O Mistério da Estrada de Colares
Ontem, uma vez que tinha prolongado o período de férias para hoje, decidi que esse prolongamento dava direito a fazer uma visita a uns amigos que moram para aquela zona, embora um pouco afastados – assim, depois da visita ainda regressava à casinha de férias, e com mais um dia, até elas pareciam maiores.
Tudo combinado, fomos lá almoçar e ainda ficámos no paleio até depois do lanche, quando acabou a emissão do Ben-Hur da Páscoa.
Muito animada e bem disposta, vou conduzindo até Sintra, e ao contornar o Palácio da Vila, descendo na direcção da Várzea, até comento, feliz: «Que bom! Tão pouco trânsito. Daqui a poucochinho estamos em casa!»
Esta foi a primeira parte.
Tudo combinado, fomos lá almoçar e ainda ficámos no paleio até depois do lanche, quando acabou a emissão do Ben-Hur da Páscoa.
Muito animada e bem disposta, vou conduzindo até Sintra, e ao contornar o Palácio da Vila, descendo na direcção da Várzea, até comento, feliz: «Que bom! Tão pouco trânsito. Daqui a poucochinho estamos em casa!»
Esta foi a primeira parte.
De notar que não faço aquele percurso há alguns meses de modo que, quando no troço final da estrada vejo o sinal branco e vermelho de trânsito proibido, tive um baque! «Não acredito!!!» quase gritei «e agora???» Agora, foi voltar tudo para cima mas, já com escuro e poucas referências, e foi com surpresa que me voltei a ver de novo em frente do Palácio da Vila. «Bom, vou então pela Estrada Velha» decidi. Claro, se a Estrada Velha estivesse transitável o que não acontecia– também ela mostrava o malfadado sinal de trânsito proibido! Meia volta, sempre por estradas de sentido único, e de novo me encontro no Largo do Palácio. Entretanto, sendo noite de Domingo de Páscoa nem viva alma se via …
Um café a acabar de fechar as portas e ainda lá corro a pedir informações: «Desculpem, mas agora como é que se apanha a Estrada de Colares?! As duas vias mais directas estão cortadas, nem posso descer e ir ter à Várzea, nem posso ir pela Estrada Velha???!» Um rapaz simpático, condoído, ficou a pensar «Pois é…. Realmente vai ter de voltar tudo para trás. Para apanhar a estrada de Colares, volta para a Portela e vai em direcção a Lourel, é seguir as indicações»
Claro que nestas voltas e voltinhas tínhamos perdido mais de meia hora, o tal tempo que eu tinha considerado suficiente para chegar a casa…
Mas esta foi a parte boa.
Daí para a frente caímos num filme de suspence. Porque quando o rapaz inocentemente de me diz para ‘seguir as indicações’ devia pensar de boa fé que existiam indicações. Mas placas com indicações é coisa que não existe – as Câmaras devem gastar todo o dinheiro a fazer as rotundas e noutras placas com os dizeres ‘Conduza com Prudência’, ‘Limite máximo 50 Km’, ‘Conduza com segurança’. OK, eu conduzo com segurança, mas … conduzo ONDE? É que não se imagina as bifurcações que eu ia encontrando sem a menor indicação, e claro, escolhia sempre a má, só vendo o erro uns quilómetros depois quando finalmente via um nome de uma terra e podia consultar um mapa… Voltava então para trás, mas de novo encontrava cruzamentos anónimos onde se tinha de escolher por moeda ao ar… E à noite não há a quem perguntar. Fui inquirir a uma bomba de gasolina, mas as indicações eram tão confusas que só entendi que tinha de ir mais para trás, para a IC 19 e depois apanhar a IC 30, que eu nem sabia onde era. Ver de novo o mapa. Só que a realidade está cheia de terrinhas que nem vêm no mapa que tenho! E quanto a placas indicadoras… nem pó!
A noite cada vez mais escura, passo por algumas urbanizações com um mau ar que só visto (o jornal da véspera dizia que os habitantes da linha de Sintra decidiram andar armados…!) e nem páro! Indicações, nicles! Aparece indicado Lisboa – que não me interessa – ou Sintra Centro que também não serve porque foi dali que tinha partido!
Bem, por tentativa e erro
– tipo ‘se-o-caminho-da-esquerda-não-deu-vou-pelo-da-direita’ – lá encontro um nome conhecido, de seguida outro também me diz alguma coisa e, quase duas horas depois de andar num verdadeiro labirinto a sair vezes sem conta ao mesmo sítio, lá encontro a malfadada estrada para Colares.
Por favor senhores das Câmaras! Eu troco alegremente uma dúzia de rotundas por uma dúzia de placas de sinalização! Olhem que deve ficar mais barato e é bem mais útil!
Um café a acabar de fechar as portas e ainda lá corro a pedir informações: «Desculpem, mas agora como é que se apanha a Estrada de Colares?! As duas vias mais directas estão cortadas, nem posso descer e ir ter à Várzea, nem posso ir pela Estrada Velha???!» Um rapaz simpático, condoído, ficou a pensar «Pois é…. Realmente vai ter de voltar tudo para trás. Para apanhar a estrada de Colares, volta para a Portela e vai em direcção a Lourel, é seguir as indicações»
Claro que nestas voltas e voltinhas tínhamos perdido mais de meia hora, o tal tempo que eu tinha considerado suficiente para chegar a casa…
Mas esta foi a parte boa.
Daí para a frente caímos num filme de suspence. Porque quando o rapaz inocentemente de me diz para ‘seguir as indicações’ devia pensar de boa fé que existiam indicações. Mas placas com indicações é coisa que não existe – as Câmaras devem gastar todo o dinheiro a fazer as rotundas e noutras placas com os dizeres ‘Conduza com Prudência’, ‘Limite máximo 50 Km’, ‘Conduza com segurança’. OK, eu conduzo com segurança, mas … conduzo ONDE? É que não se imagina as bifurcações que eu ia encontrando sem a menor indicação, e claro, escolhia sempre a má, só vendo o erro uns quilómetros depois quando finalmente via um nome de uma terra e podia consultar um mapa… Voltava então para trás, mas de novo encontrava cruzamentos anónimos onde se tinha de escolher por moeda ao ar… E à noite não há a quem perguntar. Fui inquirir a uma bomba de gasolina, mas as indicações eram tão confusas que só entendi que tinha de ir mais para trás, para a IC 19 e depois apanhar a IC 30, que eu nem sabia onde era. Ver de novo o mapa. Só que a realidade está cheia de terrinhas que nem vêm no mapa que tenho! E quanto a placas indicadoras… nem pó!
A noite cada vez mais escura, passo por algumas urbanizações com um mau ar que só visto (o jornal da véspera dizia que os habitantes da linha de Sintra decidiram andar armados…!) e nem páro! Indicações, nicles! Aparece indicado Lisboa – que não me interessa – ou Sintra Centro que também não serve porque foi dali que tinha partido!
Bem, por tentativa e erro
– tipo ‘se-o-caminho-da-esquerda-não-deu-vou-pelo-da-direita’ – lá encontro um nome conhecido, de seguida outro também me diz alguma coisa e, quase duas horas depois de andar num verdadeiro labirinto a sair vezes sem conta ao mesmo sítio, lá encontro a malfadada estrada para Colares.
Por favor senhores das Câmaras! Eu troco alegremente uma dúzia de rotundas por uma dúzia de placas de sinalização! Olhem que deve ficar mais barato e é bem mais útil!
(Sabem se um GPS indica ruas provisoriamente encerradas?…)
7 comentários:
Oh, desgraçada!
Que final de Domingo...
Mas quem é que não sabe que estas terras não ligam pêva às sinalizações?....
Conhecem-se a si mesmas e bem bom! O que se vê a o sinal de que se acaba de entrar numa terra, e que se acabou de sair dela, mas à distância dizer por onde se vai, tá quieto ó preto!!!
Eu, é que ando aqui no Todo-O-Terreno e tu, é que fazes as provas, nas estradas para Colares, belíssima zona de vinhos, por sinal. Pena que essas rotundas e IC(s), que por aí proliferam, sem indicações, estejam a amputar os terrenos que o davam.
Se fosses uma das autoras "D'uma Aventura", tinha aí tema, interessante, para mais um livro.
conheço muito mal essa zona, mas a serra pode ser labirintica!
uma vez também me ia perdendo por lá, mas estava pior que tu: a pé e com uma bolha enorme num dedo!!
mas essa zona é tão linda!!
e tens razão: as autarquias não têm dinheiro para placas de sinalização: por aqui também não há!
Saltapocinhas: é linda sim, porque é que imaginas que sempre que posso fujo para lá?! :D Realmente perdida na serra, com uma bolha no pé, é mauzinho... Eu ontem só repetia «o que vale é que não temos presa....» porque se tivesse de combinado ir a qualquer sítio, estava feita!!!! De resto tenho tão boa impressão da tua terra que pensei que isso aí não acontecia.
Zé - de facto foi uma verdadeira aventura! E acabou bem, no final. Só me chateou ser já de noite, se aquilo se tivesse passado durante o dia, tirava mais partido da coisa, como se fosse um passeio.
Joaninha - é que não ligam mesmo! Como dizes há o nome da terra cheio de floreados à entrada e à saída, e fica-se por aí. Bom, evidentemente que há uma placa de vez em quando, mas sempre que há um cruzamento onde pode haver confusão, uma coisinha discreta, seria simpático.
Olha que penso que não... Esse pormenor de estar em obras acho que não vem no GPS...
Bela História esta!!!
Mais pequenina que a outra, do Eça, mas também bem misteriosa!
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