamento dá bastante mais trabalho, só que depois é bem compensador! Quanto a passar-se a ferro, enfim, eu creio que não é só cá... Mesmo que lençóis e toalhas e a restante roupa de casa seja de material sintético que não se passe, há sempre camisas, vestidos, calças que depois de lavados devem ser passados, ou não?... Agora fiquei admirada.
Bem, mas no post a seguir vou tentar falar de outros aspectos. Até amanhã.

josé palmeiro disse...

Volto porque deixei incompleto o depoimento. Falei de mim e dos meus filhos, ainda que no último parágrafo tenha falado implicitamente dos netos, especialmente da neta que, com os seus seis anos é a que mais televisão vê.
Os pais são demasido preocupados, par a deixarem ao desbarato o consumo de TV. Ela vê muitos filmes, para a sua idade e escolhidos criteriosamente, depois gosta de ver os desenhos animados. De resto a televisão existe, mas na sala e no quarto para além da cama existe a arca das trapalhadas que a entretem o suficiente. Depois também se entretem muitoa desenhar e a pintar, ou não fosse filha de arquiteto.

Ana disse...

Nao, nao precisam.
As mulheres precisam de tempo para fazer coisas criativas que lhes de prazer
A roupa nao precisa de ser de materiais sinteticos, o algodao se for dobrado depois de seco ou as roupas secas num cabide ficam optimas.
ja nao sera tempo das mulheres se dedicarem as causas verdadeiramente importante?
filhos saudaveis. carreiras estimulantes. VIDA!

cereja disse...

Ai Ana, Ana, mas que fundamentalismo!
É claro que as mulheres [e os homens ] se devem dedicar as causas verdadeiramente importante.
E filhos saudáveis, carreiras estimulantes, etc, é muito bom. Mas a vida do dia a dia pode não ser tão estimulante mas é importante. Concordo se me disseres que numa família cada um pode passar a sua roupa, ou alternadamente semana sim semana não, mas mesmo sendo chato (e falo por mim) alguém o deve fazer ou pagar-se a quem o faça - opção que eu adoptei...

Ana disse...

Nao creio que seja uma questao de fundamentalismos.
E so uma questao de saltar fora da caixa. Acho que a questao da televisao e semelhante.
talvez um dia possamos ir tomar cha juntas e verificar que as minha roupas nao estao com menos vincos que as suas.
Quando sai da barriga da minha mae. Ela diz que eu lhe pareci diferente. Fui sempre diferente. Nao creio que seja fundamentalista. A minha mae chama-me purista.
Eu nao tenho nenhum prazer em ser diferente. Mas sou!

saltapocinhas disse...

vou ler com muita atenção tudo o que escreveres sobre o assunto..
a televião é um excelente entretenimento mas, como TODAS as coisas, deve ser usada com conta, peso e medida!

em minha casa durante muitos anos (até os meus filhos serem bem grandinhos) só havia uma televisão, e na sala.
normalmente, víamos tv todos juntos.
em relação à tv eu só acho que ela jamais deverá estar no quarto de dormir!

li com atenção o comentário da ana e quero saber a "receita" das roupas dela!
Este ano, como ia ter alunos pequenitos, resolvi usar bata.
com medo de não gostar e querer deixar de usar só comprei uma.
a maior parte das vezes ela é lavada na máquina de sabado à noite, o que quer dizer que só é estendida no domingo.. e vai daí às vezes não me apetece passar a ferro no domingo à noite e dobro-a muito dobradinha para levar na segunda.

e fica horrível!
se tivesse dormido com ela não teria pior aspecto!
será que a ana faz milagres com as roupas?
é que eu detesto passar a ferro!

(mas não podemos der todos "criativos" não é?
para me sentir bem em casa ela tem de estar minimamente limpa e arrumada e esse trabalho, chato e monotono, tem de ser feito...)

Ana disse...

ola salta pocinhas
acho que a emiele se vai zangar connosco por estarmos a mudar de assunto.
Desculpe-me emiele!
Acho que nao me fiz entender. desculpem. Eu nao sou especialmente criativa pelo contrario.
Copiei as mulheres que me rodeiam.
Faco assim:
Se seco a roupa na maquina, dobro-a logo enquanto quente. Se nao a seco na maquina, sacudo-a muito bem e penduro-a num cabide muito direitinha. Se sao camisolas ou malhas que podem dar de si, seco-as numa mesa ou estrutura plana.
Ganho imenso tempo para fazer outras coisas.
Essa da bata achei piada.
Eu tenho dois tipos de roupa. A que esta quase sempre com nodoas de tinta, fruta e outras coisas misteriosas, que uso na escola ou quando estou com os meus filhos. Ou seja, quase toda a minha roupa. E tenho uma ou duas pecas que utilizo em ocasioes especiais. Essa vai a lavandaria!

Anónimo disse...

Bom,tarde (ou cedo,mas já é outro dia)estes comentáruos in extremis,levam às questões dos novos rumos dos feminimos...e se por um lado me tenho rido com um título de um Workshop que tem vindo a decorrer no ambito do Congresso Feminista e que tem nada mais nada menos do que o titulo de "Conversas no Tanque"(sendo o tanque uma fotografia de um tanque colectivo de lavar roupa),por outro acho que o tempo das mulheres, como o dos homens, deve ser gerido conforme lhes apetece e se há gente que acha que não deve engomar roupa(eu detesto mas tenho quem faça)não engome e se há gente que gosta de o fazer que o faça.Está ligado aos interesses de cada um.Quem sou eu para dizer a A ou B como deve passar melhor o seu tempo?AB

Anónimo disse...

Mais uma vez recordações das infindáveis conversas dos anos 70 sobre o orgasmo feminino.De repente de "miragem" desatou a ser "obrigação"e de "obrigação"passou a "compulsão"....Bom,mas tb. uma senhora outro dia tinha um discurso sobre o trabalho que o tornava único meio redentor de autonomia feminina...Com uma agressividade tal que diria próxima de uma ordem num campo de concentração.Trabalho "dito" produtivo,claro.Isto muda de facto pouco...AB

cereja disse...

Vamos lá ver (como você ficaram à conversa já eu tinha 'fechado a porta' e hoje estive aqui a escrever, só agora respondo)
Ana, eu fiquei admirada, só isso. E pelos vistos a saltapocinhas (que comunga no meu ódio a essa função da 'passagem') também. É certo que há muita coisa que não passo (ou mando passar, como disse sou muito chic e tenho alguém que me faz isso) e por exemplo essa coisa das malhas ou até teeshirts do meu filho, para além da roupa interior ou toalhas turcas, isso não se passa. Mas ainda me sobra bastantes coisas. Talvez possa abrir mais o leque dessas excepções, deixa-me cá ver...
Agora o ponto, é aquilo que diz a AB - cada um de nós deve é fazer como se sinta melhor e mais nada!!! Eu por exemplo - para continuarmos com o tema doméstico, que não faz nenhum mal, isto dos comentários são como as cerejas - gosto de ter a casa arrumada, mas faço-o muito depressa, o «tempo gasto» nisso quase nem conta. Gosto de cozinhar e esse tempo é de prazer. Não gosto de limpar, e se a minha casa anda com pó, isso não me incomoda nadinha...
Mas tudo isto sou eu. Cada um deve fazer como melhor se sentir.