Uma tristeza
Mesmo que se «saiba» nunca se sabe bem.
De vez em quando vão chegando algumas notícias mais amargas sobre o que se passa naquela terra de quem se esperava tanto, Angola.
Esperança injustificada, cada vez mais.
Ou seja, está lá tudo, extensão de terra, riquezas, bastante população, um clima bom (se o compararmos com as regiões do extremo norte onde o gelo paralisa a actividade parte do ano) Tem ‘tudo’ mas falta o principal, uma chefia decente, cabeças bem esclarecidas, gente decente e honesta a segurar as rédeas da condução daquele país,
Que tristeza.
Sabemos agora, pelas palavras de ONGs, ou seja não são ‘calúnias partidárias’, que entre 2002 e 2006 recorreu-se à força para despejarem milhares de angolanos (20 a 30 mil pessoas ) dos vários bairros periféricos da capital com o objectivo de ceder os respectivos terrenos à construção civil
Pessoas que «de um momento para o outro, perderam casas, bens pessoais e nunca foram indemnizados». De pobres passaram a miseráveis.
Pelo que aqui se diz e vem de encontro ao que sei, «a propriedade ou da posse das terras, em Angola, passa à semelhança do que sucede noutros Estados africanos, de geração em geração, sem que este movimento se traduza em qualquer titulo formal». Normal, não havia papeis, não havia documentos. Leva tempo a assimilar-se outros usos. E, de repente tudo é diferente, e milhares de pessoas são ‘varridas’ para beneficiar empresas imobiliárias.
Não foi isto que eu tinha sonhado há umas décadas.
De vez em quando vão chegando algumas notícias mais amargas sobre o que se passa naquela terra de quem se esperava tanto, Angola.
Esperança injustificada, cada vez mais.
Ou seja, está lá tudo, extensão de terra, riquezas, bastante população, um clima bom (se o compararmos com as regiões do extremo norte onde o gelo paralisa a actividade parte do ano) Tem ‘tudo’ mas falta o principal, uma chefia decente, cabeças bem esclarecidas, gente decente e honesta a segurar as rédeas da condução daquele país,
Que tristeza.
Sabemos agora, pelas palavras de ONGs, ou seja não são ‘calúnias partidárias’, que entre 2002 e 2006 recorreu-se à força para despejarem milhares de angolanos (20 a 30 mil pessoas ) dos vários bairros periféricos da capital com o objectivo de ceder os respectivos terrenos à construção civil
Pessoas que «de um momento para o outro, perderam casas, bens pessoais e nunca foram indemnizados». De pobres passaram a miseráveis.
Pelo que aqui se diz e vem de encontro ao que sei, «a propriedade ou da posse das terras, em Angola, passa à semelhança do que sucede noutros Estados africanos, de geração em geração, sem que este movimento se traduza em qualquer titulo formal». Normal, não havia papeis, não havia documentos. Leva tempo a assimilar-se outros usos. E, de repente tudo é diferente, e milhares de pessoas são ‘varridas’ para beneficiar empresas imobiliárias.
Não foi isto que eu tinha sonhado há umas décadas.
6 comentários:
Realmente, como dizes, das nossas colónias a mais rica. E paece agora a que pior anda e a mais corrupta.
Que dó!
O que melhor se aprende é o mal!
Isto lembra-me outros tempos em que a potência colonizadora, procurava as melhores terras, arroteava-as, construía uma casa e transformava-as em propriedades agrícolas, chamadas "colonatos", que distribuia aos "colonos", que, por sua vez ficavam com as terras e com a mão de obra, constituída por aqueles que sempre lá tinham vivido e agricultado com as deficiencias conhecidas, mas, de qualquer forma, poleos seus processos e sem qualquer ajuda. Era assim, e apartir daí, já havia donos das terras. Processos semelhantes, sem dúvidas. Só aprenderam o MAL!
É horrível e como vocês dizem até parece que a riqueza trouxe a má sorte. Se calhar se não tivesse os diamantes e essas coisas era capaz de a deixarem organizar-se melhor. Contudo teve pouca sorte com os dirigentes que lhe têm calhado! Pelo que sabemos o José Eduardo dos Santos é mesmo corrupto, modelo ditaduras da América do Sul...
Bom Emiéle, cada qual acredita no que quiser. São muitas as ONGs das quais não gosto, pelo que vi ao longo destes anos de África e pelas aldrabices que vão injectando na comunicação social (mundial?).
Essa da propriedade passar de geração em geração no que se refere aos casos de desalojamento na cidade de Luanda é de uma pessoa se atirar para o chão a rir, não fosse o assunto sério por se tratar de pessoas sem recursos.
Foram inúmeras e diversas as acções de desalojamento na cidade de Luanda, sim. Por diversos motivos: a ocupação de terras de forma anárquica e indiscriminada nos anos 80 e 90 (e mesmo já neste século) sem qualquer processo de aquisição na Administração Municipal é passar de geração em geração?! O aproveitamento da desorganização do Estado não é passível de punição quando o legítimo proprietário reclama o que é seu?!
Mas mais. A atestar a má-fé dessas ONGs, o governo procedeu ao desalojamento de largos milhares de habitantes de zonas "não padronizadas" de Luanda, como a Boavista, por exemplo, dando-lhes casas com condições, em bairros estruturados. Sabes o que é que as pessoas fizeram, muitas delas? Alugaram ou venderam as casas que o Estado lhes tinha dado e voltaram para o sítio onde estavam. Para ver se lhes davam outra...enfim.
A cidade e o país tem que voltar à normalidade. É esse o esforço que está em curso. As pessoas têm que perceber que, e os luandenses não são nada burros, os tempos da anarquia acabaram. Para todos. Seja quem for. Pobre ou rico. Basta ler os jornais por cá. De uma família humilde que recebeu ordem de despejo e arranjou um advogado que os defendeu e ganhou a causa. De gente rica e poderosa (generais) que pelo facto de o serem pensavam que era só chegar e era deles. Algumas coisas estão a mudar, para melhor.
Quanto às ONGs não serem "partidárias", tu acreditas mesmo nisso?! Tal como a igreja, são tudo menos independentes...
Há 2 dias, vi na TV um documentário sobre os portugueses que emigram para Angola. Encontram emprego, integram-se e nem sonham voltar para Portugal.
Comecei a pensar que há tantas coisas que não sabemos. Que não é tudo tão mau em Angola. Que afinal a vida decorre com normalidade.
Talvez a normalidade, lá como cá, seja feita de constrastes e de sobrevivências.
É curioso que eu quando liguei a agora a net, li primeiro os comentários no meu correio e encontrei só o da Nise. Pensei na resposta enquanto vinha abrir o blog e a minha ideia era 'encaminhá-la' para o Miguel. Quando abri aqui os comentários do post vi que afinal ele já tinha passado por cá e até antes dela.
OK. Retiro algumas das coisas que disse e que pensei. Por mim tinha a convicção de que os portugueses que imigravam para lá, conseguiam organizar-se e viver bem mesmo que a terra estivesse desorganizada, mas acreditei nas informações das ONGs que acreditava mais isentas do que o Miguel diz. Contudo, ele é que está no terreno e com certeza sabe mais do que eu. Não me custa nada dar a mão à palmatória, e neste caso até o faço com gosto.
Retiro algumas das minhas conclusões uma vez que se baseavam em factos falsos.
Enviar um comentário