24 de Abril - Filhos Ilegítimos e Enfermeiras
Comentário
É curioso como hoje em dia isso parece uma questão sem qualquer interesse, uma bizantinice. Numa época onde qualquer criança tem o nome dos dois pais casados, solteiros, divorciados, até custa imaginar uma coisa destas. Aliás hoje com os testes de ADN nem há dúvidas sobre quem seja o verdadeiro pai de cada um (claro que quanto à mãe, isso então era delirante!) Mas a verdade é que gerou muito sofrimento no tempo da concordata, pelos motivos que aqui disseste. Porque não se tratava apenas de pessoas marginais, a existência de filhos ilegítimos, ‘bastardos’ ou naturais acontecia imenso no passado (sempre achei espantoso falar-se de filhos ‘naturais’ como se os outros fossem ‘artificiais’ !?!) Mas neste caso eram casais que viviam juntos, a vida inteira muitas vezes, até casados noutras terras mais liberais, e os filhos tinham essa «mancha» de verem averbado na Certidão de Nascimento filho de pai incógnito. Uma enorme vergonha de algo que as pobres crianças não tinham a menor culpa.
É curioso como hoje em dia isso parece uma questão sem qualquer interesse, uma bizantinice. Numa época onde qualquer criança tem o nome dos dois pais casados, solteiros, divorciados, até custa imaginar uma coisa destas. Aliás hoje com os testes de ADN nem há dúvidas sobre quem seja o verdadeiro pai de cada um (claro que quanto à mãe, isso então era delirante!) Mas a verdade é que gerou muito sofrimento no tempo da concordata, pelos motivos que aqui disseste. Porque não se tratava apenas de pessoas marginais, a existência de filhos ilegítimos, ‘bastardos’ ou naturais acontecia imenso no passado (sempre achei espantoso falar-se de filhos ‘naturais’ como se os outros fossem ‘artificiais’ !?!) Mas neste caso eram casais que viviam juntos, a vida inteira muitas vezes, até casados noutras terras mais liberais, e os filhos tinham essa «mancha» de verem averbado na Certidão de Nascimento filho de pai incógnito. Uma enorme vergonha de algo que as pobres crianças não tinham a menor culpa.
C.
Enfermeiras
A enfermagem, desde o tempo da Florence Nightingale, que era visto como uma profissão feminina.
Feminina e caridosa, com um toque romântico de dedicação exclusiva e conventual até.
Assim sendo, esperando-se de uma enfermeira que estivesse livre a qualquer hora, isso era naturalmente incompatível com uma vida familiar tradicional. Portanto, a solução: as enfermeiras não se podiam casar. Tinham de optar – ou esposas dedicadas ou excelsas enfermeiras, não podiam era acumular. É certo que não se podia evitar completamente que tivessem os seus namorados, mas casar é que não podiam.
Assim mesmo!
Comentário
A concepção de profissão feminina era típica da ditadura. Já a concepção de feminino é espantosa, só faltou re-discutir se as mulheres tinham alma, porque personalidade não tinham. Pobres mulheres que tiveram de suportar aquilo tudo!
FJ
A concepção de profissão feminina era típica da ditadura. Já a concepção de feminino é espantosa, só faltou re-discutir se as mulheres tinham alma, porque personalidade não tinham. Pobres mulheres que tiveram de suportar aquilo tudo!
FJ
4 comentários:
Que mais dizer? Está tudo dito, era assim, que o ditadorzito de Santa Comba, solteiro de profissão, encarava as MULHERES, e a forma ideal de as moldar ao sistema, de forma a moldá-las à sua medida.
E a gente «comia e calava».
Então e as professoras primárias?AB
Eu falei lá para baixo, AB.
É que «desdobrei» estes apontamentos em muitas pequeninas histórias. Mas a violência que era a intromissão do governo na vida privada de cada um, era uma coisa que os miúdos de hoje não concebem de certeza.
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