Emprestadar
Estava no outro dia, de cesto de compras na mão, num supermercado, quando se aproximam dois miúdos dos seus 10 anos.
Bem arranjados, asseados, crianças normalíssimas que poderiam ser da minha família ou meus vizinhos (e se calhar eram).
- Desculpe, não nos podia emprestar 30 cêntimos?
Olhei para eles, espantada.
O pedido da quantia exacta é uma abordagem que resulta muito, pelo menos comigo. Não sei porquê mas temos a ideia de que quem pede uma esmola, pede aquilo que se queira dar, não exactamente «um euro e dez», ou «setenta e cinco cêntimos». Quando me abordam com esse esquema, fico sempre vacilante a acabo por ajudar.
Mas o que resultou com estes miúdos, para além do seu aspecto que não era de modo nenhum o de um pedinte, foi a expressão «emprestar». Olhando para eles reparei que traziam um grande pacote de batatas fritas, possivelmente para dividirem pelos dois. E tudo indicava que juntando os trocos todos ainda lhes faltavam 30 cêntimos. Olhando à volta lá lhes pareceu que eu podia ser a salvação, e veio o pedido de «empréstimo».
Não resisti, é evidente. E eles lá seguiram para a caixa, segurando a sua presa.
Talvez um dia os volte a encontrar no supermercado para lhes pedir o pagamento do empréstimo. E com juros.
Bem arranjados, asseados, crianças normalíssimas que poderiam ser da minha família ou meus vizinhos (e se calhar eram).
- Desculpe, não nos podia emprestar 30 cêntimos?
Olhei para eles, espantada.
O pedido da quantia exacta é uma abordagem que resulta muito, pelo menos comigo. Não sei porquê mas temos a ideia de que quem pede uma esmola, pede aquilo que se queira dar, não exactamente «um euro e dez», ou «setenta e cinco cêntimos». Quando me abordam com esse esquema, fico sempre vacilante a acabo por ajudar.
Mas o que resultou com estes miúdos, para além do seu aspecto que não era de modo nenhum o de um pedinte, foi a expressão «emprestar». Olhando para eles reparei que traziam um grande pacote de batatas fritas, possivelmente para dividirem pelos dois. E tudo indicava que juntando os trocos todos ainda lhes faltavam 30 cêntimos. Olhando à volta lá lhes pareceu que eu podia ser a salvação, e veio o pedido de «empréstimo».
Não resisti, é evidente. E eles lá seguiram para a caixa, segurando a sua presa.
Talvez um dia os volte a encontrar no supermercado para lhes pedir o pagamento do empréstimo. E com juros.
7 comentários:
Eheheheheh!!!
Essa do emprestar não tá mal visto!....
Mas tiveram olho em te apanhar. Podiam encontrar quem lhes fizesse um discurso e se calhar não lhes «emprestasse» nada!
:)
Estou mesmo a ver, um discurso sobre os malefícios das batatas fritas e coisas dessas. Havia senhoras que embalavam numa dessas e os putos estavam fritos.
Como as batatas!!!!
Esse esquema de pedir uma quantia certa há quem, como tu, ache graça, e quem se irrite.
Olha se eu optasse por esse meio de vida, não sei se o adoptava. Porque também dá uma certa ideia de vigarice....
Quanto aos putos, é outra história.
E de facto, essa abordagem é de quem não está habituado à pedinchice, a não ser em casa!
Depois de ler o escrito, fui aos comentários e abalou-me a ideia de dizer alguma coisa, não por o não querer fazer, mas o King, expôs tão bem a minha ideia que escuso de o fazer.
Dá-me mais "galo"os arrumadores que não riscam o carro por menos de 1 euro.AB
Por falar em pedinchice... Hoje comecei por clamar um enorme FILHO DA quando o portão da garagem se abriu... acendi um cigarro, arranquei uma folha do bloco de desenhos do meu filho e escrevi FUI À TASCA BUSCAR O CAMIONISTA, deixando o carro ali.Entrei na tasca com o meu miúdo arrastado e sorri ao camionista: o senhor paga-me uma imperial enquanto espero por si? Eram 8h45 AM... Ele julgou que eu não bebia... e pagou...
Cravar alcool é pior que batatas fritas, não é? Hi, hi, hi.
JOANINHA, obrigada pela explicação da barba. Ok, faz todo o sentido
Acho imensa graça ter por aqui a Alex, mesmo em dias em que imaginei que estivesse londe da net!
[Aliás digo isto para todos os outros, com ela é mais uma graça por ser comentadora recente e conhecida]
Como vêm cumpro a promessa, e continuo a passar por cá. E agora sempre dou uma vista de olhos pelos comentários da véspera...
Realmente os arrumadores sinto sempre uma chantagem velada - ou se dá a moedinha ou temos direito a risco...
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