quarta-feira, setembro 26, 2007

Os «resistentes»

No Expresso do último sábado, vinha uma reportagem muito sugestiva sobre «grandes marcas» portuguesas que têm resistido à passagem dos anos. O levantamento creio que quase exaustivo, ia desde nomes, que nasceram há mais de cem anos, a outros que têm apenas, «só» umas dezenas de anos.
No primeiro caso estava por exemplo a «Água das Pedras», nascida em 1871 – que agora anda aí numa campanha de rejuvenescimento – ou a «Vista Alegre» nascida em 1827 renascida em 1947.
Depois, muito mais novinhos, ainda aí andam o «Restaurador Olex» ou o «Atum Bom Petisco», nascidos juntamente com a década de 60. Pelo meio, dá para recordar a «Pasta Medicinal Couto» (que agora não pode ser ‘medicinal’), 1932, os «Chocolates Regina», 1927, os lápis Viarco, 1931, os rebuçados do Dr. Bayard, 1949 e os Jogos Majora, 1939. Temos o Sumol que vem de 1954, e as Pastilhas Gorila, quase contemporâneas, 1968!
O interessante é são marcas que no meio da invasão dos produtos do mercado actual, têm resistido e não é apenas por saudosismo, é porque têm qualidade.









A destoar, e é com um apertozinho no coração que falo do fim da «Loja das Meias» que existe desde 1899. Era um símbolo do comércio de qualidade na Baixa. Onde as pessoas de bom gosto e bom dinheiro se forneciam. Claro que nessa classe havia sempre quem optasse por se vestir na Itália ou em Paris, mas o certo é que na Loja das Meias se encontrava boa qualidade. Houve um período onde também fizerem saldos (que eu saiba, ao início não ‘desciam’ a isso) e a fila para esses saldos quase dava a volta ao Rossio.
Aos anos!

12 comentários:

Anónimo disse...

Fica a do Castil e a das Amoreiras,mas aquela era de facto emblemática(lembro-me bem do gozo que me dava exactamente nos saldos ver as damas que ,enfim ,tinham uma postura"Loja das Meias" a esgadanhar-se dentro das montras duas e três a agarrar a mesma peça-que ainda por cima não podiam provar-).Espero é que com o fecho, e o "despejo"do Grémio Lisbonense, mesmo ao lado, não venha para aí algum projecto imobiliário marado que acabe já agora com o Arco do BAndeira....AB

cereja disse...

Mas é disso que me queixo, AB. Ficam as «Lojas das Meias» dos Centros Comerciais.. E voltamos ao mesmo, a hipervalorização dos Centros Comerciais! Grrrrr!!! Aquela, a original, era uma loja com o seu carisma que me custa ver desaparecer. E nem quero imaginar a hipótese que levantas!

Anónimo disse...

Engraçado como o restaurador Olex, que era tão gozado, hoje até pode ser visto como «politicamente incorrecto» :D E afinal o que mais se vê são os pretos de carapinha loira, e os brancos com penteado 'afro'!!!! Como os tempos mudam!
Também li esse artigo, e fez-me sorrir.

A Loja das Meias era um emblema do Comércio da Baixa. Não a frequentava que não tinha dinheiro, e não tinha paciência para esses saldos, mas também me faz pena que se vá...

josé palmeiro disse...

Era mais um emblema de Lisboa e principalmente do Rossio, como foram o, Café Gêlo, o Chave D'Ouro, os Irmãos Unidos, e mais, e mais. Dá-me pena pois então.
Quanto à resistência de marcas / produtos, que referes, só mesmo, pela qualidade ímpar e pela persistência dos seus fabricantes e clientes, foi possível chegarem até hoje. Mas há mais, os produtos Ahc Brito e da prefumaria Confiança, são duas marcas, que para além de resistirem, constituem hoje, um nicho de mercado bem importante, no panorama nacional.

Anónimo disse...

:)
Desde que li o post que fiquei a sorrir. Realmente o reviver faz tão bem!!! Não li o Expresso esta semana, e isso passou-me.
Não tinha ideia que a Sumol viesse de tão atrás!

Anónimo disse...

Pois é! «Um artista português»!!! Havia na altura melhores dentes? Não creio. A ida ao dentista sempre foi um problema, aquilo era o efeito da Pasta Medicinal Couto.
:))

Anónimo disse...

Olha !?! Encontrar-me de novo nestas caixas de comentários com o Zorro, com quem 'convivia' deste o tempo do Afixe!
Nesses tempos mais longínquos, os anúncios eram cantados porque era para serem ouvidos na rádio (não havia TV!) e o certo é que ficavam no ouvido.
Estou agora a lembrar-me de algumas.

josé palmeiro disse...

Isto é para o King.
"Candeieros bem bonitos,
modernos originais.
Compre na Rádio Vitória,
não se preocupe, mais.

Lá na rua da Vitoria,
46 / 48
Satisfaz-se plenamente
o cliente mais afoito."

Nota: Só falta a música, mas posso gravar.
Um abraço.

Anónimo disse...

Há uma loja na R.Anchieta que tem em embalagens originais imensos produtos da Ach.Brito e outros.È bem curiosa,,,AB

Anónimo disse...

Então,King e o "Oliva,Oliva linda feiticeira /padroeira de Alta Costura/Do Algarve ao Minho/lá´por onde passa/Faz mil graças de formusura.?(aos berros nos altifalantes da Feira Popular,enquanto vertiginosamente o carrinho do "water-shut"batia na água.)..AB

cereja disse...

Tenho para aí, em qualquer sítio, alguns desses anúncios musicados.
Se os encontrar escrevo um novo post.
:)

Diana disse...

José Palmeiro, consegues por no youtube o anúncio da Rádio Vitória?