segunda-feira, janeiro 07, 2008

O Caderno da AB - toilletes

Em comentário ao post que aqui deixei ontem, escreveu a AB
Neste momento as casas de banho são uma espécie de cartão de visita da casa onde se expõe para lá dos Jaccuzis e outras maravilhas da técnica toda a parafernália ginástica, as bicicletas fixas e quejandos, os enormes espelhos de parede inteira, e claro as marcas cosméticas e perfumistas em todo o esplendor das marcas e respectivos invólucros. É só brilho, para lá das velas nos rebordos das banheiras todo um apelo à demonstração hedonística e narcísica tão característica dos dias de hoje.
Aliás isto sempre existiu mas nos chamados "toilettes".
Quem não tem ou não se lembra dos jogos em prata de escovas de cabelo, das caixas em cristal com as borlas do pó-de-arroz, dos perfumes em frascos, belíssimos alguns, obras de colecção que ainda não há muito se podiam encher "avulso - estou-me a lembrar de uma perfumaria da Baixa chamada "Au bonheur des Dames" e de outra junto à “Sapataria dos Teatros” na R. da Vitória, se não estou em erro, onde se ia comprar colónia ou perfume de "bergamota" para....os lenços de assoar.

Agora as casas de banho eram exíguas até meados dos anos 80, tendo havido excepções na arquitectura dos anos 30 a 40, que além da casa de banho principal, incluíam, ás vezes, uma "pia" que servia de casa de banho a serviçais.
Aliás, curiosamente, é quando existe ainda uma arquitectura de autor que depois desaparece dando lugar ao "pato bravismo" que se estendeu e estende ainda.
AB

17 comentários:

Anónimo disse...

Tinha lido o texto em comentário, mas também pensei como o Raphael que o vinha encontrar em post.
Penso que AB exagera, em meados dos anos 80 já encontramos casas de banho razoáveis. (se calhar as casas é que minguaram...) Mas, sem dúvida que as casas mais antigas mostram um contraste enorme entre os seus 'salões' e as ... instalações sanitárias! Dava ideia de que eram funções 'feias' e que se deviam esconder, ou quase negar a existência.
As
casas de banho que a AB descreve na actualidade, são mesmo de uma classe média-alta. A média-media, não tem tanta mordomia...

Anónimo disse...

Não quero 'armar-me', mas este tipo de post/informações são bem importantes para uma 'História da Vida Moderna'
Reparem o que também disse o Zé palmeiro em comentário (vou lá à pesca)
Como me lembro de todas as nuances que aqui são descritas. A primeira casa que habitámos, tinha uma pia de barro, na cozinha. Os banhos eram dados/tomados numa banheira redonda, de zinco. Depois mudámo-nos par outra casa que já tinha uma "retrete", no quintal e quanto aos banhos continuavam iguais. À terceira, foi de vez, uma casa de banho como deve ser, grande e com todos os apetrechos, contudo a água continuava a vir do fogão, em panelas, até que apareceu o primeiro esquentador
Depois fala do seu tempo da tropa, e claro que aí era bem pior ainda, mas acho importante que na sua casa normal, ele tivesse tido aquelas vivências.

Anónimo disse...

Por acaso, acho que não exagero nada.Porque as casa de banho que a construção dos anos 70 proporcionou, foram mais em quantidade(2 para 3 assoalhadas),mas passaram a ter areas pequenas e a ser interiores.AB

Anónimo disse...

Quanto à construção actual,claro que não são oferecidos nem os espelhos nem os aparelhos que muitas delas mostram.Mas se abrires um jornal na secção imobiliária verás que cozinhas equipadas e casas de banho com jacuzzi é mato.Bem como a menção ao "moleanos" do revestimento.Para casas no Monte Abraão por exemplo.AB

Anónimo disse...

E ninguém aqui falou, mas eu recordo, sobretudo quando ia de férias, um «chuveiro» primitivo. Era um balde de zinco, que se pendurava num aro por cima de nós e depois tinha uma coisa de onde saía a água como num regador, um chuveiro muito primitivo.
Claro que ou a água era fria ou vinha aquecida para esse balde.

Anónimo disse...

Sim senhora ,King,casas alugadas de féris muitas vezes tinham "o balde virado ao contrário".AB

Anónimo disse...

Agora ,Raphael, acertaste, mas creio que não devias ter razão para acertar...Era mesmo um comentário.Mas já agora mandei outra coisa para a Èmiele que tem a ver com o assunto numa perspectiva mais pessoal.AB

Anónimo disse...

É engraçado, finalmente haver alguma polémica aqui no Pópulo - costumam ser demasiado unânimes os comentários que aparecem...
Eu percebo o que diz a AB e também a referência da Mary (a gente chama-lhe AB e é com essas iniciais que assina, mas achei piada hoje quando encontrei alguém referido como AB - o António Barreto!)
Porque é mesmo verdade que as casas de banho desses anos (e aliás hoje ainda) são pequenas e interiores, mesmo que se tenham multiplicado. Nesse ponto de vista a AB tem razão. Mas a verdade é que as casas também passaram a ser bem mais pequenas, ou seja o tamanho da casa de banho acompanhou a diminuição da casa em si... São as tais caixas de fósforos.
Essa do jacuzzi.. Eu não conheço ninguém que tenha, mas se calhar os meus amigos (e filhos) vivem em casas já com alguns anos. Encontro agora é em casais jovens que reconstroem casas já usads, o costume de tirar por completo a banheira e colocar apenas uma parede de vidro com a zona de chuveiro lá atrás.
Gostos.

cereja disse...

Joaninha - dou-te a minha palavra de honra que a AB - NÃO É o António Barreto!!!
:))))
Não é!
Posso confirmar!

josé palmeiro disse...

Isto, merece ser reflectido e eu agora, não tenho tempo, mas aproveito para dizer que a AB é ALENTEJANA, não tem nada de Barreto, ou de barrete, é genuína. Não a conheço, mas sinto-o.
Depois volto.

josé palmeiro disse...

Estou de volta.
Gostei dessa introdução na Arquitectura, quem teve a culpa de tudo foi o Courboisier, que inventou as "caixinhas" para as pessoas viverem, a chamada habitação social(?). Tudo teve o seu tempo e a sua origem.
1º- Não havia rede de saneamento básico, na maioria das nossas cidades, no interior do país então nem é bom falar. Foi para mim uma das maiores obras do pós 25 de Abril, a criação de infra- estruturas de saneamento básico, até então inexistentes. Tudo era condicionado às fossas sépticas e às linhas d'água, onde os dejectos e as águas sujas, eram despejadas.
Lembro-me perfeitamente dos esgotos a céu aberto, na minha terra, a que designávamos pelo "ribeiro da vila", águas essas que depois eram aproveitadas para regar as hortas e por aí fora. Vejam bem o problema sanitário que uma tal situação promove.
O tamanho das casa de banho, está intimamente ligado ao estino e necessidade de arrumar, as gentes que se queriam para trabalhar e assim provocar o êxodo, para as grandes cidades, das populações do interior. Depois era o espaço que cada um tinha para a sua csa da banho. A casa que eu refiro en terceiro lugar tinha sido a moradia citadina de um grande agrário, daí a casa de banho enorme com duas subdivisões em que era possível a sua utilização, por várias pessoas, sem quebras de compromissos. De referir que as leis exigem, hoje que toda a habitação tenha um lugar de estacionamento, mas quantos, "patos bravos", esses que a AB refere, cumprem a lei? Depois há como sempre houve, os exageros!

Anónimo disse...

Pois não não sou.E uma das razões porque não sou o António Barreto além de ser do Alentejo e ele do Douro ,é não suportar um resquicio que seja da próximidade da Dra.Mónica.(é apelido, que a alcunha é Mnemónica ,coisa que se diz para as pessoas não se esquecerem de..."a esquecer"-esta já pertence á Literatura, que a Velho da Costa usou-a,mas existe desde que a criatura começou a sair da casca).AB

Anónimo disse...

Oh!
Como li os comentários direitinhos por aqui abaixo, vinha preparado para sugerir que a «nossa» AB, uma vez que é incontestavelmente feminina, então talvez fosse a dita Mena Mónica. Mas a provocação afinal não dá porque ela já deixou tudo em pratos limpos!!! Digamos que puxou o autoclismo...
:)))
dá para ver que também não suporto a excelentíssima autora do Bilhete de Identidade

Desculpa lá, AB!

Anónimo disse...

Não sei se desculpe, oh sem-nick...AB

Anónimo disse...

È engraçado como toda esta conversa sobre nomes e nicks remete para a conversa sobre nomes e a que eu acrescentei as alcunhas de há uns posts atrás.E como o prometido é devido fui ali à estante buscar o livro do meu amigo Choco Ramos sobre "alcunhas alentejanas"(o livro pequenino)e já que falamos de higiene lá vai uma com a respectiva explicação:

O AVARENTO DOS PERFUMES
Localização:Safira
Classificação:Comportamental
Explicação e história:Denominação para um indíviduo que cheirava mal por não tomar banho

e já agora não tem nada a ver

O BOI DA BEIRA
Localização:aldeia Amarela
Classificação:Comportamental e geográfica
Explicação e história:Alcunha extremamente ofensiva xenófoba e estigmatizante.Trata-se de identificar um indíviduo nortenho cuja mulher cometeu adultério.

BOMBA RASTEIRA
Localização:Venda do Meio
Tipo:Comportamental,física
Explicação e história:Mulher de baixa estatura mas extremamente agressiva.È vendedora de mercado e se alguém faz um comentário negativo em relação aos produtos que vende,ela está sempre preparada para ripostar de modo determinado e ostensivo.

E ptontos,aqui ficam 3 exemplos e se vier a propósito vou deixando outros que o Chico merece.AB

Anónimo disse...

Onde se lê "Choco" leia-se Chico e Onde se vê "Ptontos" leia-se prontos(e isto foi pré-visualizado)e já agora que adoptei o AB que deixe de ser "anónimo"AB

josé palmeiro disse...

Depois deste ping-pong, tenho que aqui voltar só para dizer que não me socorri da mulher do dito barrete porque a ignoro. Já agora, sabem aquela de dois compadres nossos que guardavam gado no meio da planície alentejana e que ao passar um avião disse um para o outro: Compadre, que pássaro é aquele? Ignoro!. Responde o outro. Ena, que grande "ignoro", diz o primeiro.
Assim estou eu com a Filó.
AB, destaco ainda as alcunhas do Chico, ficaram bem aqui. Já agora, arranja uma para a do B.I..