sábado, outubro 06, 2007

Festas e foguetes



Há coisas onde se nota à légua que sou uma citadina.
Não consigo - mas é que não consigo mesmo! - aceitar o prazer de ouvir um foguete.
A aldeia mais perto daquele onde passo estes dias está em festa. Óptimo.
Durante o dia a Banda dos Bombeiros percorre a terra a tocar, terminando no coreto. (As ruas principais estão..?) A rua principal está toda enfeitada com arcos e iluminações, na Praça montaram barraquinhas de diversões com muitos «comes e bebes», rifas, vendem-se recordações diversas, e uns altifalantes atiram para os céus a musica a condizer.
Tudo bem, e como não estou lá à noite quando a música para se dançar, numa colectânea de Ágathas, Emanueis e Quins Barreiros com o som altíssimo deve abanar as paredes das casas, só recolho a parte mais agradável.
Cof.. cof… Quérsedzer…
Falta a «Alvorada».
Às sete da matina vêm os foguetes. E os foguetes são feitos para se ouvir ao longe, não é? Muuuito ao longe! Ou seja, no meio deste silêncio da manhãzinha, quando mesmo que por acaso esteja acordada ainda me aconchego entre os lençóis pensando se me viro para o outro lado e aproveito mais meia-horinha desta paz, sou bombardeada com uma salva de foguetes durante 10 minutos que é para não haver dúvidas de que fico bem acordada. Vêm em grupos de cinco ou dez com pequenas pausas e terminam por uns 3 que parecem bombardas de canhão: PUM! PUM! PUM! E toda a terra abana…
Como sobremesa, não há cão a vários quilómetros daqui que não deseje ajudar à festa e, estimulado por estes sons, não fique a ladrar num coro canino com várias sonoridades conforme as suas raças, mas o mais alto que conseguem.
Oh, a paz do campo!……

8 comentários:

Anónimo disse...

Pois, cá está: o senão da bela.
Querias que fosse tudo bom...?!
:))
Alvorada às sete da manhã...
BOA!!

Anónimo disse...

É mesmo assim!
Por mim também acho graça e colaboro nas festas (então o desfile da banda é formidável!) mas a música do baile à noite e sobretudo o foguetame de manhã é detestável!

Anónimo disse...

:D
Boa descrição.
Mas olha, o resto do dia sempre se pode aproveitar. E afinal não és tu que acorda sempre cedo?
Então......

josé palmeiro disse...

Se sei o que é?
Só te digo que de Abril a Agosto, todos os dias e noites, passei por esse transe.
Comemorava-se nos Açores o "Espírito Santo", nunca tinha visto tal coisa, mas como foi muito continuado, fomo-nos habituando, a dizer impropérios, todos os dias.

Anónimo disse...

Pois a alegria campesina tem muito que se lhe diga...Há uns amigos meus com uma casa perto de Condeixa onde de vez em quando eu adorava ir dar uma de vida saudavel(embora o ensopado de cabrito e as piadas do Topi e do Hogan tivessem um papel decisivo na tal saúde)casa essa que fica res-vés à igreja.O sino era natural e assim já era chato qd.passou a mecanico nem lhes digo...Para completar a mulher francesa do meu amigo tomava cedo o pequeno almoço e incentivava o filho de forma bastante incisiva ,não se compadecendo nada com as noitadas do resto da maralha,"Antoine mange ta soupe porra!"Era assim como os foguetes, ó Emiele.AB

josé palmeiro disse...

AB, desculpa intrometer-me, mas fizeste-me lembrar, aqui no Algarve, em plena época balnear, uma frase muito típica e, infelizmente, muito usada:
"Jean Pierre, viens ici!, Jean Pierre, já disse, viens ici, ah!,filho dum c......

Anónimo disse...

Globalização,meu caro.AB

cereja disse...

AB : "Antoine mange ta soupe porra!" é inesquecível!!! E o "Jean Pierre, viens ici!, Jean Pierre, já disse, viens ici, ah!,filho dum c......" do Zé, são fenomenais! Logo, portanto, por conseguinte, o português é óptimo para palavrões...!
Quanto aos sinos apesar de tudo assuata menos que a porcaria dos foguetes e depois os pássaros a fugirem e os cães a ladrarem...