segunda-feira, janeiro 07, 2008

A escola e os MP3

E porque não?
Pareceu-me muito interessante o relato de uma experiência (piloto?) de uma professora que procura motivar alunos que andam afastados e desinteressados da escola.
É claro que o desinteresse escolar deve ser ‘trabalhado’ sempre que possível a nascente, e é importante criar nas crianças desde pequeninos interesse por aprender e saber mais.
É nos primeiros anos de escolaridade que muitas vezes se decide o futuro académico de uma pessoa. Uma boa iniciação é uma chave de ouro para abrir todo o futuro escolar que se vai passar nos futuros 10, 15 anos. E muitas vezes essas condições nem sempre são as melhores como
lembrou a Saltapocinhas
Mas, para jovens que já se mostram desinteressados das aulas, talvez haja modos de os trazer ao redil:
Uma professora decidiu passar a usar
"podcasts" que podem ser ouvidos na aula ou em qualquer outro lugar, desde que descarregados para os dispositivos móveis (telemóveis, MP3 e MP4) E o certo é que parece resultar!
Ela grava o «Sermão de Sto António aos Peixes» com comentários e um fundo musical, por exemplo, e pelo que se vê os alunos vão ouvindo e aprendendo. Pede a sua participação e pedem: "Professora, quando vamos fazer o trabalho de campo?" o que quer dizer que os alunos que têm telemóveis com fotografia, vídeo e capacidade de armazenamento irão para o centro de Braga à procura de monumentos representativos da Arte Barroca, o tal «trabalho de campo» melhor do que o «trabalho de casa»
"Por mais que se proíba, é impossível impedir a entrada de telemóveis e MP3 nas salas de aula. Então, por que não tirar partido deles?"
Aqui está uma solução inteligente.

"Se não os podes vencer, junta-te a eles".
E qual o mal?


9 comentários:

Anónimo disse...

Eu vinha discordar, quando voltei a ler com mais alguma atenção o que disseste e vejo que acautelas uma coisa: "para jovens que já se mostram desinteressados das aulas".
OK.
Isso muda um tanto as coisas.
Aceito que para um grupo de estudantes que se afastam do ensino, sabe-se lá porque razões, mas estão concretamente desinteressados, seja válido que se recorra a chamarizes a que eles aderem facilmente. Assim, também concordo que a tecnica dessa professora seja de aplaudir.
Contudo, para mim, penso que o facilitar excessivamente tudo, é um mau princípio. O exemplo mais comum é a discutível "máquina de calcular". Penso que sim senhora. ela deve ou pode, ser utilizada. mas SÓ depois de se conhecer a tabuada. E isto como uma espécie de metáfora.
O ensino não deve ser lúdico. Pode e deve ser agradável e um prazer, mas é uma coisa séria. É a profissão dos estudantes. E na minha opinião deve ser levada a sério mesmo que isso implique esforço. E porque não há-de haver esforço?

Anónimo disse...

Só uma nota - gostei que referisses a saltapocinhas. Ora cá está uma professora como eu considero que deviam ser todas. Sobretudo as do primeiro ciclo, como ela. Sempre que visito o seu blog faço-o com prazer! E ela ter inventado um blog para os seus alunos - «Os golfinhos» é uma delícia.

Anónimo disse...

Não sei se concordo com a Mary...
(se calhar estou amuada por ela ter chegado antes de mim!)
Mas que mal tem que aprender seja agradável?...

Anónimo disse...

Mary, é claro que não é nenhum mal que seja agradável aprender, o que não concordo é quando a papinha vem toda feita.
Para mim, penso que o esforço faz parte da aprendizagem.

Anónimo disse...

Por acaso acho que a Mary tem razão.A coisa deplorável que é ver pessoas em ,por exemplo, concursos televisivos contar pelos dedos a diferença entre 37 e 15...Isto é concerteza efeitos da tal "metáfora"chamada calculadora.Por outro lado não tenho nada contra o ensino ser agradável, mas tenho contra a ideia de que é tudo entretenimento e não trabalho.E o trabalho representa esforço e ...nem sempre é agradável.AB

josé palmeiro disse...

Lendo tudo, os links inclusivé,fico com a impressão que todas estão no mesmo comprimento de onda.
Concordo que se não deva fazer a papinha toda, concordo que se deve fazer esforços, no sentido de aprender a aprender, nada é fácil, essa a primeira lição. Agora aproveitar tudo o que leve à motivação do aprendiz, bem ordenado e coordenado, nada tenho a opôr.

Anónimo disse...

Um post na categoria ensino, não tens muitos mas todos são importantes e no mesmo sentido.
É claro que só posso concordar!
A professora em causa foi inteligente e soube calcular bem as motivações dos putos, contudo por estes comentários realça-se um facto importantíssimo: o estudo não é entretimento, como disse a AB. Pode ser agradável, interessante, até apaixonante (e falo por mim, que há disciplinas que estudava apaixonadamente!) mas é trabalho.
Não pode ser tudo brincadeira. Qual a preparação para a vida e as suas frustrações que nesse caso a escola ensina? Assim como acho que, quem não sabe deve reprovar, tão simplesmente. Pois se não sabe?! As 'passagens administrativas' são uma invenção completamente anti-pedagógica!

Anónimo disse...

Bem, falta um P.S. - evidentemente que há casos e .... casos. É parvoíce meter tudo no mesmo saco. O que escrevi é na generalidade.

josé palmeiro disse...

É verdade Gui, falta mesmo um P.S., o que existe não é socialista.
Desculpem, mas faz bem brincar.