sexta-feira, março 30, 2007

A Sorte Grande

Indemnização, diz o dicionário, é o acto de «compensar; reparar o dano a». Muito bem. É justo, uma pessoa é prejudicada e portanto para minorar a sua desgraça tem uma compensação. E é assim que os senhores administradores da PT vão receber 10,672 milhões de euros, para além do ordenado correspondente aos meses em que desempenharam cargos em 2006
Foram prejudicados? Eu cá não sei… Parece-me até que haveria para aí, milhares de pessoas que gostariam de ter sido prejudicadas como eles foram. Porque, para quem ouve, aquilo tem até aspecto de lhes ter saído a taluda.
Diz-nos o
editorial do DN:
«Nas empresas públicas portuguesas é comum que um quadro superior que queira ir embora porque arranjou emprego noutra empresa (e por vezes noutra empresa pública) receba a tal indemnização. A lógica levaria à pergunta: mas se é ele que quer ir embora, porque se tem de lhe pagar para ir embora? A resposta é fácil: o administrador que fica não paga ao que parte com o seu dinheiro. Ele não é patrão, o dinheiro é de todos nós. O administrador que fica paga com cobiça a prazo. Amanhã será ele o beneficiado, também terá a sua indemnização
Portanto, é comum. Ou seja uma mão lava a outra…
Quanto à PT e EDP? Enfim, pois se é comum num local porque não em todos?

6 comentários:

Anónimo disse...

Isto é uma bola de neve - começa a rolar e cada vez se vai sabendo mais coisas. Valha-nos a liberdade de imprensa!
Bola de neve? Qual quê, a neve é branca e limpa, «bola de escaravelho» que é feita de outra substância!

josé palmeiro disse...

Os resquícios salazerentos ainda continuam, porque esta coisa da democracia, demora muito a entender e quem detem o poder, sabe muito bem como o continuar e perpétuar. Parece que os trabalhadores, que continuamente têm vindo a ser despedidos ou colocados em excedentários, também vão receber parte do bolo, (de arrôz)!

Anónimo disse...

Aqui é como dizes,uma mão lava a outra

ilha_man disse...

A diferença na PT, como diz o restante editorial, é o facto de ser uma empresa privada...o dinheiro neste caso é dos accionistas e não do erário público.

Anónimo disse...

E muitos ainda têm subsídio de "reintegração", nada para desprezar, aliás.

cereja disse...

A expressão é «uma mão lava a outra e as duas lavam...» (a cara?). Não sei se é a cara, mas como vergonha na dita é coisa que não há, não precisa de muitas lavagens.
É verdade, ilha_man, a diferença é haver accionistas. Contudo o Estado também é lá accionista, e mesmo que assim não fosse, todo o raciocínio está enviosado. Saem porque querem (como se diz no editorial) são recompensados por isso, e como lembra aqui o FJ, alguns ainda têm esse subsídio de "reintegração".
Ai, ai, ai...