quarta-feira, outubro 17, 2007

Ascensão e queda de um concurso

Volta não volta falo aqui da TV e sobretudo da RTP. É natural, creio eu, é a televisão pública, da qual todos nós somos um pouco ‘patrões’ portanto quando as coisas correm bem ficamos satisfeitos e franzimos o sobrolho quando assim não é.
Ainda
ontem falei num programa que deve ser visto, pela amostra de ontem acredito que vai ser imparcial num tema tão delicado, e mostrar a guerra de África sob os seus diversos aspectos. Muito bem.
Hoje, pelo contrário, falo de uma coisa bem levezinha. Um programa muito simpático, que já vai na sua 3ª edição, um formato que como quase todos nos veio «de fora», mas que resultou bem entre nós. Chama-se «Operação Triunfo», e nas outras edições associava um tom de «big brother» discreto com um concurso relativamente exigente. Agarrava numa dúzia de rapazes e raparigas que mostravam ter um fio de voz decente e durante uns meses recebiam aulas específicas para treinarem as suas capacidades ficando no fim apurado um deles que ganhava um prémio… para além da fama.
O que eu apreciava mais nesse programa eram os tais ‘bastidores’, não como é evidente para saber da vida pessoal dos jovens, mas para ouvir um pedacinho das aulas e perceber como se treina a técnica de voz, a interpretação, a postura, etc. Era didáctico e muito interessante. Depois, em cada semana havia um «exame», os miúdos tinham de passar pela prova de fogo de subir a um palco com audiência e serem apreciados por um júri que chumbava uns tantos. Essa parte era triste, porque apesar de saberem que fazia parte das regras, eles eram muito jovens e o desgosto da saída era visível e comovedor.
Depois de uma grande pausa, esse concurso voltou. Mas estou um tanto desiludida. O aspecto comercial tem agora a parte de leão. É patrocinado por um Banco e nunca nos podemos esquecer disso. E, os tais resumos diários a que eu achava tanta graça e onde se podia ‘cheirar’ um nadinha da aprendizagem, quase desaparecerem. São uns míseros 5 minutos dos quais metade é a propaganda do sponser. O que fica das aulas é tão reduzido que nem dá para nada… Sniff…
O resultado é que para ver a propaganda ao Banco, então nem ligo para lá! Ficou o exame semanal, mas essa nem era a parte que mais apreciava.

Tenho pena.

10 comentários:

Anónimo disse...

Vou começar por cima que é como quem diz pelo último post escrito.
Olha, eu nem sempre segui o concurso. Alguém uma vez me chamou a atenção dizendo o mesmo que tu, que era interessante pela diferença, que 'mostrava' como cantar não é aquilo que se faz no duche. E vi alguns, nem todos, e não via de fio a pavio. Mas concordo inteiramente. Mostravam o interior da escola e isso era mesmo giro. Aliás nas tais «galas» também mostravam o que se passava quanto à aprendizagem dos alunos e era interessante.
Desta vez não tenho tido ocasião para ver nada. Vi um bocadinho de uma dessas galas e de facto não se apanhou nada da parte do ensinio, além da Silvia Alberto ser fraquinha para aquilo - está pouco à vontade e isso reflecte-se nos miúdos.

josé palmeiro disse...

Essa do banco, é para os concorrentes se sentarem!
Quanto ao resto, quando na Sic há as famílias super star, na Tvi os casamentos não sei de quê, a nossa, porque a pagamos, serve-nos o triunfo, num banco.

Anónimo disse...

Tiveste razão, apesar de inesperado, em ilustrar o post com os professores em vez dos alunos-concorrentes.
Este ano estou desapontada. E por acaso, mais do que o King, apoiei bastante o programa. Claro que os outros também tinham publicidade mas não tão às escâncaras como desta vez... Parece mesmo batota. Aliás os telefonemas para lá, com valor acrescentado, são uma mina!!!!
Tenho pena dos miúdos. Investem tanto naquilo...

Anónimo disse...

De qualquer modo, mesmo com os defeitos que mostra desta vez, não se compara com a concorrência! Quer a tal família super-star (já o nome é irritante) quer o dos casamentos!

Haja Deus!!!!

Anónimo disse...

Eu tenho a minha costela snob (deve ser isso) e vejo muito pouca a TV cá da terra seja ela pública ou privada...
Acabo por ver apenas aquilo a que me chamam a atenção e notícias vejo a SIC notícias.
Por isso este caso passou-me ao lado.
Mas pelo que dizem, é realmente pena que tenham tirado o melhor do concurso.

Anónimo disse...

Nunca vi e não tenho intenção de ver. o meu preconceito vai contra os programas que servem para fabricar estrelas mas no fundo apenas se servem do desejo tão moderno de fama vã.

Anónimo disse...

Cada vez que vejo estes programas fico siderada com a quantidade de apoios técnicos,voz,canto,postura etc,etc,e...com alguma inveja porque há muitos, muitos anos, num concurso que foi o pai ou mãe destes concursos todos e onde participei durante seis meses, seis,tudo era à custa do concorrente:ensaios,música,figurinos,texto etc,etc,e era em directo e com público, em palco,nada de repetições,enfim o inferno semanal só pelo gozo de fazer passar uma mensagem...o objectivo não era, para quem concorria, ser ou fazer vedetas(embora tivessem saído algumas)mas dizer o que parecia importante naquela época onde se tinha a ilusão de que os "poderes"ouviam...AB

Anónimo disse...

Ah!Esqueci-me de dizer que os prémios comparados com o que se pratica hoje eram a anedota total e para dividir por todos no caso de ter de se pedir apoio aos amigos músicos,encenadores etc.AB

Anónimo disse...

Creio que sei ao que a AB se refere.
Outras épocas, é claro.
Mas o caso deste concurso é realmente diferente, e o Pedro não tem tanta razão como pode parecer, porque o modelo é o contrário do «Chuva de Estrelas» e outros do tipo (como o tal Família Superstar da SIC) Neste caso, o que eu entendo, é que as aulas em si são como que parte do prémio. Não se estimula quem canta a imitar ninguém e até se lhes chama a atenção para os erros e vícios que têm.o que se pretende é passar a ideia de que cantar é uma profissão dura e que se aprende.
Por isso também tenho pena que o formato actual não valorize esse aspecto. Era isso que «fazia a diferença».

Anónimo disse...

Sim,sim Joaninha por isso falo de inveja.Porque isto das artes não é só talento.Sobretudo muito trabalho.E isso é importante que as pessoas percebam.AB