sexta-feira, outubro 12, 2007

As datas

É curioso como um assunto pode ser tão desinteressante mas poder complicar-se de um modo surpreendente.
Antigamente,
muuuito antigamente, :D as datas escreviam-se de uma forma muito clara
«Dia 12 de Outubro de 2007».
Impossível haver engano. Mas pensou-se que não era prático. Assim sendo, abreviou-se e o nome do mês trocou-se pelo seu algarismo correspondente: 12 do 10 de 2007, ou melhor 12/10/2007.
Mas este sistema ainda foi considerado comprido, portanto abreviou-se mais passando a 3 grupos de 2 algarismos: 12/10/07. Há até o cuidado, para a coisa ficar mesmo certinha, em juntar um zero à esquerda no caso de o dia ou mês só terem um algarismo – 03, 06 – assim fica mais arrumado.

Muito bem.
Mas alguns países, decerto com motivos fortes, começaram a alterar a ordem dos factores. Nem sempre era dia-mês-ano como na data antiga, poderia ser ano-mês-dia, ou mês-dia-ano, eu sei lá… Ora no século passado (que giro dizer isto…) estava tudo clarinho – sendo os dois últimos algarismos 87, ou 95, ou 72, tratava-se obviamente do ano pois nem os meses têm tantos dias, nem o ano tantos meses. Nada confuso. Viessem esses algarismos em qualquer posição, o ano identificava-se bem. E o dia, se fosse de 13 a 31, também lá chegávamos.
Mas com a mudança de século, e a contagem voltando ao princípio a coisa complica-se. Para além do 'dia dois de Fevereiro de dois mil e dois', onde as brincadeiras com a capicua foram muitas, é certo que em muitas situações surgem dúvidas.
E esta conversa toda é porque estive há pouco a decifrar a data de um prazo de validade numa lata e só me apeteceu atirá-la fóra!!! Para além dos números gravados estarem meio ferrugentos, sujos, semi-tapados com etiquetas, também me pareceu que a ordem não era
mês-ano e talvez fosse ano-mês.
E o ser 09/07 ou 07/09 faz toda a diferença! Ou ainda tem 2 anos de validade ou ela já acabou!!!


5 comentários:

Anónimo disse...

Emiéle, só posso dizer que te entendo muito bem!
Quantas e quantas vezes, ao preencher um impresso, solto uma palavra mais vicentina, e amarroto o papelucho, porque afinal naquele caso, o dia vinha antes do mês ou ao contrário...
Quanto aos prazos de validade, em produtos como o leite ou iogurte onde o prazo é curto, a data costuma ser visível e clara, mas realmente noutras embalagens, latas ou frascos é muitas vezes bem difícil dar com elas e decifrá-las.

josé palmeiro disse...

Bom dia Joaninha!
Hoje andamos por aqui, ao mesmo tempo, ou melhor, tu chegaste primeiro.
Pegando no tema do escrito, posso dizer, sem me enganar, que hesitações e trocas dessas já todos tivemos. As tentativas de uniformização, aborrecem-me, porque não são autênticas. Diz a Joaninha que já tem amarrotado as suas escritas vicentinas, quão doloroso não terá sido para ela, só para ficar bem, dentro daqueles quadradinhos, dos impressos que temos que preencher.
Falas também nos zeros que se apõem antes do outro cardinal, quando é só um, pois eu lembro-me que, quando no serviço militar, esse zero era cortado obliquamente, para reforçar ainda mais o seu não valor. Fi-lo tantas vezes que ainda hoje o faço.

Anónimo disse...

Pois há dias em que nas latas, nos jornais, nos calendários de rua, devia faralhar mesmo tudo...Se calhar nessa baralhada de números,horas,minutos e segundos tudo a inverter a marcha,as pessoas fossem obrigadas a interrogar-se e provavelmente a deitar fora os envolucros todos em que anda enlatada a nssa vida...Não é um bom dia hoje tb.,não!AB

Anónimo disse...

Ontem não pude passar por cá e hoje acho que já não vou «lá abaixo» dizer nada.
É uma confusão, sim senhor. E não tem a ver com virmos do século passado.... :)))
O comentário da AB lembra uma outra fonte de confusão. A moda dos calendários ao contrário. Na minha ideia a moda começou com a Expo. Grandes calendários digitais espalhados pela cidade (talvez pelo país) a declararem que faltavam 400 dias... 321... 100... 30 dias... tá tá tá tá um dia e 3 horas... 5 horas... e finalmente chegava-se ao acontecimento.
Agora vê-se isso por todo o lado. muitas vezes nem eu sei que raio de acontecimento vem por aí que mereça contagem decrescente... mas baralha-nos um pouco.
Depois, como dizes, os dois dígitos também confundem sobretudo quando mudam de posição.
O caso que contas, é mesmo de deitar a lata fora. Na dúvida... Contudo a Defesa do Consumidor devia ter uma palavra sobre isso - os rótulos e as informações importantes devem ser bem claros e estar numa posição visível.

Anónimo disse...

A gente habitua-se é claro, mas evidentemente que não há como a clareza da data «bem escrita» - entenda-se, 'por extenso'!
E já me tem acontecido isso tal e qual, se aparece apenas o mês e o ano, já não saber o que é o quê....