Gosto amargo
Ando há uns dias com um gosto amargo na boca e a dormir mal. Sei porque é. Infelizmente não é a primeira vez - antes fosse porque podia pensar que era um caso único. Mas já me aconteceu anteriormente, só que nunca me habituo nem posso nem quero habituar.
Fico sempre a «bater mal» quando alguém que conheço há muitos e muitos anos, e sobre quem tinha uma opinião positiva - ou razoavelmente positiva - me mostra o seu ‘lado sombrio’ e revela sentimentos de um nível de mesquinhez que eu nunca lhe teria atribuído.
O caso em si nem interessa. Digamos que um velho amigo me veio falar a respeito de um outro amigo comum, com umas insinuações de tal modo estúpidas e maldosas que confesso nem o ter entendido bem de início. A primeira resposta que lhe dei, respondia a sério a uma frase que afinal pretendia ser sarcástica. Pela continuação do sarcasmo vi onde queria chegar e fiquei estarrecida. Tentei responder-lhe argumentando mas ouvi a ironia «és muito ingénua!» o que ainda mais me irritou. Como, perante os meus argumentos, do outro lado encontrava uma parede de betão, firme e rígida, com um ponto de vista perverso, decidi acabar com aquilo e dizer do modo mais firme que consegui: «Vamos mudar de conversa!» e num mais alto «Já viste o filme ***? O que achaste?»
Realmente mudámos de conversa que aliás acabou quase logo. Mas fiquei triste. Decepcionada. Amarga. Desiludida. A verdade é que eu estava dentro do assunto até muito mais do que ele, sabia aquilo que ele não sabia e que nem quis ouvir. A sentença (insinuada) tão crua e feroz sobre pessoas que ele conhecia toda a vida só me deixou a pensar que, se calhar, se o caso se tivesse passado com ele teria agido como imagina que os outros agiram. Costuma dizer-se que «bom julgador por si se julga»…
O caso em si nem interessa. Digamos que um velho amigo me veio falar a respeito de um outro amigo comum, com umas insinuações de tal modo estúpidas e maldosas que confesso nem o ter entendido bem de início. A primeira resposta que lhe dei, respondia a sério a uma frase que afinal pretendia ser sarcástica. Pela continuação do sarcasmo vi onde queria chegar e fiquei estarrecida. Tentei responder-lhe argumentando mas ouvi a ironia «és muito ingénua!» o que ainda mais me irritou. Como, perante os meus argumentos, do outro lado encontrava uma parede de betão, firme e rígida, com um ponto de vista perverso, decidi acabar com aquilo e dizer do modo mais firme que consegui: «Vamos mudar de conversa!» e num mais alto «Já viste o filme ***? O que achaste?»
Realmente mudámos de conversa que aliás acabou quase logo. Mas fiquei triste. Decepcionada. Amarga. Desiludida. A verdade é que eu estava dentro do assunto até muito mais do que ele, sabia aquilo que ele não sabia e que nem quis ouvir. A sentença (insinuada) tão crua e feroz sobre pessoas que ele conhecia toda a vida só me deixou a pensar que, se calhar, se o caso se tivesse passado com ele teria agido como imagina que os outros agiram. Costuma dizer-se que «bom julgador por si se julga»…
Pois é. Fiquei com um sabor amargo que ainda não passou.

e podem clicar para ver a poluição invadir todo o monitor...
11 comentários:
Tens razão, a imagem do fumo da chaminé a conspurcar tudo, é uma metáfora visual que resume o teu escrito todo.
Entende-se agora porque hoje «não estás nos teus dias».
É chato, sim.
Quem não teve experiências dessas?...
Larga isso!Não merece, mas sobretudo não merece sequer que perguntes pela actualidade cinematográfica.Assim como assim já se percebeu que por ali o filme é sempre outro....AB
Querida AB! Eu sei que tens razão, mas fiquei com um nó aqui na garganta que não vai para baixo. Conheço-o há tantos, tantos anos e tinha uma ideia dele mais generoso, mais 'puro', sei lá... São coisas.
Mary, realmente não estou nos meus dias. Acontece.
Identifiquei-me tanto com este escrito. tem-me acontecido vezes sem conta, desiludir-me com pessoas de quem fazia uma ideia bem diferente e se revelam... iguais a todas no mau sentido.
(*suspiro)
Sei bem o que é isso...
Às vezes apetece sacudir os gajos, para lhes tirar o sorrizinho trocista daquela cara!!!
A foto se formos à origem ainda fica maior e é impressionante! bela foto!
E belo post, é claro.
este tipo de post-desabafo, que usas pouco, cai muito bem :)
(passo por cá quase todos os dias, por isso te conheço, apesar de nunca escrever nada...)
JSL
Ó caríssimo 'anónimo JSL' olha que é uma ilusão de óptica...
Lá na origem é tal e qual do tamanho que fica aqui se clicares em cima! :)
Quanto ao tema... enfim.... cof...cof...só me admira encontrares tão pouco desses especímens que tiram conclusões (sempre más) sem conhecer os dados e depois marram nisso sem querer ouvir mais nada.
Já ontem tinha dito cá para comigo: A Emiéle, não está bem!
Hoje, os posts matinais não me enganaram e agora chego para ver o que por aqui havia e deparo-me com a razão de tudo.
Dói, dói mesmo muito, acontecerem estas coisas, mas, infelizmente, não tão raro como seria de desejar.
Resta-me, dar-te a força possível, para que esqueças e deites, pela borda fora, as mágoas que te consomem.
Olá amigos!
Isto vai pasar, aliás já passou posso dizer. Mas não resisti a este desabafo, apesar de ter a certeza de que a pessoa em questão não passa por aqui e não vai enfiar a carapuça...
Obrigada pela solidariedade. :)
De facto, quem ainda não passou por uma desilusão idêntica? Mas é nestes momentos que temos também a oportunidade de conhecer melhor as pessoas, dói, lá isso dói, mas é um princípio para que da próxima vez essa pessoa não nos afecte tanto pela negativa, já que já esperamos algum posicionamento mais mesquinho, mais senso comum. Estes episódios fazem parte do nosso processo de aprendizagem da vida e deixam-nos mais fortes e mais lúcidos, é o aspecto positivo da coisa.
Força aí Emiele!
'Brigada, Leonidas.
Reconheço que afinal o escrever o post fez-me bem. Como que 'purgou' a amargura que sentia. E se calhar também já andava mais frágil por outras coisas, sei lá...
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