Volto… mas devagarinho

Estive dois dias afastada não apenas da net, creio que mesmo afastada do Mundo.
Tenho a mania, quando ando cansada, com muito trabalho, suspirar «Ai, agora o que calhava era uma gripezinha…» (Atenção ao diminutivo).
Porque quando se está com saúde e apenas muito cansado, pensamos na ‘gripe’ como uma doença mais um menos inofensiva – se for inha, é claro – que permite fintar o sentimento de culpa que teríamos se nos propuséssemos simplesmente faltar ao trabalho e descansar…
E sonha-se com um ligeiro-mal-estar, assim só uma pontinha de febre, mas que nos permite ficar no quentinho, trazerem-nos o almoço à cama num tabuleiro, um bom romance na mesa de cabeceira, ouvirmos música, dormir tudo aquilo que nos apeteça e até pôr um pouco da conversa em dia com os amigos.
Claro que isto é quando se está de saúde.
A realidade é sempre muito diferente! Lá "ficar-se no quentinho", não digo que não, a não ser quando os arrepios da febre são tantos que parece que estamos dentro de um frigorífico. Mas de resto, quem é que é capaz de ler duas linhas seguidas? Ouvir música?! Até dói a cabeça. Comer? Só cheiro nos enjoa. Dormir, sim senhora. Imenso. Quase 24 horas. Mas é um sono de febre, agitado, misturado com pesadelos, de que acordamos a transpirar e não nos repousa nada.
Pois é. Essa coisa da gripe só quando estamos longe, quando caímos com os dois pés lá dentro é de não desejar a ninguém.
E cá estou de volta, mas a sentir-me fraquinha, fraquinha… Desta vez não é a Emiéle dos vários posts por dia, é aquilo que for aparecendo, a ritmo de convalescença.