Pronúncia e sotaque
Conheci algumas crianças que adoravam uma brincadeira onde eram exímias: diziam uma série de sons ou palavras inventadas, mas com uma determinada entoação, tão bem concebida que quem os ouvisse ao longe acreditavam que estavam a falar alemão, ou italiano, ou francês, ou inglês… Não era nada, que não conheciam nenhuma dessas línguas mas sabiam imitar na perfeição a modulação dos seus sotaques.
No domingo ouvi parte da entrevista do Mourinho.
(entre parêntesis deixem-me dizer que não é nada mau ouvir um português que não é ‘coitadinho’, que é orgulhoso mas tem razão para o ser)
Fiquei a pensar. O seu inglês era fluente, o vocabulário variado, a construção gramatical certa. As palavras estavam bem pronunciadas. Então porque nos ficava no ouvido a certeza de que era um português a falar? Porque não reproduzia a melodia da língua, faltava-lhe um sotaque característico.
Quero eu dizer, um sotaque característico de uma qualquer região britânica; porque sotaque ele tinha – português.
No domingo ouvi parte da entrevista do Mourinho.
(entre parêntesis deixem-me dizer que não é nada mau ouvir um português que não é ‘coitadinho’, que é orgulhoso mas tem razão para o ser)
Fiquei a pensar. O seu inglês era fluente, o vocabulário variado, a construção gramatical certa. As palavras estavam bem pronunciadas. Então porque nos ficava no ouvido a certeza de que era um português a falar? Porque não reproduzia a melodia da língua, faltava-lhe um sotaque característico.
Quero eu dizer, um sotaque característico de uma qualquer região britânica; porque sotaque ele tinha – português.
5 comentários:
É engraçado que também senti alguma coisa mas não identifiquei o que era.
Tal como tu, vi que o seu inglês era fluente, que estava à vontade, tinha vocabulário, mas alguma coisa chocava.
era isso! O 'cantar' próprio de cada língua.
Estou em concordância total com o que escreves e ao contrário da Joaninha, não me senti chocado, antes orgulhoso do seu sotaque, algo que o identificava com as suas origens, apesar do seu inglês, ser irrepreensível.
:) Olá Palmeiro!
Vamos então corrigir: não é 'chocar' no sentido de 'escandalizar' é no sentido de 'chamar a atenção'. Como quando se faz um puzle e uma peça não encaixa...
E, pelos vistos, com a Emiéle já somos 3 a ter notado.
Não escrevo aqui «há séculos» mas hoje decidi voltar...
Como sabes Emiéle eu sou teu seguidor deste o Afixe. Comecei por escrever com outro nome que depois mudei para Zorro devido a umas confusões com outro tipo que assinava como eu.
Parece que não, mas continuo a passar pelo Pópulo, o da weblog e este, quase todos os dias, perdi um pouco foi a pica de comentar. Isto é por fases, não é?
Mas este post fez-me abrir o apetite.
Primeiro o «caso Mourinho». Gostei que tivesses dito não é nada mau ouvir um português que não é ‘coitadinho’, que é orgulhoso mas tem razão para o ser. Uff... É que por onde ando só se fala no dinheiro do tipo, no que ele ganha, ganhou ou ganhará, que é arrogante e mais isto e mais aquilo. OK, OK, é tudo isso e depois?... Fez um bom trabalho, é competente naquilo que faz, e sabe 'vender-se bem'. Ainda bem!!! Chega de coitadinhos!
Quanto ao sotaque tem realmente graça, e é a prova de que são coisas distintas. Aliás estamos fartos de ouvir personagens em filmes ou séries que falam «americano» com sotaque italiano, ou sul-americano, não é? Muitas vezes são cidadãos que até nasceram na América mas mantêm o sotaque da sua família. É giro.
Olá Zorro!!! Havia uns visitantes habituais a quem comecei a marcar falta, e tu foste desses. Até pensei que te tinhas zangado em definitivo, mas já vi que esta coisa é por ondas. aqui o King também esteve muito tempo sem escrever e agora tornou-se um «irredutível populense».
Realmente quanto ao Mourinho, ele 'cultiva' aquele estilo, e é curioso que quando estava em Portugal irritava-me mais do que lá fóra. Talvez exactamente por achar que sempre é bom que alguém não mostre a faceta de 'coitadinho' aos olhos lá da estranja.
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