terça-feira, julho 24, 2007

Os apoios à primeira infância

Interessantes alguns factos: Um deles, que muitas pessoas não se lembram ou não sabem, que eu tenho repetido aqui vezes sem conto e ontem se disse pela voz do governo:
"Cerca de 90% da rede de creches são instituições particulares do solidariedade social” ou seja o apoio à primeira infância é, na quase totalidade, privado! Mas ‘privados’ de luxo porque, ainda segundo as informações que o mesmo senhor produziu, o Estado oferece-lhes 221 euros mensais por cada criança. É um negócio garantido.
Contudo se é certo que as creches devem ter um horário flexível de modo a apoiar as famílias que trabalham, já me assustou a ideia do modelo de que o senhor ministro tanto gostou dizendo: "Visitei uma creche que estava aberta das sete da manhã até as dez noite e estava cheia".
Nós sabemos que as famílias têm muito pouco tempo para estar com os filhos, mas alguém que vá buscar um filho às 10 da noite para o entregar às 7 da manhã leva-o para ir dormir a casa?... Aliás sendo criança pequenina, leva-a já a dormir e trá-la ainda a dormir.
Quando é que está com os pais?... Não teriam de ser as leis do trabalho mais flexíveis? Criarem-se creches nas empresas?

8 comentários:

josé palmeiro disse...

Já não dou mais para esse peditório. Tudo já foi dito e repetido, vezes sem conta.
Armazéns de crianças, é isso que o ministro quer?
As instituições que referes, agradeçem!
O resto, o importante, esse, deita-se ao lixo!

Anónimo disse...

Sempre é bom ver-se confirmado o que se anda a gritar há tanto tempo!!!
90% de privados.
A gente sabia, mas....

Anónimo disse...

Falta ainda qualquer coisa.
O que ele disse é que 90% são IPSS. Ainda há por aí uns 9% de privados completamente lucrativos (os outros também são, mas enfim...) ou seja à conta do Estado estará, se estiver, 1% da resposta social.
Bonito.

Farpas disse...

Eu não tenho bem a certeza se isso será muito mau... a minha opinião à cerca de instituições do estado tem vindo a mudar desde que estou a trabalhar onde estou... eu vejo coisas que não lembram a ninguém, uma pessoa pensa que a instituição X por ser do estado tem as coisinhas todas em ordem e depois damos conta que não... desde extintores com o prazo ultrapassado há 4 anos, escolas que não têm qualquer controlo alimentar enquanto a ASAE anda por aí a fechar restaurantes atrás de restaurantes!! Se a ASAE pertence ao estado então nada melhor que começar de dentro para fora, deviam ir também às instituições da sua "casa" não para passar multas mas sim para pôr as coisas em ordem!

Mas o preocupante em toda essa história que contas é mesmo o distanciamento dos pais em relação aos filhos... é triste! Pobres "órfãos"... tanto uns como os outros

Anónimo disse...

Farpas, se é certo que o Estado é o primeiro a não cumprir aquilo que regulamenta, o que é inaceitável, o certo é que também não tem mão nessas instituições pseudo-sociais que financia.
Eu conheço mais ou menos bem o meio, e o certo é que nesse sector se o Estado é fraquinho, as IPSS são bem piores para além de serem subsidiadas pelo Estado = todos nós.
Olha, mal por mal, ainda as Creches Privadas. São caríssimas mas aí ainda funciona a fiscalização, até porque os pais se não gostam queixam-se ou mandam a inspecção.

Anónimo disse...

Pois aí está um belo campo para flexibilizar as leis do trabalho, sem ser despedir.

cereja disse...

Não sei, FJ, já no sistema actual, estando o infantário aberto das 8 às 6/7, é sempre necessário dois turnos, nas 'pontas' do dia há menos educadoras e a meio juntam-se todas, pela hora do almoço quando se tem de dar de comer à muitas vezes àquele maralhal todo, muitas vezes um a um.
Mais flexível?

menina-m disse...

o que o fj deve ter querido dizer é flexibilizar para os pais, não para as educadoras.
de facto, se os pais pudessem trabalhar mais "às pinguinhas", ou mesmo levar mais trabalho para casa - o tele-trabalho ainda é uma ficção ridícula quando comparado com o actual avanço tecnológico... - talvez então as coisas fossem mais flexíveis. e melhores.