A palavra dita ou escrita
Apanhei o programa no meio de uma frase.
Tinha ligado a TV e entrou-me pela sala uma mesa mais ou menos redonda, uma senhora de um lado ( o ‘redondo’ terá ‘lados’?!) e um par do outro. A senhora à esquerda do ecrã estava a entrevistar os outros dois, creio que também jornalistas. Tinha proferido uma pergunta, o que percebi pela entoação mas não cheguei a tempo de a ouvir, ouvi sim a resposta da convidada que afirmou peremptória: «A Europa está espalhada por vários continentes».
Como..???
A Eu-ro-pa es-tá es-pa-lha-da por vá-ri-os con-ti-nen-tes… ?!!!!
Ainda me passou pela cabeça que se estivesse a falar de ficção científica e num futuro, espero que bem longínquo, a nossa pobre Europa se tivesse pulverizado e fosse cair como chuva de meteoritos pelos outros continentes. Não era. Falava-se de Direitos Humanos, Convenções, etc, e a frase estava descontextualizada. Aquilo que provavelmente a senhora pretendia dizer seria que alguns conceitos nascidos em países europeus já actualmente eram aceites um pouco por todo o mundo. Mas o interessante, é que se a senhora, que eu não sei quem é, estivesse a redigir um texto qualquer, nunca escreveria aquela frase. Soava-lhe logo mal, decerto.
Fiquei a pensar como a diferença entre a palavra escrita ou falada é enorme, medeia todo o tempo de reflexão que tanta falta faz.
Tinha ligado a TV e entrou-me pela sala uma mesa mais ou menos redonda, uma senhora de um lado ( o ‘redondo’ terá ‘lados’?!) e um par do outro. A senhora à esquerda do ecrã estava a entrevistar os outros dois, creio que também jornalistas. Tinha proferido uma pergunta, o que percebi pela entoação mas não cheguei a tempo de a ouvir, ouvi sim a resposta da convidada que afirmou peremptória: «A Europa está espalhada por vários continentes».
Como..???
A Eu-ro-pa es-tá es-pa-lha-da por vá-ri-os con-ti-nen-tes… ?!!!!
Ainda me passou pela cabeça que se estivesse a falar de ficção científica e num futuro, espero que bem longínquo, a nossa pobre Europa se tivesse pulverizado e fosse cair como chuva de meteoritos pelos outros continentes. Não era. Falava-se de Direitos Humanos, Convenções, etc, e a frase estava descontextualizada. Aquilo que provavelmente a senhora pretendia dizer seria que alguns conceitos nascidos em países europeus já actualmente eram aceites um pouco por todo o mundo. Mas o interessante, é que se a senhora, que eu não sei quem é, estivesse a redigir um texto qualquer, nunca escreveria aquela frase. Soava-lhe logo mal, decerto.
Fiquei a pensar como a diferença entre a palavra escrita ou falada é enorme, medeia todo o tempo de reflexão que tanta falta faz.


6 comentários:
É isso mesmo, Emiéle. O pior é que depois de dita. não há volta a dar-lhe. Também ouvi, aqui há uns dias, num qualquer noticiário, o locutor, afirmar que iria acontecer um evento qualquer, na CHECOSLOVÁQUIA, assim como se nada fosse.
Essa era de cabo de esquadra «a Europa por vários continentes» lol!!!
Gosto dessa « a Europa espalhada»! Realmente às vezes espalha-se ao comprido!!!
Acho que sei que programa foi. Também vi.
Zé, devia ser velhinho, e parou no tempo... A minha então era muito avançada, já pulverizava a Europa por vários continentes! Mas como disse, acredito que estas coiss se tivessem a 'mediação' da escrita seriam muito mais ponderadas e saía menos asneira. Também é verdade que o ser falado permite uma vivacidade que a escrita dificilmente tem...
Lembrou-me a "Jangada de Pedra", do Saramago. Aí sim. :-)
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