terça-feira, fevereiro 19, 2008

Embrulhos e furoshiki

Nesta tempestade ‘ecológica’ que anda a varrer o mundo mas não sei porquê dirigida apenas contra os «sacos» de plástico e aparentemente ‘esquecendo’ todas as outras toneladas de plásticos que deitamos diariamente fora, sem reutilização possível, vi por aí uma ideia muito agradável.
Nós, antes da era do plástico, embrulhávamos as compras que fazíamos em papel, (claro que agora também não é solução, que o papel também é para poupar…) mas os japoneses, ali quase nos antípodas, usavam para transportar as coisas uns lenços.
Bonito, não?... Uns lenços de seda ou, vá lá, de algodão, que se dobravam de um modo especial conforme o objecto que se queria levar. Chamavam-se furoshiki.
Não senhor não se ponham a recordar as trouxas das lavadeiras de Caneças, era coisa muito mais shiki chic, basta ser japonês!
Bem, parece que esse costume foi desaparecendo com a chegada das tais embalagens de plástico, mas agora há quem o queira ressuscitar de modo a lutar contra a poluição – a que parece cristalizada ali nos famigerados sacos.

Como embrulhos bonitos e para ofertas, têm todo o meu aplauso. Vejam que interessante, o modo de embrulhar duas garrafas, por exemplo:



Não é giro?
E há para todo o tipo de embrulhos, vejam:



Estão já a ver as «caixas» do Pingo Doce a olhar para o quadro e pensar «se é uma alface, embrulho Suika tsutsumi, se for um pacote de manteiga, Hira tsutsumi, mas se for pasta de dentes, sabonete, e umas pastilhas, isso tem de ser Tesage Bukuro...»


16 comentários:

josé palmeiro disse...

Depois de ver o vídeo, fiquei absolutamente rendido. Magnífico!
Sabes, eu sou um perfeccionista, nesta coisas de embrulhos e acho que os sacos de plástico são um péssimo meio para embrulhar, seja o que for. De plástico, só aqueles rolos de bolinhas, que são, mesmo, seguros, mas mais nada e, mesmo esses, só em situações especiais. E se voltássemos, aos sacos, às alcofas e aos cestos, com que os nossos pais e nós mesmos, utilizámos, antes do aparecimento do malfadado plático?
De qualquer forma, esse lenço japonês, é mesmo um espanto. Fiquei adepto.

Anónimo disse...

Este post deve ter-te dado trabalho a compor, oh Emiéle! Vê-se que ainda estás a laborar ao ralanti... e com tempo para brincadeiras.

Claro que pouca gente gosta dos plásticos, mas também é inegável que é prático! e essa luta anti-saco que pelos vistos já chega ao Japão, então devia abranger a embalagem toda de tudo e mais alguma coisa. Se virmos com atenção, por causa da higiene, 90% das coisas estão embaladas em plásticos! E muitas vezes sem a menor necessidade.

Anónimo disse...

Essa das garrafas é fenomenal!!!
E estive a ver os desenhos (temos de clicar para aumentar ou não se consegue) e há alguns muito engenhosos!!

Anónimo disse...

E tadinhas das meninas da caixa... E embrulharem as nossas compras no sistema (como é? furoshiki?... o furo chic?) e com a fila lá atrás aos gritos a querer despachar-se...

Alex disse...

Só tu...
Pode ser que eu seja uma carta fora do baralho mas é de família...
Espero que a moda pegue; gosto imenso de lenços e nunca os uso.

Anónimo disse...

Que ideia fenomenal!!!
Assim não e importava nada de pagar pelos «sacos». Claro que a mesma quantia, ou mais ou menos...

Anónimo disse...

;D
Mas que bem achado!!!

Anónimo disse...

Huuummmm.........
E o que se fazia depois aos lenços que se traziam de cada ida ao supermercado? Deixava de haver gavetas onde coubessem! Arranjávamos uns lenços para arrumar os outros lenços?...

saltapocinhas disse...

que confusão!!
é mesmo japonês!
mas lá que fica giro, isso fica.

saltapocinhas disse...

depois de ler o comentário do Palmeiro, lembrei-me de que tenho uma alcofa arrumada algures.
comprei-a há muitos anos no algarve e achei piada ao nome porque nestas bandas alcofa é cama de bebé e não saco!

usei-a muitas vezes para ir à praça!

Anónimo disse...

Fiquei deliciado com os lenços e as dobras.
Vou experimentar!

vague disse...

Tu és a Martha Stewart portuguea :)

cereja disse...

Olhem lá, eu até parece que gosto dos tais sacos de plástico e que os defendo... Não gosto. Mas a verdade é que é o que nos dão seja o que for que compremos. Quando vou à sapataria comprar um par de sapatos entregam-mos num saco de plástico, não querem que eu leve um cesto para os trazer; quando compro um livro, metem-mo num saco de plástico (nem falo no Expresso!); se compro uma camisola, trago-a dentro de um saco; ou uma água de colónia, ou um conjunto de toalhas turcas, ou discos, ou umas chávenas, ou um pequeno electrodoméstico...
Tudo o que se compra ou vem em sacos de plástico ou de papel. Pode haver excepções, uns bolos virem em caixinhas de papel com um fio à volta, talvez. Contudo a embirração é com os dos supermercados. Porque raio?...
Claro que com este post quis fazer uma paródia, afinal alguns dos produtos que aqui referi, os sapatos ou o livro, podiam ser mais facilmente envolvidos nesse saco improvisado!

cereja disse...

Olha a Vague!
Já depois de ter escrito o comentário de cima é que olhei para os que estavam cá e tive esta surpresa...
(Afinal podemos tomar o chá sem ser em casa da Ciranda)

vague disse...

Aqui e em qualquer lado, até ao vivo
:)

Unknown disse...

Realmente é de ficar com os "olhos em bico".
Bj
Rui V.