terça-feira, abril 17, 2007

Os orgulhosos

Dizer que o ser humano é complicado, é pouco. É necessário um superlativo: complicadíssimo!
Quando pensamos no carácter das pessoas em relação ao mundo que as rodeia no aspecto da dependência ou independência costumamos «arrumar» as pessoas em dois grandes grupos - os que são autónomos e independentes e os que não se organizam sem auxílio, os dependentes. E, como é natural, dentro destes dois grandes mundos há variantes, os ‘independentes’ mas que pontualmente pedem ajuda, ou os ‘dependentes’ que também são capazes de, em áreas onde estejam mais à vontade, se movimentarem sozinhos. Já se sabe que as águas se misturam a meio desta corrente e, se calhar, é aí que a maioria de nós se situa, uma pitada disto e uma pitada daquilo.
Há contudo uma terceira situação e ainda há pouco em conversa com amigos tentámos entender como é que essas pessoas funcionam. Por elas não fazem nada sozinhas. Portanto, à primeira vista entravam no grupo das pessoas dependentes. Contudo, conseguem que o mundo em seu redor viva em função das suas necessidades. É como que um direito que têm e exercem de um modo «absolutista», tipo quero, posso e mando, e o certo é que funciona, porque têm as suas vontades realizadas sem mexerem uma palha porque o seu séquito se sente envergonhado e culpabilizado se isso não acontecer.
Não conhecem ninguém assim?
Oh que sorte que têm!

8 comentários:

Jaime disse...

Está bem apanhado. O maior mistério, para mim, é como se ascende a esse estatuto...

josé palmeiro disse...

Está bem visto, apesar de, como dizes, nada ser linear. No entanto, essa última categoria, é deveras intrigante, mas existe e todos nós conhecemos uma ou outra. Por exemplo: Quando se ascende a um determinado lugar/cargo, que represente PODER, logo um séquito de seguidores/ajudadores/lambedores de botas, os rodeiam, tentando mimá-los e adivinhar os pensamentos, desejos e anseios. Se essa pessoa, não for determinada e honesta, o circulo está construído e certamente essa categoria de pessoas, começa a emergir. O pior é com a queda, quando ela se dá, é ver os RATOS a fugir, por tudo o que é buraco.

Rita Inácio disse...

... para o Jaime o mistério é como conseguem esse estatuto? Para mim o grande mistério é como é que conseguem "manipular" os outros, como é que conseguem com que os outros não resistam a fazer o que ele precisam?

Anónimo disse...

Bom, hoje por motivos da minha vida nãofui a PRIMEIRA de modo que vou ser a ÚLTIMA!
Está muito bem visto, Emiéle. Eu conheço gente assim, sim senhor. Sobretudo mulheres, matriarcas, que dominam a família e muitas vezes os filhos tipo Bernarda Alba.

Anónimo disse...

Todos conhecemojulgo. E ainda ha aqueles cuja boa ou má disposição condiciona todos. O estatutoé realme nte misterioso...

Farpas disse...

Ter orgulho é bom, já ser orgulhoso não é tanto...

PS- espero que esteja tudo bem por aí, é que nós estamos mal habituados!!

Trilby disse...

Se eu percebi bem, os que descreves no fim do texto são os "coitadinhos", pelo menos é assim que eu lhes chamo, são tão coitadinhos que os outros se sentem, como dizes, culpados se não lhes resolverem os assuntos. Os orgulhosos, para mim, são o oposto, aqueles que não sabem pedir ajuda, nem lhes ocorre que alguém os pudesse ajudar.

cereja disse...

Ai, ai, ai, e agora como é que vou responder a isto tudo!!!???
Olha Trilby, não é coitadinhos, não, isso é outra «categoria» chamei «orgulhosos» porque no fundo são mesmo pessoas arrogantes que consideram que as coisas lhes são devidas por direito. A Joaninha apanhou a ideia quando falou na Bernarda Alba, ou aquela mãe do «Como água para chocolate». Infelizmente esta atitude é mais do género feminino e contra ele falo, mesmo sendo mulher.
(mas agora estou com pressa não vai dar para responder como deve ser a todos voc~es; até logo!)