sábado, fevereiro 09, 2008

As 'economias' da Saúde


As medidas seguidas pelo Governo para a área do medicamento tiveram duas consequências em 2007: aumentaram a factura dos doentes nas farmácias e diminuíram os gastos do Serviço Nacional de Saúde nas comparticipações
Estas contas querem dizer que o governo conseguiu poupar quase 30 milhões de euros, com a baixa das comparticipações. Ora se os medicamentos se venderam e, que se saiba, devem ter continuado a vender-se, alguém pagou esses 30 milhões…
Os números são, contudo, piores.
O que nos dizem é que os doentes pagaram mais 60 milhões de euros do que em 2006, mas afinal a culpa é (imagine-se!) do “aumento da auto-medicação e a insistência dos médicos nas marca, em vez de genéricos”.

Quanto à insistência dos médicos nas marcas, não sei dizer. Sei contudo que há marcas do mesmo preço ou mais baratas do que alguns genéricos! ( afinal isto dos genéricos é um outro belo negócio...) E digo-o por experiência própria: tomava um medicamento, passei para o genérico, e quando dei conta vi que o ‘original’ tinha baixado para um pouco abaixo do seu genérico!... Portanto aqui há pano para mangas.
No que se refere à auto-medicação, também quem ande com os pés na realidade deve perceber o porquê. Entre esperar por uma consulta, perder no mínimo meio-dia de trabalho, ir à consulta queixar-se de um sintoma que já é seu conhecido assim como do médico, receber a receita esperada, e com ela ir à farmácia para aviar um medicamento com menos 15% do seu valor… a opção é ir directamente lá e despachar a coisa!
É de admirar?...



4 comentários:

josé palmeiro disse...

Para o que escreves, o meu comentário é só um:
1-Consumo, obrigatóriamente, medicação diária.
2-Gastei muito mais que no passado.

Nota: Desde sempre consumi medicamentos genéricos, desde que os houvesse.

Anónimo disse...

Muitas vezes não compreendo o «milagre português»
Como é que se continua a gastar-me muito mais EM TUDO e nós a ganharmos o mesmo, ou quase?!!!
Será o caso do cavalo do inglês que se habituou a viver sem comer (até morrer)?
É um mistério.

Anónimo disse...

Esta notícia, como notícia, passou-me mas aquilo que dizes já o sentia há muito. Em tudo!
Fui há poucas semanas fazer umas análises. Rotina - sangue e urina, nada de especial.
Vou a um laboratório, o mesmo há dezenas de anos que tem um acordo com o Estado. As últimas que fiz, a minha parte foi uma nota pequena. Desta vez passei pela vergonha de não levar dinheiro suficiente e ter de sair à procura de um multibanco... Não sei o que se passou mas paguei umas 4 vezes mais!!!
Quanto aos medicamentos, até parece que os tomamos por gosto! E as contas da farmácia são cada vez mais assustadoras.

Anónimo disse...

Essa conversa dos genéricos (que eu apoio, atenção!) tem ainda muito que se lhe diga.
É que a luta dos genéricos entre eles é impressionante, cada marca tem os seus. E, tal como tu, já me aconteceu comparar o genérico de uma marca com o produto igual de outra marca e este ser mais barato do que o tal 'genérico'.
Um negócio das arábias!