sexta-feira, março 07, 2008

Os bons e os maus


Muitas vezes é complicado distinguir entre “os bons” e “os maus”.
Pode haver boas intenções que degenerem e, quem sabe, a surpresa do inverso (muito mais raro, imagino eu…)

O incêndio na zona de Penha Longa assustou-me bastante. Tenho particular estima por aquele parque natural entre Sintra e Cascais, tão cobiçado pelas construtoras e quando oiço falar em incêndios fico logo cheia de desconfianças.
Desta vez, contudo, parece que foi tudo um grande erro, assim como quando num jogo importante um bom jogador quer passar a bola ao guarda-redes e, desajeitado, mete um golo na própria baliza…
Afinal
o fatal incêndio foi provocado exactamente por quem andava a limpar as matas – os sapadores florestais .
Andavam a limpar as matas, acção importante, e pelos vistos bem planeada por estar a ser feita antes do Verão, e lá consideraram que o melhor seria queimar aquele excesso de restolho.
Depois tudo se descontrolou…

Esta, de um incêndio ser provocado pelos próprios bombeiros, parece uma parábola. Só nos faltava uma destas.

7 comentários:

Anónimo disse...

Esta questão das limpezas das matas tem que se lhe diga.
Uma amiga minha cujos pais são camponeses (digamos assim) contava-me que quando era nova, o mato estava sempre muito limpo porque se aproveitava aquele restolho para casa - cozinhar, aquecimento, cama dos animais, milhentas coisas. quase que se pedia por favor se deixavam ir lá buscar a lenha que estava no chão. Como hoje isso não serve para nada, tem de se pagar a quem faça essa limpeza e é muito caro. Ela diz que os pais, não a fazem por não terem dinheiro para uma coisa que depois não lhes rende nada.
Imagino que nas matas do Estado seja o mesmo. mas não haverá um sistema de se «reciclar» esses materiais e serem aproveitados? É que a mim também me escandaliza que se queime simplesmente, matéria que imagino possa ser útil.

Anónimo disse...

Não sei nada de matas nem de queimadas.Mas sempre me pareceu insólito essa coisa das queimadas sem vigilancia assim no meio de tudo.AB

josé palmeiro disse...

Começo de forma diferente. Lembro-me das queimadas de África. Os povos tinham que fazê-las para poder cultivar as suas "machambas" e, a única maneira de ter terreno livre, era queimando o que lá havia, era um espectáculo indescritível.
O fogo, deste caso é um acidente que deveria ter sido previsto e quem o provocou, não pode ser bombeiro, mais nenhum dia da sua vida. As limpezas das matas, são indispensáveis, mas devidamente cuidadas e sem recurso ao fogo.
Saliento a história contada pelo King, era mesmo assim, os ciclos eram cumpridos, o que hoje não pode acontecer, dado o abandono dos campos.

Anónimo disse...

Também venho largar a minha acha para a fogueira (ehehehe... a propósito, não é?...) e dizer que esta história deve ser muito bem esclarecida.
Bolas, então um bombeiro não sabe o que pode e não pode fazer??? Sobretudo, pelo que se diz «sapadores florestais», o suco do sumo!
Se eles fazem asneiras que autoridade têm para depois ensinarem os outros?!!!!

Anónimo disse...

Faltam os «assim-assim» entre os anjinhos e os diabinhos (bonecos giros!)
E afinal foi o que foram esse bombeiros (???) taditos. Foram mesmo assim assim.
A AB estranha o mesmo que eu - faz-se uma queimada, assim???? Sem mais?
Não quero ser maldosa e pensar que havia uma imobiliária de olho naquele sítio, mas...

Anónimo disse...

Eu não sou camponesa, toda a vida vivi em cidades mas aquilo que me contam é exactamente o que o King diz no comentário dele.
Antigamente não havia problema nenhum em "limpar" as matas, porque aquilo se aproveitava para muitas coisas. Aliás o que me explicaram é que se recolhia sempre que era possível, os caminhos até ficavam 'rapados' porque tudo o que caía das árvores, folhas, ramos secos, o que hoje é o combustível de incêndios, era também combustível mas para coisas úteis, fogões, lareiras, camas de gado, etc.
Hoje vemos que cada vez há menos gado a não ser nas grandes explorações, e os combustíveis que se usam são outros. Portanto essa limpeza, que fazia parte da «ordem natural das coisas» por assim dizer, passou a ser um trabalho chato, sem interesse e portanto a ter de se pagar.
Claro, ... não se faz a não ser por obrigação!
«É a vida», dizia o outro.

cereja disse...

Mary, tiveste olho, para descobrires a piada do link para os anjinhos e diabinhos. Era uma graça, é claro, mas encapotada. Muita gente não se lembra que esteja um boneco por baixo da palavra!
De resto é estranhíssimo por um lado que fosse exactamente os profissionais do meio - nem eram uns bombeiros 'normais'- a fazer a burrada, e que as autoridades responsáveis , autarquias e governo, não cumpram aquilo que exigem que os privados façam, ter os terrenos limpos.