«O que arde cura» (?)

Cá para mim este ditado é um dos que melhor exprime um certo tonzinho masoquista da nossa velha educação judaico-cristã, onde se ensina a importância do sofrimento. Porque eu sei bem que, se «o que arde cura» pode consolar de alguma dor pensando que depois se fica bem, no espírito de muitos de nós está latente a noção de «o que não arde não pode curar». É ou não é? Se uma coisa é boa ou fácil deve ter algum defeito… :D
Vem isto a propósito de uma história: Conheço um rapaz, que associado a um espírito mais contemplativo é um bom garfo, e portanto acumulou uns quilitos a mais. Não estará obeso, mas todos se metem com ele picando-o a esse respeito. Acontece que quando falei em «espírito contemplativo» queria dizer que ginásios e coisas dessas não é com ele… Ainda uma caminhada de vez em quando vá lá, mas de ginástica a sério não lhe falem. Pratica ioga que os amigos lhe dizem a gozar que é o modo de fazer ginástica sentado (grande mentira, é claro!) e mais nada.
Ora, já não sei como foi, há pouco meteu-se-lhe na cabeça aprender danças de salão. Foi até aos ‘Alunos de Apolo’, inscreveu-se e começou as aulas. Para além do tempo da aula, em casa também treina.

E…oh maravilha! Os litros de transpiração que todos aqueles movimentos provocam, estão a mostrar resultados. É o perfeito desmentido ao ditado que citei acima – é um prazer e também cura!