sábado, janeiro 05, 2008

Logo se vê...

Planear não é português.
Não quero voltar aqui à polémica do fumar ou não-fumar, e aos fundamentalismos de um lado e de outro, mas apreciei particularmente este parágrafo da Fernanda Câncio:

O pior de tudo isto é a pacovice provinciana de um país que, cinco meses e meio após a aprovação da lei, acorda para a realidade como se lhe tivessem decretado de surpresa as novas regras e como se leis como esta - e mais rigorosas que esta - não estivessem em vigor, há anos, noutros países, onde, diz-se, parece que também há casinos, e discotecas, e restaurantes, e cafés, e pubs e, imagine-se, fumadores. E onde, consta, ninguém foi à falência ou se suicidou.
Esta mulher tem a qualidade de chamar a atenção para o óbvio.
Como é que durante este tempo, desde que a lei foi promulgada até agora, os locais que iam ser afectados por ela não tomaram providências como devia ser…?
«Acordaram» agora.
Tarde.

4 comentários:

Anónimo disse...

Por acaso, na Irlanda, fecharam 11.000 pubs.Coisinha pouca.AB

cereja disse...

Eu comecei por dizer que não aprecio fundamentalismos de nenhum dos lados. Contudo, neste caso estou inteiramente de acordo, que uma lei que existe há quase meio ano, não foi uma surpresa, como está a parecer agora! Toda a gente sabia, mas parecia que se estava a imaginar que por um golpe de mágica, de repente tudo viesse para trás. Aliás, se houve problemas noutros países talvez se aprendesse como é que foram resolvidos. Aliás, a questão das discotecas, onde será mais questionável esse rigor, teria podido ser negociado neste intervalo de tempo, por exemplo.
É claro que também se poderia segregar quem não fuma, e fazer ao contrário, locais para quem não fuma, uma ideia... Mas a coabitação é realmente difícil, porque o fumo tem a tendência a espalhar-se no ar, e as experiências que já existiam de restaurantes com mesas para quem fuma e outras para quem não fuma, não funcionavam como se sabe. Assim como nos aviões, quando se fumava, quem se sentava logo atrás de uma área de fumador era inevitavelmente fumador passivo.

Anónimo disse...

Continuo a não achar graça a ghetos de nenhuma espécie e é a ideia que dá qd. numa tarde de fim-de-ano como a que passou e ali à Avenida da Republica tudo quanto era restaurante estava fechado e o unico aberto era o Galeto e parecia uma colmeia de gente pendurada na esplanada com um frio medonho para fumar...Agora se isto não é fundamentalismo...bom.Como não sou obrigada a dizer Amen a tudo o que diz a Fernanda Cancio e neste caso 11.000 pubs segundo ela não são nada nem ninguém.AB

josé palmeiro disse...

Este chegou, já eu tinha fechado a loja.
Já dei o que tinha a dar para este peditório. Não fumo, por opção vai para 27 anos. Acho que já contei a história. Gosto que me respeitem como gosto de respeitar os outros e parece-me que aqui é que está o problema.