segunda-feira, abril 02, 2007

Filho de tubarão peixe

De novo, mais um estudo vem confirmar aquilo que a observação diária nos vai informando: a grande influência do meio onde se é educado. Não informa, porém, de todos os factores, como não podia deixar de ser. Estudaram os «questionários que todos os alunos preenchem quando entram no ensino superior pela primeira vez mas que, até agora, nunca tinham sido tratados» e verificaram que «Um estudante oriundo de uma família com um nível cultural elevado tem dez vezes mais oportunidades de chegar ao ensino superior do que os que não têm essa mais-valia»
É tão evidente!
Por um lado o facto de viver num meio mais alargado economicamente dá-lhe uma vida mais facilitada em todos os aspectos, mesmo nos que não são directamente académicos.
Por outro o «modelo» que deparam em casa desde que nasceram, se é de uma família intelectual, é de valorização da cultura, coisa que se pode dizer ‘bebem com o leite materno’. E ainda recolheram desse estudo um dado muito natural: o estudante quando escolhe o curso muitas vezes segue o critério de ‘prestígio’ que o seu meio cultural lhe ensinou.
Como eu disse, isto é natural se estudarmos a amostra que foi recolhida, mas há decerto outros factores importantes. Por exemplo, um bom aluno de um meio cultural desfavorecido é certamente um excelente aluno, porque a sua determinação foi enorme para vencer os obstáculos que os outros não tiveram. E, por outro lado, faltava estudar o outro grande grupo – os filhos de famílias de bom nível cultural que se perdem por interesses vários e nunca chegam a completar uma formação de jeito.
Vocês não conhecem muitos? Serei só eu a conhecer?

8 comentários:

Anónimo disse...

Isto merecia um comentário maior do que o tempo que tenho para o fazer.
Por algum motivo existem «famílias de...». Dantes eram músicos, ou pintores, mas hoje é natural serem médicos ou juristas de pais para filhos... Claro que ajuda começar a vida a trabalhar com o pai ou a mãe, não é?
Mas o que gostava de falar é sobre o parágrafo onde referes que mesmo nas «boas famílias» encontramos aqueles completos inúteis que não conseguem fazer rigorosamente nada apesar de todas as benesses que têm. penso eu que são benesses a mais, mas agora não dá para desenvolver o raciocínio.

Anónimo disse...

Está sem duvida correcto, mas tem interesse a entrevista do publico com o inventor (") do adn,temperando-a um pouco.

Anónimo disse...

Está sem duvida correcto, mas tem interesse a entrevista do publico com o inventor (") do adn,temperando-a um pouco.

Anónimo disse...

Teve honras de 1ª página. Quando no comentário acima falei de bola de neve era por causa dos combustíveis, mas dá para muita coisa...
Este é um caso. Uma criança que tenha boas condições de estudo é normal que tenha melhores resultados do que outra que não tenha nenhumas! E se aprende melhor tem mais gosto em aprender, sente-se mais estimulado. Com mais estímulo vai mais longe. E por aí fora...
(hoje não comprei o Público e na edição on line não vem a entrevista de que fala o FJ; mas fiquei interessado, talvez ainda o arranje)

cereja disse...

A base parece-me correcta. Eu também não li o Público, porque as notícias são quase só de jornais on-line e o Público é quase todo pago! Mas fiquei interessada se há explicação de hereditariedade. Claro que também é isso, mas não só com certeza.

saltapocinhas disse...

Conheço mesmo muitos, dos que se "perdem" e são de famílias "boas".
Acho que posso até dizer que conheço tantos ou mais do que aqueles que provêm de famílias mais "pobres" (pelo menos culturalmente)e que, com muito trabalho conseguem superar as dificuldades.

Anónimo disse...

claro que o meio é de extrema importancia, mas para mim nao passa tanto pelos pais serem medicos ou eng, mas mais pela herança genetica,por isso os pais até podem ser muito ``pobres`´ culturalmente,mas serem muito inteligentes e outras qualidades como trabalhadores , etc

cereja disse...

É sempre difícil generalizar até porque todos conhecemos sempre exemplos do que se quer provar… e do seu contrário!
É natural que o tal ADN ou a herança genética tenha a sua palavra a dizer (daí as tais famílias de músicos, ou artistas diversos), por outro lado a educação e o modelo que se vê em casa tem muito peso. Como vocês aqui dizem, falar em cultura não tem de ser o mesmo que falar em dinheiro; quantos intelectuais não conhecemos, bem ‘tesos’…