A escalada
Primeiro, foi o caso do professor destacado na DREN que viu o seu destacamento terminado por ter proferido palavras insultuosas ao Primeiro-ministro. É uma história que deixa um sabor amargo, implica ‘queixinhas’ de quem ouviu, parece que uma pessoa volta a ser culpada de delito de opinião, contudo a dimensão é relativamente pequena – uma directora de um serviço para onde estava requisitada uma pessoa que considera não querer trabalhar mais com essa pessoa.
Triste e desagradável mas… regional.
Agora, uma directora de um Centro de Saúde é demitida, «por não ter tomado medidas relativas à afixação, nas instalações daquele Centro de Saúde, de um cartaz que utilizava declarações do Ministro da Saúde em termos jocosos, procurando atingi-lo»
A diferença entre estes casos é a sua dimensão.
Enquanto no primeiro tudo se passa dentro de um Serviço, um conflito entre uma directora e um seu subordinado, aqui toma um nível nacional porque é uma decisão de um ministro.
O que se sabe é que o senhor ministro em tempos declarou que
«jamais iria a um SAP (Serviço de Atendimento Permanente». Alguém recortou essa declaração colou-a a um papel e acrescentou «Faça como ele» afixando-a exactamente num SAP. Imagina-se que o ministro quando proferiu essa frase também estaria a brincar, só podia ser. Mas, ele pode brincar, os outros é que não, é claro. E perante esse facto, a directora que se limitou a mandar retirar o cartaz mas não puniu quem o inventou… é exonerada!
É uma escalada na gravidade das situações.
Nem quero pensar no que será o degrau seguinte, que me lembraria tempos que não quero recordar.
Triste e desagradável mas… regional.
Agora, uma directora de um Centro de Saúde é demitida, «por não ter tomado medidas relativas à afixação, nas instalações daquele Centro de Saúde, de um cartaz que utilizava declarações do Ministro da Saúde em termos jocosos, procurando atingi-lo»
A diferença entre estes casos é a sua dimensão.
Enquanto no primeiro tudo se passa dentro de um Serviço, um conflito entre uma directora e um seu subordinado, aqui toma um nível nacional porque é uma decisão de um ministro.
O que se sabe é que o senhor ministro em tempos declarou que
«jamais iria a um SAP (Serviço de Atendimento Permanente». Alguém recortou essa declaração colou-a a um papel e acrescentou «Faça como ele» afixando-a exactamente num SAP. Imagina-se que o ministro quando proferiu essa frase também estaria a brincar, só podia ser. Mas, ele pode brincar, os outros é que não, é claro. E perante esse facto, a directora que se limitou a mandar retirar o cartaz mas não puniu quem o inventou… é exonerada!
É uma escalada na gravidade das situações.
Nem quero pensar no que será o degrau seguinte, que me lembraria tempos que não quero recordar.
12 comentários:
Até parece que estamos no regime de Salazar/Caetano, Ministros assim, só nesse regime, é a vergonha total!
Não digas nada Emiéle, que isto já me arrepia. Como dizes tu e o Zé, só nos lembra outros tempos que pensei nunca mais voltar a ver.
Mas será que estes tipos pensam que estas coisas não se sabem?...
O grave é, como dizes, parecer uma escalada, cada acto mais grave do que o anterior!!!!
Deitaram completamente as garras de fora, perderam a vergonha mas a mim não me desiludiram,só a avaliar pelas pessoas do meu circulo de colegas e tenho pena de falar assim
O Sócrates está a preparar-se para ser "O Grande Português do século XXI"...
faz-me um pouco de impressão toda esta situação, sinceramente não sei muito bem o que pensar de todas estas situações que pelos vistos não acontecem só agora mas que estão a ser cada vez mais evidentes e divulgadas...
Dizer que «é chocante» é pouco.
Eu aceito que se tenham de fazer políticas pouco populares. OK. Há muito que se vem dizendo que se devem arrancar certos vícios pela raiz, e alguém o devia fazer. Só que o que se tem visto envergonha-nos. Por um lado as ditas medidas são 'impopulares' só para uns. As pessoas tem de se reformar mais tarde, mas vemos reformas milionárias a senhores que ainda por cima continuam no activo a trabalhar noutras áreas. Há gente que vai para os excedentes, e uma multidão em trabalho temporários, mas vemos os familiares e amigos a receberem funções importantes com os respectivos vencimentos igualmente importantes. E agora a cereja no bolo: já nem se pode criticar o governo???????
Mas o que é que querem provar? que podem ser tão maus como os seus antecessores?
Oiço e não quero acreditar.
Há ministros que perdem o pudor de dizer e fazer em público aquilo de que deveriam ter vergonha de pensar em privado.
Ainda por cima, tudo isto é tão pequenino, tão mesquinho. Como é que um Ministro, que deve ter tanta, tanta, tanta coisa a decidir, a estudar, a planear, chefiando um Ministério daquele tamanho e importância, vai perder tempo com uma história destas, passada num pequeno Centro de Saúde minhoto, com uma gracinha sem grande importância.
Imagino que se fosse saber tudo o que se passa em TODOS os Hospitais e TODOS os Centros de Saúde da nossa terra, passava-se completamente da cabeça.
É caso para perguntar se não tem mais nada que fazer...?!
Talvez seja por aquilo que acabas de dizer que em vez de Campos lhe chamam"campinhos"...E a gente a pensar que era carinhoso...AB
Oh mulher, isso era im illo tempore, quando ele andava no liceu e faculdade e era realmente um puto e com cara de bebé...
Não é já o caso...
Agora, pelos vistos incomoda-se com coisas destas. Miudinho, é isso...
E quanto mais fala mais se enterra.
As explicações que deu podem ser desmentidas, se como agora se diz esse famoso e terrível cartaz (que nem sei porque é que dizem 'político', a não ser que estejamos a falar de 'política de saúde'!) esteve em exposição apenas um dia - entre a noite de uma quinta e a manhã de sábado... Se a senhora quando ouviu que havia uma reclamação o mandou tirar, até podemos imaginar que até então não o tivesse visto. O que é que os outros queriam, o tal processo disciplinar ao médico??? Segundo ela, fez-lhe uma repreensão, o que está de acordo com o terrível delito...
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