terça-feira, maio 29, 2007

As baterias viradas finalmente para o álcool

Sem querer defender o tabaco, e apesar de pensar que por vezes há realmente laivos de exagerado fundamentalismo na cruzada, o certo é que sabemos que há outros vícios também graves e que sendo vícios ‘sociais’ ainda têm alguma «bênção», apesar do seu perigo. Penso no álcool.
Os maços de tabaco já há tempos que têm aquele aviso sobre os seus malefícios (apesar de duvidar que para um fumador viciado, isso tenha o menor efeito dissuasor…) mas quanto ao álcool uma garrafa de brandy ou uma de leite poderiam ser iguais nos seus efeitos para quem não soubesse.
Parece que em Inglaterra os rótulos dessas garrafas vão passar a conter informação
Não tão «agressiva» como a dos cigarros. Dizem informar apenas «a quantidade de álcool contida na bebida e qual a dose recomendável para homens e mulheres».
Bom. É pouco. Uma amostra.
Mas pelo menos é já um começo.
Porque sei bem que neste caso Portugal não está sozinho. Se os nossos jovens consomem mais álcool do que seria conveniente, então os dos países nórdicos é uma hecatombe. Está à vista de todos os que viajam por essas paragens e dão uma voltinha a um fim-de-semana.
Pode ser que ajude…

8 comentários:

Anónimo disse...

A ideia é boa, mas no tabaco resultou? Tenho alguas dúvidas, se não rstiver inserida em muitas outras medidas, p.ex. considera o alcool como uma droga semi-dura.

Anónimo disse...

Concordo em absoluto, FJ! Estás cheio de razão! A Emiele diz ali que nenhum fumador deixa de o fazer lá por ver escrito que «o tabaco mata». Vai pensando que se tem de morrer ao menos o faça de cigarro na mão! (e muitas vezes a borrifar-se com para com os fumadores passivos) e também essa coisa de saber que para cima de dois copos aquilo passa a ser perigoso, também não os deve ralar muito...
Agora o que diz o FJ é mesmo para pensar - não será o alcool uma droga semi-dura? Tanta coisa com a canabis e afinal o vodka? É só ir ao Lidl e comprar. Baratinho.

josé palmeiro disse...

Eu, não fumo. Já fumei e em boa hora deixei esse vício social, e digo em boa hora porque, o não fumar tem sido determinante para o sucesso dos tratamentos a que, em determinado período da minha vida, tive que me submeter. Quanto ao alcool, o problema está no que se consome. Gosto de beber um bom vinho, às refeições, mas só. Agora, quando se passa para as bebidas destiladas, bebidas aleatóriamente, só com intuito de se atingir a "bebedeira", o mais rápido possível, aí sim Há que alertar e proibir, aos mais jovens, que o são cada vez mais. Para mim o drama está aí, e concordo com o FJ, é mesmo uma droga, não semi-dura, mas DURA.

Anónimo disse...

É mais grave do que parece. Reparem nos shots. Como é que se regula isso? Até parece uma coisa leve: é pequeno, bebe-se de uma vez só, e é bebida de jovem.
Mas acham que os bares iam por avisos a dizer que aquilo intoxicava num instante...? Depois que não experimenta é maricas, os cuidados são coisas de cotas, essa conversa toda.
É grave, sim.
Infelizmente temos muitos adultos que não consomem o tal copo de vinho à refeição de que fala o Palmeiro, bebem até falarem entaramelado e irem a dormir no banco do carro. É mais grave do que podemos pensar. mas que isto contamine os miúdos então é terrível!
Aliás a Emiéle tem razão, «lá fóra» é um caos esta questão. No fim-de-semana não fazem mais nada senão beber.

Anónimo disse...

Eu entendo que a ideia tivesse surgido na Inglaterra porque ealmente a situção é calamitosa! Aliás todos os países do norte, atrevia-me a dizer «sem excepção» tem um problema grave de alcoolismo! Por algum motivo os pubs são as instituições que sabemos. Não tem nada a ver com as nossas tabernas! Aquela gente bebe estupidamente, e em todas as classes sociais e em qualquer idade. Eu vivi lá uns tempos e fiquei com uma imagem 'asustadora'...

A única coisa que é cívica, e aí nos podem dar conselhos, é que realmente já está instituido que numn grupo o dono da chave do carro não bebe... Vi isso em muitos países e é aceite. mas miúdos deitados nos passeios, quase em coma alcoolico durante as noites de sexta e sábado, isso é frequente.

Anónimo disse...

Eu fumo.
Eu bebo bebidas alcoólicas.
Assusta-me esta tentativa de normalização da moral pública.
Este assunto é polémico mas todos temos telhados de vidro.
A frase "é já um começo" ninguém pode dizer como irá continuar.

cereja disse...

Pedro, primeiro, obrigado pelo comentário. Ninguém tem de concordar comigo, e por vezes aqui o Pópulo torna-se um pouco «morno» por tão consensual… Haver vozes discordantes é importante para a gente não ‘adormecer’.
E, a verdade é que por vezes as coisas parecem perder o controlo e caminhar-se para um excesso de moralismo, de «fundamentalismo». Contudo, o que se pretende é que a vida em sociedade no seu conjunto seja melhor.
Que os fumadores tenham direitos, estou de acordo. Que hoje se exagere de vez com algumas proibições, também talvez. Contudo, consegues fazer uma viagem, ou estar duas horas num cinema sem fumar. É uma questão de disciplina. E de respeito pelas pessoas a quem tal incomoda.
Quanto ao alcoolismo, como disse o Zé Palmeiro, beber-se um copo ou dois, não só não faz mal como até pode fazer bem. A questão é o exagero e o descontrolo. E sabes bem que esse descontrolo no excesso do álcool consumido, é realmente um problema, não o podemos negar. Problema de saúde (tenho na minha família um caso desses, não há cura de desintoxicação que resulte!) e problema social. É claro que o aviso na garrafa, é tão pouco eficiente como o no maço de cigarros, mas é um sinal de que a sociedade se preocupa. Por isso disse que «é um começo», o começo de que pode haver uma intervenção social que vá à raiz do problema.

cereja disse...

... e não será melhor começarmos a pensar em telhados mais resistentes do que o vidro?