sexta-feira, março 14, 2008

Fecha-se a porta e entra pela janela


Há projectos para controlar a publicidade de produtos alimentares que não são benéficos para as crianças.

Certo.

A verdade é que quando se fala nisso se pensa de imediato na publicidade televisiva sobretudo, ou em cartazes, outdoors, aquilo que se VÊ de imediato. E que em muitos países desenvolvidos já está definido e regulamentado.
Mas há ainda um campo que está a ser invadido e onde muita gente não tinha pensado – quando digo muita gente, se calhar estou a pensar em mim :D
São os jogos electrónicos
Parece que a publicidade por Internet (e essa conhecemos bem, quando queremos ler uma notícia e temos de fechar 20 janelas antes de lá chegar) está a apanhar os miúdos e a usar os 'advergames', - jogos electrónicos que combinam entretenimento e publicidade.
Como é que se detém essa praga?...


9 comentários:

Anónimo disse...

Não detens.Ou seja as formas de publicidade adaptam-se às técnicas.Se há jogos na Net vão ser utilisados como foram os antigos recortes ou bonecos dentro das embalagens para colecção.A estratégia é a mesma,não se inventou nada,o "meio" comunicacional é que varia conforme vai aparecendo e consoante o público que atinge.AB

Anónimo disse...

Eu tenho a minha opinião.
Vale o que vale.
Mas para mim, não interessa proibir seja o que for, só se mudam gostos e hábitos com alternativas aliciantes.
Se querem que os miúdos comem como deve ser, inventem formas de tornar o «como deve ser» atractivo.
Olhem que o MacDonald's já vende sopa e saladas....

Farpas disse...

Não é por nada mas eu até me considero uma pessoa bastante decente, sempre joguei jogos de computador (tive acesso a computadores muito cedo), sempre fui um apaixonado por publicidade,..., acho que muitas vezes estes "problemas" com os jogos, com os desenhos animados, com a publicidade, com a música,.., são em grande parte a procura de desculpas para um desleixo cada vez maior dos pais com os filhos... não digo que não tenha influência nenhuma, apenas acho que tem muito menos importância do que a que lhe dão...

josé palmeiro disse...

De uma maneira geral, aceito as opiniões da AB, do King e do Farpas. Proibições, nunca!

cereja disse...

Olhó Farpas!!!!
Até me obriga a vir aqui a meio da manhã para lhe dar o Bom Dia!
Claro que tudo isto tem muito que se lhe diga...
Reparem que quando se fala em proibir não é proibir os miúdos e sim proibir a publicidade. A verdade é que já espontâneamente se fazem disparates (não se diz que o que sabe bem faz mal?) quanto mais se forem incentivados.
Na linha do que vocês dizem, a minha achega ao problema está muito também na 'educação alimentar' da primeira e segunda infância e no exemplo que se vê em casa. Aí concordo com o Farpas que os pais têm muita responsabilidade. Muitas vezes as crianças «não sabem se gostam» antes de provarem - os chocolates, as gomas, as batatas fritas... Depois de provarem, gostam, está bem. Mas muitas vezes vemos meninos bem pequeninos a quem se oferece tudo isso que não lhes faz bem.
Depois, estamos de acordo é claro. Por isso eu disse que se fecharmos a porta se entra pela janela... Mas queria apoiar a ideia do King - acredito que a solução está realmente na oferta de uma boa alternativa. E, já agora podemos fazer publicidade a isso, porque não? Os publicitários precisam de viver.

Anónimo disse...

Conheço uma criança-maravilha. O Tiago é um menino de uns 4 anos creio eu, que gosta verdadeiramente de legumes e fruta, e não aprecia especialmente doces. Mas assisti à educação do Tiago desde bebé pequenino e naquela casa praticamente não entrava açúcar a não ser o natural dos frutos. A mãe cozinhava-lhe os legumes dos modos mais inventivos, os pratos que vinham à mesa eram engraçadíssimos, a comida era de muito boa qualidade e saborosa mas de uma grande simplicidade e foi assim que ele foi criado.
Para mim, esse menino (e não o estou a inventar, existe mesmo) é a prova de que é possível lutar-se contra a corrente.

Anónimo disse...

Eu cá não sei. A publicidade de que fala a AB de «bonecos dentro das embalagens para colecção» por exemplo, era clara, óbvia. Esta a que há referência, é bem mais oculta, não subliminar mas quase. Devia haver modo de se evitar, mas também acredito que não haja.

Anónimo disse...

Na linha do que disserem, só combatendo com as mesmas armas e fazer publicidade a coisas com outro valor alimentar. Como combater um incêndio com outro, como se aprende nas técnicas de combate ao fogo. Porque a verdade é que esses erros alimentares estão a revelar-se verdadeiramente perigosos - há muito mais crianças com doenças que dantes só se viam em idades mais avançadas, com valores altos de glicémia, de colestrol, uma nutricionista dizia no outro dia que vamos começar a ver jovens a fazer hemodiálise com muita frequência.

cereja disse...

Olha Joaninha conheço outra criança-maravilha como tu. Até faz impressão :D
Mas isso vem reforçar o que disse o Farpas - haver «um desleixo cada vez maior dos pais com os filhos», ou pelo menos não se empenharem a sério na questão. O que eu imagino é que não entenderam a importância do que está em jogo.
(e a Mary tem razão)