Que valores?
A história em si pode não ter uma grande importância.
Um homem (bem jovem ainda, 21 anos), sem a menor justificação, agride verbal e fisicamente uma menina de 16 anos, que nunca vira na vida.
A menina era equatoriana, penso que de ascendência índia, e isso deveria ser visível. Azar o dele, a cena passou-se numa carruagem do metro de Barcelona que tem câmaras de vídeo, de modo que tudo ficou gravado. Ou seja, é uma prova de tal modo clara que não é possível negar-se, não será a palavra de um contra a de outro, foi gravado e pode apreciar-se.
Contudo, o que me chocou quase tanto como o acto é o facto de os outros passageiros não terem levantado um dedo para acudir à menina A foto com que o jornal acompanha a notícia é bem clara – o rapaz que está em primeiro plano, até desvia os olhos.
Em que mundo vivemos nós?... Um tipo descontrolado, com a «desculpa» de estar bêbado (quando é que em vez de desculpa esse estado passará a ser uma agravante?!) atira-se a uma vítima mais fraca sob todos os aspectos e agride-a. É um sujeito violento, que estava em liberdade condicional e já tinha sido castigado por agressão. Aliás o álcool costuma libertar a censura aos comportamentos, deixar «vir ao de cima» os sentimentos que já existem, não é normal inverter as tendências de cada um; se ele agrediu quando bêbado é que gostaria de o fazer mesmo sóbrio…
Mas, como disse, talvez o que mais me impressionou foi a passividade dos outros passageiros.
«Não era nada com eles» devem ter pensado.
Um homem (bem jovem ainda, 21 anos), sem a menor justificação, agride verbal e fisicamente uma menina de 16 anos, que nunca vira na vida.
A menina era equatoriana, penso que de ascendência índia, e isso deveria ser visível. Azar o dele, a cena passou-se numa carruagem do metro de Barcelona que tem câmaras de vídeo, de modo que tudo ficou gravado. Ou seja, é uma prova de tal modo clara que não é possível negar-se, não será a palavra de um contra a de outro, foi gravado e pode apreciar-se.
Contudo, o que me chocou quase tanto como o acto é o facto de os outros passageiros não terem levantado um dedo para acudir à menina A foto com que o jornal acompanha a notícia é bem clara – o rapaz que está em primeiro plano, até desvia os olhos.
Em que mundo vivemos nós?... Um tipo descontrolado, com a «desculpa» de estar bêbado (quando é que em vez de desculpa esse estado passará a ser uma agravante?!) atira-se a uma vítima mais fraca sob todos os aspectos e agride-a. É um sujeito violento, que estava em liberdade condicional e já tinha sido castigado por agressão. Aliás o álcool costuma libertar a censura aos comportamentos, deixar «vir ao de cima» os sentimentos que já existem, não é normal inverter as tendências de cada um; se ele agrediu quando bêbado é que gostaria de o fazer mesmo sóbrio…
Mas, como disse, talvez o que mais me impressionou foi a passividade dos outros passageiros.
«Não era nada com eles» devem ter pensado.
7 comentários:
Este escrito, não tem comentário, tão óbvio ele está expresso. O que vimos, foi da maior indignidade, incluindo a actitude dos outros viajantes da carruagem.
Tens o comentário ajustado no poema de Brecht, que editaste acima.
Uma das coisas que me irrita é a velha desculpa de que «estava bêbado». E depois???
Posso ser intolerante, mas o alcoolismo é ainda encarado de uma forma errada. É uma droga. Cria dependência como as drogas. É anti-social como as drogas. Pode conduzir a actos graves como as drogas. Apenas é mais barato e portanto não é necessário roubar para obter uma garrafa, só isso. Se fosse tão caro como as 'drogas' a diferença entre o alcoólico e o toxicodependente seria bem pequena.
Primeiro o post.Claro,ninguém viu e, se viu ,virou a cara.O que para já é estranho na Catalunha.São comportamentos esses, os de virar a cara, que se costumam remeter para cidades como Nova Iorque onde ninguem liga a ninguém(é falso)mas enfim...Depois a atenuante e, por isso, o rapaz é libertado no dia seguinte e a avó, sorridente ,confirma que ele de vez em quando desatina...Depois essa do alcool ser mais barato que as drogas depende do alcool e depende das drogas...e há drogas "socializantes"...Agora o poema do Brecht, é claro que cada vez vem mais a propósito, seja por este post ou pelo das escutas...e já agora também ando com insónias.AB
Também estranhei um pouco que fosse na Catalunha o que só prova que afinal global é global... A indiferença é também uma doença, como o alcool.
Isto sem desculpabilizar o gajo. mas a sociedade em si é o que se anda a ver.
Se fosse ao contrário, um negro ou 'índio' ou oriental ou o caraças a fazer isso, aqui d'el rei que vêm «para cá» para a delinquência.
Tinha visto a notícia e não tirei essas conclusões por estupidez minha.
Claro que tens toda a razão!
foi a primeira pergunta que fiz, ainda meio abalada pelo caso do menino filho de uma guineense arrancado de um baloiço em braga. eu acho que me passava dos cornos. já fi pessoal revoltar-se no metro por bem menos - mas eu sou do porto, o pessoal gosta de barulho.
Olha Mariana, estou 100% contigo.
É que esta gente, ainda por cima diz-me a experiência, se virem que «o povo» se junta contra eles baixam a bolinha. É também a força de impunidade que lhes dá estes vaipes.
Li noutros blogs pessoas que se identificam com o medo dos espectadores , eu acho que não sou particularmente valente mas não ficaria calada pelo menos!!!
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