sábado, maio 12, 2007

O desequilíbrio


Portugal é um país pequeno. Ou pelo menos não é grande. Ora exactamente por ser assim, de «bom tamanho», é que se torna mais difícil de entender como é que é tão difícil de ‘arrumar’. Na Europa, onde encontramos vários países pequenos – Bélgica, Dinamarca, Holanda, Suiça, por exemplo – todos esses nos parecem melhor geridos e equilibrados do que o nosso.
Que as cidades concentrem mais pessoas é natural evidente, por isso é que são cidades e, se existem duas ou três grandes cidades, compreende-se que essas zonas do país tenham mais gente e mais riqueza.
Agora que
«apenas 6% do território nacional concentre metade do poder de compra do país» já é caso para admiração.
O que os dados informam é que dos 278 concelhos de Portugal, a riqueza se concentra em 25. É uma enorme diferença.
Como entendo pouco do assunto, a Economia é um mistério para mim, não sei se a avaliação que toma como base para calcular o poder de compra «a população residente, as receitas fiscais, as vendas de automóveis, o consumo de electricidade, as dependências bancárias e os estabelecimentos comerciais» é a mais correcta. Talvez seja. O que não deixa dúvidas a ninguém é que apesar do país ser pequeno há regiões que estão quase desertas, e outras superpovoadas. E isso não se vê nos outros países pequenos que citei e que, como é sabido, têm um nível de vida bem melhor do que o nosso.
Alguma coisa continua mal. Muito mal.

5 comentários:

josé palmeiro disse...

Tens razão, o desequilibrio é um facto.Basta deslocar-mo-nos do Alentejo para Lisboa, numa qualquer manhã, para entender essa dura realidade. É um funil gigante, à entrada da grande cidade e os "ratos" a fugirem por todo o lado, pois tudo se trata em Lisboa e nas outras centralidades, evidente. Entretanto o Alentejo, no caso que apresento, cada vez, está mais desertificado, as pessoas, cada vez mais velhas e sem vontade de apostar, num território onde ninguém aposta e que só dista da capital + ou-, 200Km. Cada vez se produz menos, tudo é importado, é uma dura realidade.

cereja disse...

O Alentejo é um caso que entra pelos olhos adentro! Ainda por cima relactivamento perto, como é possível ter-se desertificado desta maneira...?! Como dizes, está tudo centralizado em Lisboa e para se tratar seja do que for, ainda o melhor é vir cá.
Penso que se está agora a tentar inverter esse processo, mas a verdade é que por enquanto essa é a realidade. Vilas com idosos e reformados e os jovens fogem para as grandes cidades.

Anónimo disse...

Mas olhem que acredito que haja muita malta nova, na onda dos 'verdes' que se interesse em abalar de novo para uma zona mais calma e despoluida.
Acredito que daqui a uns anos, volte a haver gente nova no interior. Até porque com as novas tecnologias, net, telemóveis e transportes melhores, as pessoas estão menos longe do que pode parecer.

ilha_man disse...

Mas este desiquilíbrio não é um mal nacional,mas sim um problema mundial.
Cerca de 90% da riqueza mundial pertence a 3% da população...

cereja disse...

E é isso o mais triste de tudo, Ilha_man! E então em países do 3º mundo as desigualdades bradam aos céus! Aliás já por aqui falei nessas estatísticas que mostram que os mais pobres de Portugal até são ricos numa perspectiva mundial.
Como é possível!?!