A emenda e o soneto, ou a culpa da informática
Pois 'é assim': Eu, com toda a franqueza, já tinha um palpite. Estas modernices, acabar-se com o papel, tudo digital, tudo online, tudo virtual e mais não sei quê, ia dar asneira. Parecia muito bonito, muito prático, «simplex» em suma. A ideia era que se passariam a marcar consultas dos Centros de Saúde para os Hospitais através de um belo sistema informático, nada de papeis, nada de credenciais.
Era esta a ideia. Mas pelos vistos a ideia fica no campo do ideal, não consegue chegar à prática. Oooooh….
Acontece que os Centros de Saúde já tinham um sistema informático, como se sabe. Atrasados mas não tanto. E, o sistema, Alert P1, que foi comprado pelo Ministério da Saúde a uma empresa privada por 7.000.000 de euros, é incompatível com esse já existente nos Centros.
Portanto o sistema instalado nos 436 Centros de saúde e nos 89 Hospitais do Serviço Nacional de Saúde afinal não funciona ou, pelo menos, não funciona como seria de esperar.
O responsável da tal empresa que embolsou os sete milhões de euros, tem a ‘lata’ de fazer notar os seus benefícios: “Até aqui os médicos dos centros de saúde faziam os pedidos de primeiras consultas da especialidade que ficam esquecidas numa gaveta. [ Ah sim…?] Com esta aplicação o médico sabe em tempo real o tempo médio de espera do doente, quantos doentes graves tem em lista de espera, quantos doentes não graves e qual o tempo máximo de espera”.
Portanto a grande diferença não é que se espere menos, é saber-se quanto tempo vamos esperar. Que bom!
Quanto à ligação entre Urgência e Internamento, diz o Sindicato dos Enfermeiros “Quando é necessário consultar os resultados dos exames e os dados do doente no internamento não é possível aceder aos que foram introduzidos na Urgência porque os dois sistemas são diferentes.” Então em que ficamos?
Em resumo, a dita aplicação para funcionar vai necessitar de «outras aplicações para fazer a transferência de dados». Etc, etc. Tudo através de uma empresa privada porque o Estado não vai gastar o seu dinheiro a criar esse modelo.
Prefere dá-lo aos outros.
Era esta a ideia. Mas pelos vistos a ideia fica no campo do ideal, não consegue chegar à prática. Oooooh….
Acontece que os Centros de Saúde já tinham um sistema informático, como se sabe. Atrasados mas não tanto. E, o sistema, Alert P1, que foi comprado pelo Ministério da Saúde a uma empresa privada por 7.000.000 de euros, é incompatível com esse já existente nos Centros.
Portanto o sistema instalado nos 436 Centros de saúde e nos 89 Hospitais do Serviço Nacional de Saúde afinal não funciona ou, pelo menos, não funciona como seria de esperar.
O responsável da tal empresa que embolsou os sete milhões de euros, tem a ‘lata’ de fazer notar os seus benefícios: “Até aqui os médicos dos centros de saúde faziam os pedidos de primeiras consultas da especialidade que ficam esquecidas numa gaveta. [ Ah sim…?] Com esta aplicação o médico sabe em tempo real o tempo médio de espera do doente, quantos doentes graves tem em lista de espera, quantos doentes não graves e qual o tempo máximo de espera”.
Portanto a grande diferença não é que se espere menos, é saber-se quanto tempo vamos esperar. Que bom!
Quanto à ligação entre Urgência e Internamento, diz o Sindicato dos Enfermeiros “Quando é necessário consultar os resultados dos exames e os dados do doente no internamento não é possível aceder aos que foram introduzidos na Urgência porque os dois sistemas são diferentes.” Então em que ficamos?
Em resumo, a dita aplicação para funcionar vai necessitar de «outras aplicações para fazer a transferência de dados». Etc, etc. Tudo através de uma empresa privada porque o Estado não vai gastar o seu dinheiro a criar esse modelo.
Prefere dá-lo aos outros.
8 comentários:
Olha que já «te conheço» o suficiente para entender que o primeiro parágrafo é a gozar, mas olha que quem cai aqui pode levar-te a sério e pensar que és uma conservadora do caraças!!!
Claro que estas ligações curiosas entre o privado (o senhor do programa tinha já estado ligado ao Estado, não é?) e o estado têm sempre rabos de palha...
(ando aqui emparelhada com a Mary, que confusão...)
Concluindo, afinal houve melhoria ou não?...
Pelo que se lê houve alguma melhoria mas nada que se parecesse com o esperado com esse programa maravilha!
Como estou cá, não vou deixar o meu sinal.
Parece-me uma história contada pela rama pois, pelo conhecimento que tenho, parece-me que a coisa não é bem assim. Vou informar-me devidamente e contar-te-ei depois.
Bem visto, bem visto, o gajo da empresa até teve azar, olha se Portugal fosse do tamanho da Rússia ou dos EUA,o dinheiro que teria feito.
Pensei que fosses falar do «escândalo do dia» a gravação pela Sic Notícias dos telefonemas do INEM para os Bombeiros de Alijó e Favais ou lá onde é. A verdade é que é assim! Mesmo em Lisboa, e terras adjacentes, se se pede um "transporte de doente" pode acontecer que seja do neio-dia às duas e então algumas corporações estão a almoçar e a telefonista nem liga para essa extensão!...
Este caso que focas é mais o oportunismo da empresa que montou o sistema apadrinhada por alguém lá no Ministério, que nos choca. É que aquilo é muito dinheiro para não ficar uma obra asseada. E por aquilo que se lê, o tipo tira a água do capote como se o que fez fosse bestial, e se calhar a culpa até é dos técnicos que não se entendem com o sistema!!!
Mary, espero bem que todos tenham entendido que eu estava a gozar, no primeiro parágrafo...Valha-me Deus!
De resto, creio que apesar de tudo deve ter havido melhoria - só naquela coisa da relação da Urgência com o Internamento é que não se entende - mas... parece que a montanha só pariu uma colina.
E a minha dúvida sobre os dinheiros mantem-se, mas enfim.
King, realmente não falei messa coisa do INEM porque já muita gente tinha falado e bem. É a prova de que muita coisa anda mal. E, na minha opinião, uns maus transportes são mais graves do que tudo o resto. Porque até mesmo se na própria terra existisse por milagre uma Urgência hospitalar, a verdade é que o homem não tinha ambulância para chegar até lá!
Eu conheço bem este assunto e as coisas não sao como parecem ser... Algum de vocês foi e falou com algum medico do CS e da sua opinião em relação ao software Alert-P1?
Vocês sabem que existiam outras empresas interessadas em participar no assunto mas não tinham software a altura do Alert? Sabem que o desenvolvimento do modulo P1 foi inteiramente desenvolvido pela Alert e que não existia nenhum software que fizesse isso?
E por causa de estas tais empresas e lobbys começaram a fazer boatos que nao funcionava correctamente?
Alias, quando dizem que a os softwares "nao comunicam" entre si, sabem que o 90% dos CD usa o SAM e funciona sem problemas, so o 10% dos CS que possuem software diferente (Vitacare, MedicineOne )e essas próprias empresas não se mostraram interessadas em comunicar com o Alert depois de que o governo preferiu ao Alert, e agora fazem esta campanha em contra?
E sobre tudo começam a misturar as coisas para gerar polemica...um software de marcações de 1ras consultas apontam que nao faz comunicacao com software de internamentos... Eu pergunto, o vosso Word se comunica com a XBOX para jogar enquanto tira cafés? Ohhh... Microsoft é incompatível com outros software então....
Existem jogos políticos que lograram derrubar ao Min.Saude e agora continua-se nesta saga... e os totos como nos continuamos a formar parte e opinião sem saber os factos...
Gostava que as pessoas antes de opinar se informassem, e não sejamos tão idiotas de apontar os dedos a empresas nacionais que fazem bem o seu trabalho, em ordem e legalmente, e por causa da típica inveja portuguesa acabamos por fazer sentir aos próprios empresários que o melhor é ter as empresas fora de Portugal onde sao melhor tratados...
Pensen nisso....
Caro anónimo do último comentário:
É verdade que na maioria das coisas de que se fala, quer aqui no blog, quer pelas ruas, nos cafés, nos transportes, as pessoas falam com a informação que têm e a maioria das vezes é aquela que os 'media' nos dão. A responsabilidade da comunicação social é grande. Nós aceitamos que ao dar a notícia o repórter colha informações em fontes correctas e oiça diversas opiniões. É certo que nem sempre assim é, mas devia ser.
Por acaso, uma das pessoas que aqui falou conhece mais ou menos o sistema por intermédio de um familiar, disse-mo depois.
Mas há um erro de interpretação seu. Pelo menos naquilo que escrevi e na maioria do que foi comentado não se fala em que as empresas nacionais façam mal o seu trabalho. pois se eu até sugeria que seria mais correcto que o sistema fosse implantado 'dentro' do próprio ministério em vez de se chamar uma empresa exterior! Decerto que não era por desconfiar de que as estrangeiras fossem melhores do que as nossas.
Porém, aceitando que conhece o assunto muito bem, se enviar a sua opinião com os respectivos fundamentos, publico-a aqui no Pópulo como post com as devidas referências.
Enviar um comentário