sábado, janeiro 19, 2008

Ora, batatas!


Quando eu era pequena, aí no tempo em que os animais falavam talvez, havia um legume, perdão um tubérculo, que se chamava batata. Dava muito jeito para acompanhar quase todos os alimentos. Lá em casa comíamo-la cozida, frita, em puré, salteada, assada, e se calhar estou a esquecer-me de alguma outra forma de ser consumida. E não dava para fazer nenhuma confusão, ia-se ao lugar da hortaliça e comprava-se uns quilos de batata, muito simplesmente.
Mas isso era “dantes”. Hoje é muito mais requintado.
Quando agora vou às compras tenho de trazer uns três tipos de batatas: está lá muito explicadinho, por cima dos expositores – batata para cozer, batata de fritar ou batata para assar. Umas têm a casca mais branca, outras mais arroxeada, há médias, pequeninas, grandalhonas, etc.

O pior é quando eu troco os sacos.
Porque umas desfazem-se todas ao serem cozidas, outras ficam duras por dentro, e o pior, ai... o pior é que não sabem mesmo a nada! Quero eu dizer sabem ao tempero que levam, mas o que eu desejava é que soubessem… a batata!

Mas que raio de transformação fizerem à pobre da batatinha que não fez mal a ninguém?!!
Terei que começar a semeá-las em vasinhos na varanda para poder saborear um cozido à portuguesa?....



Imagem daqui



19 comentários:

Anónimo disse...

Como é sábado, está tudo mais caladinho...
Já li os debaixo mas agora vou «fazer a volta» ao contrário.
:D
Não é só as batatas, Emiéle! Toda a comida actualmente, esta que vem mais ou menos de viveiros e estufas, etc, é um tanto plastificada.
Se queremos batatas a saber a batatas ou se plantam no quintal como sugeres, ou se vai comprar a um produtor particular...

Anónimo disse...

É claro!!!
À medida que crescem as ofertas diversificadas, diminui o verdadeiro sabor.
Para ser franca também me perco nos supers quando vejo tanta qualidade de 'diferenças batatais' - para isto, para aquilo, vêm daqui, vêm dali, são disto e daquilo... Também «no meu tempo» havia uma divisão: batatas novas e batatas velhas. E mainada! e as novas ficavam velhas :D
Se as queríamos guisar, cozer ou fritar a matéria base era a mesma...
Gostei muito do teu post!

Anónimo disse...

Se fossem só as batatas!

Anónimo disse...

Ora aqui temos um post bem engraçado e gerador de consenso!!!!
:)))

Anónimo disse...

Que giro, que o sítio onde foste buscar a imagem, é um blog de miúdos. Cada vez mais os professores os orientam por aqui, e ainda bem.
Quanto às batatas, minha amiga, como dizes - ORA BATATAS!!!!!
É mesmo...

Anónimo disse...

Que queres?
É a especialização...
E é para quem quer cozinhas, porque nesses supers, o que mais se vê são os «pré-cozinhados» que é mesmo só chegar a casa por no forno ou microondas e já está! Que raio de ideia andar a descascar as batatas????

josé palmeiro disse...

Entretanto os agricultores açorianos que fazem batata da boa, não conseguem escoar o produto e estão em risco de ter que deitar para a lixeira uma quantidade enorme de toneladas, do produzido e que ninguém compra, preferindo a batata importada, que a nada sabe, a não ser aos Euros, com que enche os bolsos aos especuladores.
O caminho, continua a ser, nós próprios semear e colher, os nossos alimentos, consigamos as condições que a isso nos permitam.

Anónimo disse...

Zé, quem vive na província, ou mais «para o campo» deve conseguir ir aos produtores locais e abastecer-se. Imagino. Mas a verdade é que numa grande cidade só nos sítios do costume, e para isto o pequeno comércio é igual ao grande.
Às vezes, numa ida à província, dá para nos abastecermos de uma quantidade razoável num desses produtores, mas quem tenha uma família pequena (e como se sabe nunca dá tempo a vir almoçar a casa) também não consegue escoar se comprar mais quantidade...

Anónimo disse...

Chiça, é que é mesmo isso. Já não bastam as fritas-congeladas que servem em quase toda a parte.
Batatas a murro é o que apetece.

Mónica disse...

Hola muy buen post!!!!
Me encanta la batata, acá en uruguay le decimos "papa" y son por ejemplo: Puré de papas, papas fritas, papas al horno (las mas ricas para mi).

Me gustó conocerte y te espero de visita por mi blog.

Nos vemos beijos pra voce.

Anónimo disse...

Olha, Emiele, a minha vizinha deu-me uma saca de batatas em Setembro, quando as apanhou da terra. Servem para cozinhar de todas as formas e sabem muito bem... de que raio falas tu???

:):):)

cereja disse...

Ciranda, eu sou uma pobre infeliz lisboeta, não vivo em Viseu!!! nem nos Açores! Vocês calem-se lá que me fazem inveja!
Monica - será possível que tivesses vindo da América do Sul até aqui...?!!! E lesses o português, porque o teu comentário é de quem entendeu o post?!!! (também gosto muito de "papas al horno", aqui dizemos assadas) Fico de boca aberta. É claro que te vou visitar, mas que dúvida!
Pedro - tens razão, hoje em dia o que quer que comamos em restaurante ou tasca, vem acompanhado por uma bolinha de arroz branco e um monte de batatas em palitos, das pré-fritas... É uma praga!
Zé, aí nos Açores é assim e creio que por cá nalguns sítios também, é uma pena. Gramamos com as tais que não têm sabor, e os produtores não escoam as que têm...

Mónica disse...

emiele... claro que te entiendo!!! No lo sé escribir, pero sí leer.

Así que voy a volver seguido y obrigado por tu visita a mi blog.

Beijos y te espero cuando quieras.

Anónimo disse...

Caso para dizer..."não há batatas como antigamente". Será da poluição? :o)

Anónimo disse...

Já viram onde esta conversa das batatas nos levou??? Até à América do Sul!!!
Não admira! Elas vieram de lá!
Sempre me fez espécie o que é que a gente comia antes de se ir à América? Nem milho nem batatas?.....

samuel disse...

Pois está a amiga carregada de razão!
A última vez que fiz uma triste figura a propósito de batatas foi exactamente nos Açores, na Terceira. A primeira vez que houve batatas numa refeição e eu nunca mais me calava com o que tão bem sabiam... devo ter passado por meio doido.

cereja disse...

Mas que surpresa um post escrito claramente a brincar tenha 'puxado' tantos comentários!!!
A minha alma está parva!...
:D
Mas contente, está visto! Que blogger não fica babado quando o comentam?...
A visita do Cantigueiro, que creio ser a primeira, deixa-me muito satisfeita. Bem vindo ao Pópulo, Samuel, e vai voltando. Olha que quanto aos Açores não me lembro se comi batatas, mas cá um dia na província fiz essa figura. Já não sei o que era o prato mas não liguei grande coisa ao conduto e só gabava o sabor das batatas... :))

saltapocinhas disse...

vou fazer-te ainda mais inveja, mas as minhas batatas sabem a batatas!
por aqui há 2 tipos: as vermelhas e as brancas.
as vermelhas, mais duras são melhores para cozer: podes esquecer-te delas que não se moem.
as brancas são melhores para fritar!

cereja disse...

Eu sei, Saltapocinhas!
Bom, como disse lá no post, não me recordo de em criança haver essa coisa das batatas de duas cores, umas para cozer e outras para fritar, mas sei que afora é assim. Não sei como é, é que as que se compram em supers e não só, perderam o sabor a batata, aquilo parece papelão... mas acredito que em Aveiro as coisas ainda tenham sabor.
(aliás com a fruta é o mesmo; muito linda por fóra mas desenxabida)