Falta de médicos
O discurso oficial, há muito tempo bate na mesma tecla: não há falta de médicos, estão é mal distribuídos.
Sabendo bem que um dos maiores problemas que nós temos em Portugal é realmente a má gestão e a desorganização geral, durante algum tempo esta declaração pôde ser aceite.
Acreditei que, por exemplo, o interior estava tão abandonado exactamente por os médicos se aglutinarem todos nas grandes cidades.
Mas…
Se o director clínico do Hospital de Santa Maria vem afirmar que "os hospitais chegam a ter de suspender a urgência em determinadas especialidades, durante uma semana a 15 dias, por falta de médicos, sobretudo no Verão" ou os chefes da equipa de urgência do Hospital de São Francisco Xavier se demitem, "alegando a falta de elementos para garantir o funcionamento das urgências", então o que está em causa não é exactamente isso.
Santa Maria ou S. Francisco Xavier, ficam em Lisboa, não são atrás do sol posto.
Se o panorama aqui é esse, a questão é bem mais grave do que a má distribuição.
A exigência dos números clausus com a necessidade de uma nota altíssima para o ingresso numa Escola de Medicina, deve explicar parte desta situação. Possivelmente têm saído poucos licenciados nesta área e os melhores ficam pela investigação.
Ou está a dar-se uma debandada geral para o sector privado?
O certo é que estas informações são alarmantes.
Sabendo bem que um dos maiores problemas que nós temos em Portugal é realmente a má gestão e a desorganização geral, durante algum tempo esta declaração pôde ser aceite.
Acreditei que, por exemplo, o interior estava tão abandonado exactamente por os médicos se aglutinarem todos nas grandes cidades.
Mas…
Se o director clínico do Hospital de Santa Maria vem afirmar que "os hospitais chegam a ter de suspender a urgência em determinadas especialidades, durante uma semana a 15 dias, por falta de médicos, sobretudo no Verão" ou os chefes da equipa de urgência do Hospital de São Francisco Xavier se demitem, "alegando a falta de elementos para garantir o funcionamento das urgências", então o que está em causa não é exactamente isso.
Santa Maria ou S. Francisco Xavier, ficam em Lisboa, não são atrás do sol posto.
Se o panorama aqui é esse, a questão é bem mais grave do que a má distribuição.
A exigência dos números clausus com a necessidade de uma nota altíssima para o ingresso numa Escola de Medicina, deve explicar parte desta situação. Possivelmente têm saído poucos licenciados nesta área e os melhores ficam pela investigação.
Ou está a dar-se uma debandada geral para o sector privado?
O certo é que estas informações são alarmantes.
5 comentários:
A imagem do «Serviço de Urgência» dá uma ideia da diferença que vai da ficção à realidade...
Por acaso também tinha a ideia de que a falta era exclusivamente no interior.
Contudo, se abrir os olhos, a verdade é que quando vamos à Urgência temos muita possibilidade de ser atendido por um médico ou africano, ou espanhol, ou do leste, ou...
Ou seja, os portugueses faltam!
A loira do boneco parece a TéTé da Assembleia.Está suplente À urgencia?AB
AB, está visto que não vês a série! No «Serviço de Urgência» (que já vai aí em 10 anos!!!) ela é a Abby. Uma personagem central. Era enfermeira e excelente, entretanto faz exames e agora é médica mas ainda «faz uma mãozinha» de enfermagem quando há faltas. A morena, é uma indiana também boa profissional mas com problemas de identidade - depois de ter o curso veio-lhe a dúvida se afinal queria ser médica!
Acho que por cá é coisa que não deve acontecer. Diploma na mão e dúvidas existenciais...?...
De resto, não sei porquê mas acho esta história mal contada. Poderá haver falta, nas férias ou em situações especiais, mas nos grandes centros não acredito que haja.
Emiéle, tocas na ferida. Ela é tão grande que nem sei se algum dia fechará
Lembro-me do fenómeno que foram os médicos à periferia, que dava médicos em tudo o que era sítio.
Para lá do incompreensível que é o acesso à carreira, depois a gestão dos activos é um caos. A falta de condições de trabalho e de incentivos à prossecução de uma carreira è evidentee ao mesmo tempo incompreensível, num país como o nosso, em que quiaquer duzentos quilómetros nos coloca na fronteira.
Ainda ontem, vo o 1º Sócrates a inaugurar, não sei o que lhe chamou, nome pomposo, sem dúvida, uma unidade em Estremoz, exatamente a mesma com que eu convivi, anos e anos seguidos, só que agora, com menos médicos, mas não, é muito melhor e inaugura-se uma coisa que já foi inaugurada, que já estava a trabalhar, e diz-se que é novo, que tem radiologia, que já tinha, que tem análises, que já tinha, mas agora é novo. Chover no molhado e ficam todos felizes depois de uma masturbação colectiva. Uma vergonha!
Escolhi a imagem do Serviço de Urgência (que aliás é «emergência» como já me explicaram) só por ser mais vistoso, podia ser do «Anatomia de Grey» também, das imagens reais não encontrei nada de jeito... ;)
É certo que encontramos muitos médicos estrangeiros o que aparentemente dá a entender que os nossos não chegam.
Ou será que estão todos a trabalhar só no privado?
Enviar um comentário